INFRAESTRUTURA

Cideja avança nas negociações para financiar ao menos um terço da Rota Transcampesina

Projeto prevê o asfaltamento de 150km ligando pelo zona rural os municípios de Herval, Pedras Altas, Candiota, Hulha Negra e Aceguá

Esta semana, uma importante reunião aconteceu entre Cideja e Secretaria de Estado de Planejamento, Governança e Gestão para tratar do assunto Foto: Divulgação TP

 

O sonho de asfaltar a ERS-647 é alimentado há muito tempo por grande parte dos municípios que compõem o Consórcio Público Intermunicipal de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental dos Municípios da Bacia do Rio Jaguarão (Cideja). Cinco dos sete municípios do Consórcio, seriam contemplados com a chamada Rota ou Rodovia Transcampesina.

O projeto prevê o asfaltamento de 150km ligando o interior de Herval (inicia pela zona urbana), Pedras Altas, Candiota, Hulha Negra e Aceguá (até o Hospital da Colônia Nova). A obra é orçada atualmente em cerca de R$ 280 milhões e teria impacto não apenas no escoamento da produção rural e desenvolvimento dessas localidades, mas também pode servir como corredor do Mercosul, encurtando as distâncias para se chegar desde o Uruguai e parte da Argentina, até o Super Porto de Rio Grande.

O prefeito de Candiota e presidente do Cideja, Luiz Carlos Folador (MDB), desde que assumiu a entidade pela sexta vez em 2021, colocou a Transcampesina novamente como prioridade. Mais recentemente, ele, com apoio dos municípios envolvidos (prefeitos, vereadores e lideranças), deu início a uma verdadeira peregrinação para conseguir ao menos, o financiamento de parte da obra. “Tenho certeza, que com trabalho unido de todos os prefeitos do Cideja e todas as lideranças da região, vamos conquistar esta grande obra”, acredita Folador.

UM TERÇO DA OBRA

 

Numa reunião recente em Montevidéu (capital do Uruguai), na sede do Fundo para Convergência Estrutural do Mercosul (Focem), Folador, acompanhado do prefeito de Aceguá, Marcus Vinícius Aguiar, o Peti, e a assessora do Cideja, Liziane Jardim, alinhavaram junto com os técnicos do Brasil, Uruguai, Argentina e Paraguai, essa possibilidade de financiar parte da obra.

Segundo Folador, o Focem possui em caixa 70 milhões de dólares (R$ 350 milhões), podendo dispor de 15 milhões (R$ 75 milhões) por projeto apresentado e contrapartida de 15%, o que soma cerca de R$ 92 milhões. O montante daria para pavimentar cerca de 50km, o que representa um terço do total da rodovia.

O Focem está em atividade desde 2006. É um mecanismo solidário de financiamento próprio dos países do Mercosul. Entre seus objetivos está financiar projetos de melhorias de infraestrutura, competitividade de empresas e desenvolvimento social.

BRASÍLIA

 

Prefeito Folador tratou do assunto recentemente em Brasília com a ministra do Planejamento, Simone Tebet Foto: Divulgação TP

Já foram realizadas duas reuniões com técnicos do Ministério do Planejamento em Brasília, sendo que Folador já tratou do assunto, inclusive, com a ministra Simone Tebet. Essas agendas foram viabilizadas pelo deputado federal gaúcho Márcio Biolchi (MDB).

Também, em outra oportunidade e acompanhado com os membros do Fórum de Desenvolvimento Regional, Manejo das Águas e Combate às Estiagens (Fórum das Águas), Folador apresentou o projeto e um dossiê composto por um livro, revista e vídeo, nos Ministérios do Planejamento e Relações Exteriores, bem como junto à bancada gaúcha no Congresso Nacional.

 

ESTADO E DAER

 

Por orientação do Ministério do Planejamento – que também já recomendou, segundo Folador, o avanço do projeto junto ao Focem -, o Cideja esteve reunido esta semana com o secretário adjunto da Secretaria de Estado de Planejamento, Governança e Gestão, Bruno Silveira e os técnicos da pasta, pois, como se trata de uma ERS (rodovia estadual), o projeto deve ser tocado pelo Estado, por meio do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer).

 

ORIGINALMENTE ESTE CONTEÚDO FOI PUBLICADO NO JORNAL IMPRESSO*

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