CIDADE

Delegado faz avaliação sobre a criminalidade em Candiota

Cristiano Ritta é titular da DP de Candiota e fez um comparativo com outra cidade da região Foto: J. André TP

“Candiota é uma cidade muito calma”. Com estas palavras o delegado de polícia, titular de Candiota e da (Draco), de Bagé, Cristiano Ritta, avaliou o município  candiotense quanto à questão da segurança pública, em entrevista ao Tribuna do Pampa.
O delegado explica que o município possui uma população flutuante, ou seja, pessoas que não possuem vínculo com a cidade e que permanecem um tempo para fazer um trabalho e retornam para suas cidades de origem, fator que poderia deixar o município com mais índices criminais negativos, porém não é o que ocorre. “Quando a pessoa não tem vínculo com aquela comunidade, se ela já é pré-disposta ao crime, a tendência de ela fazer algo é maior. É diferente de quem é da comunidade praticar um crime na cidade onde mora e todo mundo o conhece e que vai refletir na própria família. Portanto, dada essa população flutuante, avaliamos como uma cidade calma e os indicadores criminais mostram isso, pois tivemos redução de roubo e furto de veículo. Tivemos o homicídio, mas fora isso, como ela é criminalmente dependente de Bagé, onde está o pólo maior e para onde os presos de Candiota vão e seguem comandando o crime de dentro do sistema penitenciário e conseguindo mão-de-obra para mandar para o município, agrava, mas não está se tornando crítica”, explicou.
Ritta fez uma comparação com outra cidade da região, Dom Pedrito. “Ainda que as populações sejam diferentes, Dom Pedrito é muito mais violenta. Claro que em uma comunidade pequena qualquer fato causa mais comoção, mais impacto, mas estatisticamente não tem esse fenômeno de alto índice criminal”, ressaltou.
O delegado lembrou que um bom trabalho está sendo feito pela Brigada Militar no policiamento ostensivo e pela Polícia Civil a elucidação dos crimes, sendo feitas buscas e operações. “O que acontece muito são operações coordenadas em Bagé, com alvos em Candiota e com pouca repercussão em Candiota por não ser operação da cidade. Um exemplo disso foi uma operação que fizemos com cinco alvos em Candiota e dois veículos roubados em Bagé, mas apreendidos em Hulha Negra, mas como a operação é de Bagé, tudo acontece em Bagé, quem olha diz que não foi feito nenhum trabalho em Candiota, mas sim, foi feito”, destacou.
CASO SEIVAL
A reportagem do TP procurou atualizar dois casos que estão sob investigação comandada por Ritta. O primeiro do incidente na merenda da escola Seival, onde cerca de 40 crianças tomaram batida contendo pedaços supostamente de acrílico. O material foi coletado pelo Instituto Geral de Perícias (IGP) para análise, para posterior conclusão do Inquérito Policial. “Dado o descaso que o IGP está tratando o caso, imagino que já tenham a resposta, pois não faz sentido atrasarem uma perícia em uma escola pública envolvendo 40 crianças. Estamos aguardando o resultado para dar andamento ao caso, mas estive no local e na minha percepção é material do próprio liquidificador, mas se o IGP me disser que é vidro vou mudar toda linha de investigação. Já ouvimos todas as pessoas, faz  sentido o depoimento de que caiu material dentro do aparelho. Acredito que seja muito mais um infortúnio do que uma teoria da conspiração para matar crianças”, explicou Cristiano.
Ele afirmou ainda, que até o momento não há nenhuma possibilidade de prisão.
CASO HOMICÍDIO EM BAR
Acerca do homicídio que vitimou Willian Thiago Lizzi Tomazi, de 22 anos, o delegado afirmou que a linha de investigação é típica de execução. “Não é possível destacar nada a respeito da vítima, mas execuções são geralmente baseadas em alguma disputa amorosa, o que não é o caso, ou por ponto de tráfico, hierarquia por comando de venda de droga. É nessa linha que estamos trabalhando. Já ouvimos as principais pessoas envolvidas, vimos as imagens a respeito do veículo, mas continuamos investigando”, declarou.
Cabe lembrar que o jovem foi morto por disparos de arma de fogo calibre 12, por volta das 20h do dia 25 de junho dentro do Stok bar e conveniência de bebidas, localizado na área central da sede do município. Na ocasião, o delegado já havia confirmado que se tratavam de três pessoas envolvidas no crime, que haviam chegado em um veículo.
CASO PONTE DA COREIA
Ailton José Müller, 30 anos, desapareceu na madrugada do dia 29 de junho de 2022, após o veículo Celta branco em que estava junto a um passageiro, cair no arroio Candiota, no local conhecido como Ponte da Coreia no início da madrugada. Um homem foi resgatado e encaminhado ao Pronto Atendimento de Candiota para atendimento médico. Intensas buscas foram realizadas desde o acidente, após ação inicial da Defesa Civil de Candiota, Bombeiros e Brigada Militar, com procuras a pé pela margem do rio, utilização de drone e embarcação, além de mergulhadores.
Na época, o delegado Cristiano Ritta afirmou que não havia indícios de crime. Atualmente, em atualização sobre o caso, o titular da Delegacia de Polícia disse que “se acredita ter ocorrido um óbito, mas devido à correnteza das águas e por se tratar de área rural, inclusive com a presença de animais, o corpo não foi mais localizado”.
CASO ESTRADA DO INTERIOR
Ivo Ott, 51 anos, foi encontrado morto à beira da estrada que dá acesso ao assentamento 20 de Agosto (Estância dos Fundos), no interior do município.  O corpo, conforme relatado no registro policial, tinha seis perfurações provocadas por arma de fogo.
O veículo da vítima, um Renault Sandero preto estava próximo ao corpo. Quanto ao caso, ao ser questionado pelo jornal que, constantemente recebe mensagens da família da vítima solicitando informações novas sobre o caso, o delegado disse ao jornal que o caso segue sendo investigado, mas que ainda não há autoria.
ORIGINALMENTE ESTE CONTEÚDO FOI PUBLICADO NO JORNAL IMPRESSO*

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