EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Da teoria à prática: aterro sanitário de Candiota como instrumento de ensino

Local recebe o lixo de quase 30 cidades da região, entre elas Pelotas e Uruguaiana, está transformando também em visita obrigatória para estudantes e pesquisadores

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Há algumas semanas, o 2º ano da Escola Jerônimo Mércio da Silveira esteve no local

Há algumas semanas, o 2º ano da Escola Jerônimo Mércio da Silveira esteve no local Foto: Divulgação TP

Além de ser o destino do lixo produzido em 24 municípios da região, o aterro sanitário de Candiota já é considerado uma extensão da sala de aula para estudantes de diversas instituições de ensino. Prova disso é que a equipe da Meioeste Ambiental Ldta. tem sido a responsável por detalhar todo o processo realizado e o destino dos resíduos sólidos para o público que visita o local.

Para Gesiel Silveira, responsável pelo sistema operacional do aterro sanitário, essa interação entre empresa e comunidade escolar faz toda a diferença para que a população compreenda a importância desse processo. “A nossa prioridade é receber os alunos e repassar todo o funcionamento da operação. É através desse contato que eles podem levar pra casa e pra escola a real diferença entre um aterro sanitário e um lixão”, pontuou. Ele destaca que todo o trabalho é setorizado – além da área administrativa, contam com auxiliares de serviços gerais que tratam dos cuidados com o descarregamento, limpeza dos caminhões para saírem da rodovia e operadores de máquinas.

De acordo com Lorraine Vianna, engenheira química responsável pelo tratamento do chorume e monitoramento das águas do aterro de Candiota, o local foi concebido, implantado e operado para a disposição final do lixo desde o seu projeto. “São aplicados critérios de engenharia e normas operacionais específicas para confinar os resíduos com segurança do ponto de vista do controle da poluição ambiental e proteção à saúde pública. Desta forma, conta com impermeabilização da base, drenagem e sistema de tratamento de chorume, drenagem do biogás e drenagem de águas pluviais”, explicou a profissional.

Com a implantação há cerca de seis anos no município de Candiota, as aulas de educação ambiental também ganharam um novo aliado e um novo cenário. Segundo a professora Josimar Garcia, da Escola Jerônimo Mercio da Silveira, oportunizar a visita ao aterro sanitário da cidade é mostrar um sinônimo de desenvolvimento. “Como trabalho com toda a área de Ciências da Natureza, Biologia, Química e Física, abordo de uma maneira geral desde as reações químicas até a preservação do meio ambiente. Já é a terceira turma que levo para essa atividade e lá eles recebem um conhecimento incomparável ao transmitido em sala de aula”, salientou a educadora.

Todo o trabalho realizado no aterro foi apresentado para a turma de Engenharia Ambiental da UFPel

Todo o trabalho realizado no aterro foi apresentado para a
turma de Engenharia Ambiental da UFPel Foto: Divulgação TP

Além de chamar a atenção da comunidade local, entre os visitantes, a equipe da Meioeste também recebeu estudantes do curso de Engenharia Ambiental e Sanitária, da Universidade Federal de Pelotas. Para a professora Vanessa Cerqueira, que oportunizou a atividade, ir até o local é fundamental para que os alunos façam a conexão do universo profissional com a teoria adquirida dentro da sala de aula. “A visita técnica possibilitou observar aspectos importantes no funcionamento de um aterro sanitário, conhecer como se relacionam as prefeituras com empreeendimentos de disposição final de rejeitos como o da empresa Meioeste. Além disso, auxiliou a abordar outros fundamentos com o retorno da visita como viabilidade técnica, econômica e ambiental na perspectiva do desenvolvimento sustentável”.

O aterro sanitário de Candiota fica em uma área já minerada da Companhia Riograndense de Mineração (CRM), de posse da Meioeste Ambiental Ltda. O local recebe o lixo produzido em municípios das regiões da Campanha, Sul e Fronteira Oeste do Estado – entre eles Pelotas, Pinheiro Machado, Bagé, Dom Pedrito, Santana do Livramento e Uruguaiana.

PARA VISITAR – Entre em contato através do e-mail [email protected] e especifique “visita técnica” no assunto.

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