Na tarde da última sexta-feira (10), o deputado estadual Luiz Fernando Mainardi (PT) visitou o que resta da ponte sobre o rio Jaguarão, que interliga os municípios de Aceguá, Candiota e Hulha Negra. A visita foi acompanhada de vereadores dos três municípios.
Desgastada, com madeira apodrecida, a ponte apresenta buracos e falhas. Tecnicamente e oficialmente, a estrutura está interditada desde novembro de 2020, quando o então prefeito de Aceguá, Gehard Martens (PSDB), após um laudo técnico, expediu uma ordem de interdição, que até hoje perdura, porém, muitas pessoas ainda se arriscam em passar, pois ela encurta distâncias. A obra para construção de uma nova ponte, por questões burocráticas, nunca saiu do papel.
Visita ocorreu na tarde da última sexta-feira (10) Foto: Fernando Risch/Especial TP
“Quase 10 anos, eu ainda era Secretário de Agricultura quando o convênio foi assinado. O dinheiro está na conta desde 2014 e a ponte até hoje não foi feita. Vamos trabalhar junto ao governo federal para prorrogar o prazo do convênio, que se encerra em abril e trabalharemos junto ao governo do Estado para que a situação se solucione definitivamente.”, afirmou Mainardi.
O vereador candiotense Guilherme Barão (PDT) esteve na visita. Ele que preside o Fórum de Desenvolvimento Regional, Combate aos Efeitos da Estiagem e Manejo das Águas (Fórum das Águas) e acompanha esta novela desde os primeiros capítulos, disse ver com bastante importância esse interesse do deputado Mainardi em ajudar a destravar essa situação. “A burocracia tem impedido que se faça essa importante obra. Queremos fazer acontecer porque há 10 anos que isso fica preso na burocracia e não sai do papel”, declara.
O vereador hulhanegranse Volnei Manfron (PT) também acompanhou o deputado e lembrou que mesmo quando não tinha mandato de vereador, já estava nesta luta para tirar a obra do papel e agora ainda mais, segundo ele. O vereador lembrou da mobilização popular feita no ano passado, que pediu e mostrou a importância dessa nova ponte. “Ali é um local que passa saúde, educação, produção e as pessoas de cinco municípios. Veja a importância. O Mainardi, que está sempre lutando pela região, agora vem se somar também nessa luta. Esperamos que o governo do Estado resolva esta situação de uma vez por todas”, disse.
Além de Guilherme e Volnei, ainda estavam presentes os vereadores de Candiota, Marcelo Gregório (PSDB) – presidente da Câmara, Hulda Alves (MDB) e Luana Vais (PT); de Hulha Negra, Hugo Teixeira (PT); de Aceguá, Jaqueline Ferreira (PSDB), Emerson Vidal Ferreira, o Kiko (PSDB) e Jair Ardenghi (PTB). A secretária executiva do Consórcio Público Intermunicipal de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental dos Municípios da Bacia do Rio Jaguarão (Cideja), Liziane Jardim também se fez presente, assim como lideranças comunitárias e dos movimentos sociais da região.
Estrutura está muito danificada e não tem condições de uso Foto: Fernando Risch/Especial TP
CONVÊNIO – A preocupação do momento é que o convênio entre a União e o Estado tem prazo de validade somente até o mês abril. A corrida agora é para que se garanta mais uma vez a sua prorrogação.
Segundo a assessoria do deputado Mainardi, será articulado junto ao governo do Estado e às autarquias, com uma comitiva de representantes dos três municípios, audiências para encontrar uma solução definitiva para a obra. A primeira reunião deve ocorrer já nesta terça-feira (14), com o secretário da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação, Giovane Feltes. Além disso, o deputado bageense irá buscar junto ao governo federal a prorrogação do convênio.
ENTENDA O CASO – Com recursos garantidos desde 2013, numa parceria entre a União e o Estado, a construção de uma nova ponte sobre o rio Jaguarão se arrasta entre muitas idas e vindas, teimando em não sair do papel. O projeto é para uma ponte de concreto.
A ligação fica na divisa de três municípios, como já referido, mas também tem importância para os municípios de Pedras Altas e Herval. Neste momento, os moradores da região precisam se utilizar de caminhos alternativos e mais longos, especialmente para chegarem até o Hospital da Colônia Nova – estrutura de saúde muito utilizada pelos moradores da zona rural desses municípios.
Licitada desde 2016, a empreiteira ganhadora, Lavoro Engenharia, pela segunda vez pediu reequilíbrio financeiro, pois os valores iniciais já não cobrem sequer os custos do empreendimento. A última pedida elevou o valor de cerca de R$ 1,9 milhão para pouco mais de R$ 3 milhões, porém há um novo pedido. Esta situação ainda aguarda tramitação burocrática e envolve o Departamento Autônomo de Estradas e Rodagem (Daer), a Secretaria de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Regional (SEAPDR, na época), o Ministério da Agricultura e a Contadoria e Auditoria-Geral do Estado (CAGE). Já há o aval da Caixa Econômica Federal – responsável pela liberação dos recursos, para o encerramento do processo. Recentemente se conseguiu a liberação para que fosse utilizada na obra os recursos dos rendimentos do dinheiro depositado em conta específica desde 2013.
No final de 2020 chegou até ser colocada uma placa no local, tendo sido assinada a ordem de serviço (OS) de início de obra pelo governo do Estado, porém nada mais que isso avançou.
ORIGINALMENTE ESTE CONTEÚDO FOI PUBLICADO NO JORNAL IMPRESSO*
