Integrantes da associação e gestores ambientais da prefeitura de Pinheiro Machado participaram, no dia 6 de outubro, de uma reunião com representantes da UCPel e IFSul. O encontro ocorreu nas dependências do Clube Social e Esportivo Luz e Ordem Foto: Divulgação TP
A terraplenagem do terreno onde será construído o galpão da Associação Pinheirense de Trabalhadores com Recicláveis – Reciclando para Viver já foi feita. O imóvel, que fica no bairro Morada do Ponte 3, contará com uma central de recebimento e seleção de materiais recicláveis. A construção do galpão será por conta da associação. O chefe do Departamento Municipal de Meio Ambiente, Rissielli Alves de Oliveira, comenta que a obra será realizada pela empresa Concrefort, de Bagé. “A gente acredita que até o final do ano esteja em fase operacional. No momento que o município estiver com o galpão equipado e licenciado, começará a fazer a coleta seletiva. É um bem necessário para toda a população, tanto gestores públicos, associados e moradores, tanto no âmbito rural quanto urbano”, enfatiza Oliveira. “Já estamos dando andamento inicial na parte de licenciamento para que a cooperativa possa operar dentro de toda legalidade”, completa.
Até então, os resíduos são coletados na cidade de forma convencional por um caminhão compactador e levados para o aterro sanitário de Candiota.
A presidente da associação, Maria de Fátima Fernandes Madruga, está otimista com a possibilidade que a entidade terá de vender os resíduos sólidos coletados na cidade. Até o momento, a cooperativa comercializa somente os materiais inorgânicos recolhidos nos eventos realizados no município. Para aumentar a renda, os 10 integrantes da entidade prestam serviços de limpeza em pátios. “Trabalhando cada vez mais com a união, a gente começa a acreditar (que as coisas vão dar certo)”, diz Maria.
REDE RECICLAR – A associação e a prefeitura fazem parte da Rede Reciclar e do Fórum de Empreendimentos de Resíduos Sólidos da Região Sul do Rio Grande do Sul. A integração do grupo da cidade de Pinheiro Machado teve início em 2014 com o trabalho de formação em Economia Solidária e Educação Ambiental desenvolvido pelo Núcleo de Apoio à Economia Solidária (NESol), do campus Pelotas do Instituto Federal Sul-rio-grandense (IFSul), seguido de encontros até o recente ingresso na rede.
O projeto “Constituição de uma rede de empreendimentos solidários de coleta e seleção de resíduos sólidos na região Sul do RS” busca apoiar a mobilização e a constituição de uma rede de empreendimentos informais e de cooperativas que atuam na coleta e seleção de resíduos sólidos atualmente nas cidades de Pinheiro Machado, Piratini, Turuçu, Morro Redondo e Arroio Grande. A iniciativa visa criar um espaço de discussão, troca de experiências e planejamento das ações da rede de comercialização. O projeto é uma parceria entre Universidade Católica de Pelotas (UCPel) e o Ministério do Trabalho e Previdência Social (MTPS) desde 2012. “Dentre os resultados obtidos com o projeto, podemos verificar a valorização do trabalho dos catadores organizados em cooperativas e/ou associações, articulados em rede, possibilitando a junção dos materiais processados pelos grupos, gerando o aumento do valor de compra dos materiais comercializados e a consequente melhoria da renda dos trabalhadores”, destaca o técnico em Assuntos Educacionais do IFSul, Alexandre de Pauli Bandeira. De acordo com ele, a eliminação do atravessador foi outro ponto positivo em algumas cooperativas. “E naquelas em que ele ainda persiste não exerce o controle sobre o preço dos materiais, posto que os trabalhadores agora decidem para quem vender”, explica Bandeira.
O terreno onde será construído o galpão fica no bairro Morada do Poente 3 Foto: Divulgação TP
FIQUE POR DENTRO – O galpão da Associação Pinheirense de Trabalhadores com Recicláveis – Reciclando para Viver será erguido com os R$ 60 mil destinados pela empresa dos irmãos Bernart. A cooperativa foi beneficiada com a verba em razão do projeto de lei 31/2015, aprovado pela câmara de vereadores em agosto do ano passado, que prevê a destinação dos valores à entidade por parte da empresa e a cedência aos irmãos Bernart, por parte da prefeitura, de uma área pública, de pouco mais de um hectare, por direito real de uso por 20 anos, com possibilidade de renovação por mais 20. Trata-se da chamada área dos silos, localizada num local nobre de Pinheiro Machado – às margens da BR-293, na entrada secundária da cidade. O mesmo PL destinou ainda uma área no prolongamento da avenida Mário Simões Lopes, esquina com rua Pedro Alberto Sarubbi, para a associação, que anteriormente detinha a concessão da área dos silos.
