INVESTIMENTO

Cinco bancos disputam a preferência para orientar a indústria de pellets de Pinheiro Machado

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O encontro entre o empresário e o governador aconteceu no Palácio Piratini Foto: Roberto Witter/Especial TP

O projeto para a cons­trução de uma fábrica de pellets em Pinhei­ro Machado foi apresentado na última quinta-feira (14) ao governador Eduardo Lei­te (PSDB). O investimento está orçado em R$ 1,4 bi­lhão. O empresário paulista Luiz Eduardo Batalha rea­firmou o desejo de iniciar as obras ainda em 2019. A reu­nião foi intermediada pelos deputados estaduais Fábio Branco (MDB) e Ernani Polo (Progressistas), que acompanharam o encontro.

Também participou da intermediação o senador Luiz Carlos Heinze (Pro­gressistas), que por agenda em Brasília não pode partici­par. “Polo, Branco e Heinze são os padrinhos políticos do projeto”, enfatizou o empresário. “Quando surgiu o projeto, eu ocupava a Se­cretaria de Desenvolvimento Econômico, por isso tenho acompanhado todos os pas­sos. É um empreendimento fundamental para reverter o quadro de estagnação eco­nômica da região, já que a empresa prevê a criação de mil empregos diretos, além das vagas indiretas”, reforça Fábio Branco.

Durante o encontro com o governador, a ques­tão das licenças ambientais foi conversada. A licença prévia do empreendimento já foi entregue pelo então governador José Ivo Sartori (MDB) em julho de 2018. As demais licenças, como a de Instalação (LI) estão tramitando normalmente e dentro do prazo regular, segundo garantiu o secre­tário de Meio Ambiente e Infraestrutura, Artur Lemos, que também participou da reunião.

BANCOS – Em almoço pro­movido na sede da Estância Guarda Velha, em Pinheiro Machado e de propriedade de Batalha, no dia seguinte ao encontro com o governa­dor, o empresário conversou com o TP, quando detalhou algumas situações do negó­cio. Na ocasião, o senador Heinze participou, bem como o prefeito de Pinheiro Machado, Zé Antônio.

Senador Heinze (D) reafirmou à Batalha seu compromisso com o projeto Foto: J. André TP

Segundo Batalha, no fim do ano passado, após a contratação pela Pellco de três experientes executivos para integrarem o Conselho de Administra­ção da empresa, aconteceu a apresentação do projeto a cinco bancos, que dispu­tam a preferência de banco advisor (na tradução livre do inglês é orientador), ou seja, a instituição financeira que irá aconselhar quais são as melhores opções tanto de investidores como de captação de crédito.

A indústria foi apresentada para dois ban­cos americanos, dois brasi­leiros (BTG Pactual e Ban­co do Brasil) e um banco europeu. “Como se trata de uma operação financeira de vulto, fomos orientados a buscar um advisor”, assi­nala Batalha, que revela já ter recebido proposta de ao menos um banco. “De fato, com a proposta que rece­bemos, temos um negócio sólido. Passei a dormir me­lhor depois disso”, brinca o empresário.

O senador Heinze reafirmou sua disposição em seguir ajudando o pro­jeto, já que ele vinha acom­panhando quando era depu­tado federal. “O projeto da Votorantim nesta região foi para o espaço e esse projeto dos pellets é um alento aos nossos produtores da Meta­de Sul”, disse.

Batalha se reuniu com produtores e lideranças na última sexta-feira (16) em Pinheiro Machado Foto: J. André TP

CPC – No almoço de sexta­-feira (15), Batalha aprovei­tou para fechar mais alguns contratos com produtores rurais para a compara da madeira. Conforme ele, a Pellco contratou a empresa Innovatech – que é a maior consultoria e gestão em agronegócio florestal do Brasil e uma das maiores do mundo, que será o elo com os produtores.

Conforme Batalha, em não sendo o Banco do Brasil o advisor, uma das exigências será a inclusão dele no empreendimento, pois a negociação das flo­restas com os produtores será através da Cédula de Produto Rural (CPC) – tí­tulo exclusivo do Banco do Brasil. “Isso é mais uma das garantias aos produtores em função da capilaridade do Banco do Brasil”, explicou.

INVESTIMENTO – O pro­pósito da Pellco é produzir energia limpa e renovável, em consonância com a ten­dência mundial de redução de emissão de gases poluen­tes. A indústria será insta­lada nas proximidades da Vila Umbus, em uma área de 149 hectares, às margens da BR-293, da linha férrea e da rede de transmissão de energia elétrica.

A matéria-prima será fornecida por mais de 300 produtores, que culti­vam atualmente 90 mil hec­tares de florestas em um raio de 60 km. O projeto prevê três linhas de produção in­dependentes. Cada uma terá capacidade para fabricar até 600 mil toneladas de pellets por ano, totalizando 1,8 milhão de toneladas/ano.

Na primeira fase, o pla­nejamento de Batalha é utilizar 50% da capacidade da planta. A produção será transportada por 189 km em linha férrea até Rio Grande, onde será exporta­da pelo terminal da Bunge Alimentos.

OS PELLETS – Os pellets são produzidos a partir do processo de picagem da ma­deira, floculação, secagem, moagem e reconstituição com maior densidade ener­gética em prensas. Além de possuir o dobro do poder calorífero, o pellet tem ar­mazenagem e transporte facilitados, em função do tamanho.

O produto é utilizado para movimentar indústrias ter­melétricas e substituindo, especialmente na Europa, os combustíveis fósseis.

TERMELÉTRICA – Além das linhas de fabricação de pellets, o projeto prevê a construção de uma terme­létrica com capacidade para produzir 50 megawatts de energia elétrica, o suficiente para movimentar a planta industrial. O excedente será comercializado e disponibi­lizado na rede nacional de energia.

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