Duas propriedades rurais de Pedras Altas e a área externa da sede do Instituto Nacional de Colonização da Reforma Agrária (Incra), em Porto Alegre, foram ocupadas por famílias integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST) na terça-feira (3).
Em entrevista ao Tribuna do Pampa, Ildo Pereira, coordenador estadual do movimento, relatou que três espaços estavam sendo ocupados, além da sede do Instituto, as fazendas Nova e Santa Angélica em Pedras Altas, totalizando cerca de 430 famílias envolvidas.
Ele explicou que um dos locais já passou por um processo de análise do Incra, e que uma segunda área precisa passar por análise e que poderia assentar aproximadamente 180 famílias. “Queremos que o Incra finalize o processo da primeira área que já está em processo e que essa segunda área passe também pelo mesmo processo e saia o assentamento o mais rápido possível. Não há previsão de liberação das áreas”, afirmou Ildo.
INCRA
Na manhã do dia 4, a direção nacional do Incra e a da regional no Rio Grande do Sul receberam representação dos manifestantes do Movimento de Trabalhadores Sem Terra (MST) que estão acampados no pátio da autarquia, em Porto Alegre, desde a terça-feira (3). O encontro aconteceu na sala de reuniões do gabinete do Incra/RS – a direção nacional participou online.
Segundo material divulgado, o principal ponto de pauta é agilidade na obtenção de novas áreas para a reforma agrária no Rio Grande do Sul, visando tanto o assentamento de famílias acampadas, quanto a realocação de famílias de áreas de reforma agrária inundadas nas enchentes. “As vistorias para aferição de produtividade estão suspensas no estado, em razão das situações de emergência decretadas com a estiagem, no ano passado, e com as enchentes, este ano. Desta forma, a busca de áreas no Rio Grande do Sul voltou-se para a aquisição por compra e venda e na busca por imóveis de devedores da União e do Banco do Brasil, modalidades contempladas no Programa Terra da Gente, lançado pelo Incra em abril deste ano”, diz a nota.
Ainda, que “foi feito um novo pedido de recursos extraordinários para o RS e estão em fase de decretação de desapropriação duas áreas da antiga Companhia Estadual de Silos e Armazéns (CESA), que são reivindicações antigas do Movimento, já com famílias nos imóveis – uma em Cruz Alta e outra em Vitória das Missões. Outras áreas que avançarem em negociações com proprietários para aquisição por compra e venda devem entrar no orçamento de 2025”.
SINDICATO E DEPUTADOS
Conforme apurado pelo jornal, o Sindicato Rural de Pedras Altas, através do movimento Invasão Zero Rural, estava organizado para uma assembleia nesta quinta-feira (5), na sede da estância Santa Angélica, que visava debater ações efetivas contra este tipo de ação do MST.
O deputado estadual Capitão Martim (Republicanos) anunciou participação da mobilização dos produtores na Santa Angélica.
A deputada estadual Adriana Lara enviou na terça-feira (3) um ofício ao secretário estadual da Casa Civil do Rio Grande do Sul, Arthur Lemos, solicitando o reforço imediato das forças de segurança nas propriedades privadas de Pedras Altas. Ela também solicitou a criação de uma força-tarefa de segurança, com atuação específica para conter e, se necessário, reprimir ações ilegais.
O deputado federal Afonso Hamm (Progressistas) usou a tribuna da Câmara dos Deputados, para repudiar os atos nas propriedades.
SEGURANÇA
A Polícia Civil e Brigada Militar também estão mobilizadas e em vigília para garantir a segurança de todos os envolvidos.
ORIGINALMENTE ESTE CONTEÚDO FOI PUBLICADO NO JORNAL IMPRESSO*