Conflito urbano

A apreensão de um revólver .38 e uma moto irregular, bem como um vídeo que circulou em grupos de WhatsApp de uma briga no centro de Candiota no último fim de semana, são fatos preocupantes em se tratando da noite de uma cidade de 10 mil habitantes apenas. São pontos fora da curva e que precisam de atenção das autoridades.
Por outro lado, a reclamação de barulho e perturbações na área central não só de Candiota, mas de Pinheiro Machado e Hulha Negra, nos parece ser um problema a ser enfrentado de forma coletiva, colaborativa e usando a coerção como último recurso. O porte de arma e a violência, esses sim precisam do rigor da lei, pois são fatores de alto risco e que atentam a própria vida.
Porém, as perturbações noturnas, que acontecem nas áreas centrais ou regiões de baladas em cidades do mundo inteiro, independentemente do tamanho, precisam de soluções criativas. A juventude, inexoravelmente vai procurar diversão à noite. Porém, como tudo nesta vida, precisa haver regras, delimitações, conscientização e até políticas públicas para coibir abusos. Outro problema enfrentado é que as cidades amanhecem com suas ruas centrais com muita sujeira esparramada.
Nos pequenos municípios da região, é fato e notório a precariedade do policiamento ostensivo. Em Candiota mesmo, há uma viatura e dois policiais a cada plantão para cobrir a cidade inteira, que é polinuclear. Neste sentido, se faz necessário o restabelecimento dos conselhos municipais de segurança e a criação de canais para denunciar abusos, para que essas pessoas, se menores de idade, os pais sejam chamados a responsabilidade e se já adultos, eles respondam pelos seus atos. Neste mutirão, é preciso a participação de todos, prefeituras, câmaras, Ministério Público, Brigada Militar, conselhos tutelares e é claro a sociedade civil organizada.
Reclamar do barulho em área central nos fins de semana é como enxugar gelo. Há que se criar, como dito, regras e responsabilizações, inclusive dos estabelecimentos que exploram serviços noturnos. Essa construção não se faz com xingamentos mútuos e bate-boca, mas com diálogo, bom senso e busca de soluções viáveis.

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