RELIGIÃO

Comunidade católica dá início às celebrações da Campanha da Fraternidade 2022

Orações, reconciliações e caridade estão nos atos durante o período da Quaresma

Uma missa presencial na Paróquia Sagrado Coração de Jesus, em Candiota, da comunidade Imaculada Conceição na quarta-feira (2), de Cinzas, deu início ao período da Quaresma e a Campanha da Fraternidade (CF) 2022. Com o tema Fraternidade e Educação e o lema bíblico, extraído de Provérbios 31, 26: “Fala com sabedoria, ensina com amor”, a campanha foi lançada pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

Conforme explicado pelo frei Rinaldo Eberle, o momento foi de oração e celebração, com leituras que fazem conferência a conversão. “O objetivo da CF é despertar a solidariedade dos seus fieis e comunidade em relação a um problema concreto que envolve a sociedade brasileira, buscando caminhos de solução, promover diálogos a partir da realidade educativa do Brasil, da fé Cristã, propondo caminhos através do humanismo integral e solidário. Quando as cinzas são impostas, colocadas sobre nossas cabeças, o ministro ou padre, também traça o sinal da cruz sobre a fonte de cada um de nós e diz ‘converteivos e crede no Evangelho’, é o convite a conversão, para que caminhemos com Jesus durante esses 40 dias. A cinza nos lembra que a vida tem sentido em Deus, que as coisas são relativas e passageiras, que o definitivo está no absoluto e eterno, Deus. A igreja nos convida a adentrar no espírito Quaresmal com jejum, caridade, oração. Podemos fazer o jejum, nos abstermos da carne, mas o que agrada muito mais ao Senhor é a caridade, sermos fraternos e solidários nesse tempo que estamos vivendo”, explanou o frei, desejando que “até a chegada da Semana Santa e ao cume da alegria que é a Páscoa e ressurreição do Senhor, que todos nós tenhamos o coração aberto para caminharmos com Jesus Cristo para a vida nova, a ressurreição e alegria de estarmos na fé, amor e unidade como grande comunidade Cristã”.

CF 2022 – Segundo a CNBB, essa é a terceira vez que a temática da educação será abordada na Campanha da Fraternidade. O tema já foi objeto de reflexão e ação eclesial em 1982 e 1998. De acordo com a introdução do texto-base, foi “a realidade de nossos dias que fez com que o tema educação recebesse destaque, um tempo marcado pela pandemia da Covid-19 e por diversos conflitos, distanciamentos e polarizações”.

A presidência da CNBB justifica, na apresentação do texto-base da CF, que se trata de uma campanha que, mais do que abordar outro aspecto específico da problemática educacional, vai refletir sobre os fundamentos do ato de educar na perspectiva católico-cristã. Nessa perspectiva, a educação é compreendida não apenas com um ato escolar, com transmissão de conteúdo ou preparação técnica para o mundo do trabalho, mas de um processo que envolve uma comunidade ampliada que inclui todos os atores (família, Igreja, Estado e sociedade).

A CF 2022 é impulsionada pelo Pacto Educativo Global, convocado pelo Papa Francisco. Na carta convocação ao Pacto, o Santo Padre apresenta elementos constitutivos de uma educação humanizada que contribua na formação de pessoas abertas, integradas e interligadas, que também sejam capazes de cuidar da casa comum já que a “educação será ineficaz e os seus esforços estéreis se não se preocupar também em difundir um novo modelo relativo ao ser humano, à vida, à sociedade e à relação com a natureza”, conforme explicitado na Encíclica Laudato Si’, 2016, nº 215.

A Campanha da Fraternidade tem como gesto concreto a Coleta Nacional da Solidariedade, realizada no Domingo de Ramos nas comunidades de todo o Brasil. Os recursos são destinados aos Fundos Diocesanos e Nacional da Solidariedade, os quais apoiam projetos sociais relacionados à temática da campanha.

CONVERSÃO – A Quaresma também é tempo de conversão. E a Campanha da Fraternidade possui essa proposta ao motivar “um coração convertido”. Há mais de cinco décadas, a iniciativa anuncia a importância de não separar a conversão do serviço aos irmãos e irmãs, à sociedade e ao planeta, a Casa Comum.

“E é a meditação da Palavra de Deus, os exercícios espirituais que nós fazemos, e as práticas que nós já conhecemos que vão nos ajudar a fazer essa boa preparação. Um coração convertido, jamais será indiferente aos irmãos e irmãs. Um coração convertido é um coração fraterno. Então, não tenha medo da fraternidade, ela é irmã gêmea da conversão”, orienta padre Patriky.

* Originalmente este conteúdo foi publicado no jornal impresso

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