Censo Escolar

Resolvi dar uma olhada no Censo Escolar de 2020.
As pessoas não deveriam se preocupar com a corrupção, que existe, mas é insignificante comparada com a quantidade de dinheiro que é jogado fora na área da Educação.
Não sei quantas vezes já escrevi isto.
Professores deveriam ser proibidos de atuarem como administradores. Há exceções, mas são tão raras que não é conveniente contar com estas raridades.
O resultado dos professores atuando como administradores todo mundo sabe: o salário é bem pequeno. Esta é a regra. Claro que esta regra não vale para Candiota, Pedras Altas ou Porto Alegre, por exemplo. Estes três municípios possuem tão poucos alunos e boa receita. Comos investimentos por aluno destas prefeituras poderíamos pagar escolas privadas de primeira linha para todos eles e sobraria dinheiro. Nestes municípios os professores devem ganhar uma boa remuneração uma vez que o município é obrigado a investir 25% da receita corrente líquida em Educação.
A realidade está mais próxima de Hulha Negra, Bagé e Pinheiro Machado.
Em Hulha Negra, o Censo Escolar de 2020 mostra que no ensino fundamental da rede municipal de ensino havia 463 alunos. Em 2008, eram 661 alunos. Na rede estadual de ensino fundamental em 2020 eram 274 alunos. Em 2008 eram 564 alunos. A rede municipal de ensino fundamental atualmente é 30% menor que em 2008 e a rede estadual de ensino fundamental diminuiu 51,5%.
É inexplicável o governo estadual insistir em manter em Hulha Negra uma rede estadual de ensino fundamental para atender 274 alunos em três escolas estaduais: Dalva Conceição Medeiros, 15 de Junho e Chico Mendes. O ensino fundamental deve ser municipalizado, como vários estados já fizeram.
Na área municipal ou a Escola Municipal Monteiro Lobato esvaziou ou a Escola Municipal Auta Gomes esvaziou ou as duas ficaram com menos alunos, o que é mais provável. Certo é que não há a menor necessidade de manter as duas escolas.
Manter escolas desnecessárias, turmas com raros alunos, só demonstra a ineficácia da administração da Educação, que resulta em salários pequenos para quem efetivamente trabalha na sala de aula dando aulas para muitos alunos. Estes professores são as vítimas de um sistema que precisa ser reavaliado. Os muitos fora de sala de aula, inutilmente, quando recebem pouco, na verdade recebem muito.

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