O Brasil firmou um compromisso internacional para neutralizar as emissões de gases de efeito estufa até 2050. Uma meta que transformará modelos econômicos de geração de energia, mineração, atividades agrícolas e industriais. Para o Rio Grande do Sul, detentor de 89% das reservas de carvão do Brasil e de um parque termelétrico de 695 MW na região de Candiota, a nova realidade é um grande desafio. Em novembro de 2023, o governo gaúcho lançou um edital visando a contratação de serviços de assessoria técnica para a elaboração do Programa de Transição Energética Justa, que deve ter como base a evolução tecnológica da indústria carbonífera e a viabilidade ambiental, econômica e social.
Para debater o assunto, o governo do RS, o Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), a Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs) e a Associação Brasileira do Carbono Sustentável (ABCS) realizam em Porto Alegre o 1º Diálogo da Transição Energética Justa no Rio Grande do Sul e do aproveitamento do Patrimônio Mineral Gaúcho. O encontro será no dia 18 de abril, no Instituto Caldeira (Travessa São José, 455, bairro Navegantes) e reunirá autoridades, executivos, técnicos e outros representantes do setor, especialistas, pesquisadores e imprensa.
A abertura do evento contará com a presença do governador do Estado em exercício Gabriel Souza. Na oportunidade a Associação Beneficente da Indústria Carbonífera de Santa Catarina e o Instituto Caldeira assinarão um convênio de cooperação para impulsionar o empreendedorismo. A partir da criação de uma rede de ecossistemas, será possível promover o desenvolvimento de novos negócios nas regiões mineiras, com foco em programas e ações voltados para uma transição energética justa e inclusiva.
O primeiro painel irá propor um diálogo sobre o como deve ser o processo de mudança do modelo econômico para um mundo de baixo carbono, com segurança energética e alimentar, preservando a economia e os empregos das regiões carboníferas e alavancando a indústria mineral no Rio Grande do Sul. O debate será com o presidente do IBRAM, Raul Jungmann, o presidente da ABCS, Fernando Luiz Zancan, e tem como convidado o coordenador-geral de Mudanças Climáticas e Agropecuária Conservacionista do Ministério da Agricultura, Adriano Santhiago de Oliveira.
Para a segunda metade do evento, que terá como tema ‘Minerais Estratégicos e Tecnologias de Baixo Carbono’, está confirmada a presença do deputado federal José Carlos Aleluia. O parlamentar tem uma trajetória de mais de 40 anos no setor energético, foi o relator da Lei de Crimes Ambientais e o autor da emenda que criou o Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa).
Também participarão da mesa a pesquisadora em Geociências do Serviço Geológico do Brasil, Lucy Takehara Chemale, e o secretário adjunto do Meio Ambiente do Rio Grande do Sul, Marcelo Camardelli. Em pauta, estará a sustentabilidade mineral para a transição energética e a garantia da segurança alimentar via produção de fertilizantes.
Ao final de cada painel, os jornalistas poderão integrar o debate e o microfone ficará aberto para perguntas e contribuições.