SAÚDE

COE de Candiota encerra atividades para novo projeto voltado ao pós- pandemia

Os testes de Covid-19 serão realizados em Unidades de Saúde do município

Padilha com a equipe do COE após sua recuperação Foto: Divulgação TP

Perto de completar três anos de atuação, o Comitê de Operações Emergenciais (COE) de Candiota, encerrará suas atividades ainda neste mês de fevereiro para um novo projeto, que buscará auxiliar pessoas que ficaram com sequelas após a contaminação pelo vírus do Covid-19.

De acordo com o secretário de Saúde do município, Fabrício Moraes, o (Bibi), neste momento o cuidado será voltado para o pós-pandemia, com destaque na saúde mental. “A pressa de encerrar as atividades do COE, é justamente para abrir um novo centro, que é o de saúde mental”, enfatiza.

Além disso, Moraes explica que o COE não recebe mais verbas para a compra de materiais necessários há mais de seis meses. “Quando assumimos, o COE recebia R$60 mil mês para manter os materiais. Depois chegou em um nível que o Estado mandou, mas nós compramos muitos testes rápidos, pois eles só queriam comprar o PCR”, destaca Moraes, além de citar a contratação emergencial de profissionais da área, para dar conta do pico de casos em janeiro do ano passado, que ultrapassou 200 positivos ativos. O secretário também destacou o apoio da Vigilância Sanitária, que atuou no município para evitar aglomerações e o surgimento de novos casos.

Em relação ao COE, Fabrício relembrou que a equipe não tinha hora para atender a população, pois além do atendimento local, inúmeras pessoas foram acolhidas a domicílio. “Fizemos várias visitas domiciliares, instalando oxigênio, concentrador e cuidando dos pacientes, juntamente com a doutora Lidiane”, disse. Mesmo com os picos de contágio, Bibi destacou que nunca faltou oxigênio no município. “Sempre nos articulamos para não deixar isso acontecer. Quando tinha apenas uma garrafa, nós fizemos contato com a Urcamp para realizarem a recarga”, disse, explicando que o caminhão que era responsável pela recarga, só ia uma vez por semana no município, o que não era o suficiente, já que algumas pessoas utilizavam um cilindro em apenas três dias de uso.

Em sua fala, Moraes enfatizou o apoio e a confiança que o prefeito, Luiz Carlos Folador depositou para que o trabalho pudesse ser feito da melhor maneira. “O concentrador custava R$10 mil na época, e ele mandou comprar. Hoje já compramos pela metade do preço”, afirma.

ATUAÇÃO NO MUNICÍPIO– Diante ao cenário novo e completamente desafiador, o COE de Candiota foi um dos primeiros da região. O TP entrou em contato com a coordenadora, Ariadne Costa, que relembrou os primeiros passos do processo. “Nós trabalhávamos muito com o pânico do público, então tudo que a gente sabia, tinha que ser repassado para a população. Tudo era novo! Nós trabalhamos na parte de orientação e educação, até o primeiro caso com suspeita de Covid”, disse.

Além dos técnicos, recepcionistas e profissionais da limpeza, o COE precisou de um médico para atender exclusivamente os casos de contaminação. Então, a clínico geral do município, Lidiane Klauck, aceitou o desafio e integra a equipe até então. Ao conversar com a equipe do jornal, a médica citou um, dos diversos casos, que marcou sua trajetória na equipe. “Um caso que marcou muito foi de um casal da Vila Operária. Fui num domingo de tarde até a casa deles porque a esposa não estava bem. Chegando lá, avaliei, entrei em contato com a Dra Flávia e encaminhei ela até a Santa Casa”, contou. “Passei algum tempo conversando com o esposo, pois ele estava com medo de não ver mais sua companheira de toda vida”, disse, e afirmou que após alguns dias, a senhorinha retornou bem para sua casa.

Entre diversas pessoas atendidas, a redação conversou com Pedro Padilha, 56 anos, que recebeu o atendimento em 2022, e citou a equipe como um milagre em sua vida. “Se não fosse pela equipe e pela doutora, eu tinha vindo a óbito”, falou, citando que o seu estado de saúde era preocupante. “A doutora falou que se não conseguisse leito para mim em Bagé, me cuidaria em casa”, relembra com carinho.

Padilha ficou internado seis dias no hospital, e após a sua recuperação, foi até o COE e entregou uma caixa de bombom para cada componente da equipe como forma de agradecimento.

ENCERRAMENTO – O COE de Candiota finaliza suas atividades com 1 caso ativo no município, até o fechamento desta edição. Desde 2020, mais de 5 mil testes foram realizados. A partir de março, três Unidades Básicas de Saúde (UBS) realizarão os testes. Sendo elas, Dario Lassance, João Emílio e Seival. As demais localidades irão realizar os testes após a qualificação dos profissionais.

ORIGINALMENTE ESTE CONTEÚDO FOI PUBLICADO NO JORNAL IMPRESSO*

Comentários do Facebook