PRIVATIZAÇÃO

Com privatização da Eletrobras pautada pelo Senado, eletricitários de Candiota se mobilizam

Organizados aqui no Rio Grande do Sul pelo Sindicato dos Eletricitários do RS (Senergisul), a categoria está mobilizada desde à 0h desta terça-feira (15) e nas próximas 72 horas. Os eletricitários, não só os gaúchos, mas de todo o Brasil, tiraram como encaminhamento o estado de greve. Em Candiota, segundo as lideranças e de acordo com uma nota publicada no TP impresso, a categoria está em estado de greve. Há mobilização, porém as atividades não estão paralisadas. Nesta quarta-feira (16) haverá atos na Usina de Candiota, que pertence a CGT Eletrosul, do grupo Eletrobras.

O motivo dos protestos é que o Senado Federal vai apreciar a polêmica  Medida Provisória (MP) 1.031/2021, que trata da privatização do sistema Eletrobras,  em sessão deliberativa remota marcada para esta quarta, às 16h. Após aprovação na Câmara, a MP 1.031/2021 foi assunto de debates no Senado. O primeiro foi realizado na Comissão de Direitos Humanos (CDH), no dia 31 de maio. Em audiência pública, senadores e especialistas sinalizaram temer, com a privatização da Eletrobras, a perda da soberania no setor elétrico, o aumento considerável da tarifa de luz e a abertura de mais espaço para as térmicas, em detrimento de fontes renováveis. A Eletrobras é responsável por pelo menos 30% da energia do país e gerou R$ 30 bilhões de lucros nos últimos três anos.

No dia 2 de junho foi promovida uma sessão temática no Plenário virtual do Senado, quando parlamentares e especialistas apontaram a necessidade de aprofundar a discussão do modelo do sistema elétrico.

Relator do projeto, o senador Marcos Rogério (DEM-RO) afirmou na sessão que levará em conta as opiniões apresentadas por especialistas e demais senadores para apresentar seu encaminhamento à matéria.

Nesta terça-feira (15), os debates continuaram, sendo assunto na Comissão de Meio Ambiente (CMA), pela manhã. Alguns senadores criticam a deliberação da matéria em plena época de escassez de recursos hídricos, assim como o uso de uma medida provisória como instrumento para a privatização da empresa, que no dia 11 de junho completou 59 anos. A MP precisa ter o texto final apreciado até 22 de junho para não perder validade.

Os eletricitários também alegam que a mobilização é pelo descumprimento dos Acordos Coletivos de Trabalho Nacional e Específicos, não renovação integral de Acordo Específico de Trabalho e demissões de trabalhadores e dirigentes sindicais, em decorrência de interpretação da EC 103 nas Empresas do Sistema Eletrobras.

* Com informações da Agência Senado e com acréscimo de informações às 14h26

 

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