Deputado Zé Nunes (D), esteve acompanhado do ex-vereador Fabiano Oswald Foto: Silvana Antunes/Especial TP
De São Lourenço do Sul – cidade que foi prefeito, e conhecedor da realidade da Metade Sul, o deputado estadual Zé Nunes (PT), cumpriu agenda na região nesta semana. Em Piratini, Pinheiro Machado, Pedras Altas e Candiota, ele conversou com produtores e apoiadores, visando ter acesso aos anseios das comunidades.
Na cidade de Piratini, o deputado cumpriu agendas, sendo uma na Secretaria de Saúde, oportunidade em que anunciou uma emenda de R$ 100 mil para a saúde, através do deputado federal Henrique Fontana.
Em Pedras Altas, por exemplo, verificou in loco as condições da ERS-608, gravando um vídeo e enviando ao secretário de Logística e Transportes, Juvir Costella, devido a preocupação com a rodovia e efetuou a entrega de um veículo Spin, zero km, para a Secretaria de Saúde.
Já em Pinheiro Machado, o parlamentar participou de uma reunião com a Associação dos Catadores Reciclando para Viver, onde ocorreu o anúncio de R$ 50 mil para compra de uma prensa.
Em Candiota, fez uma reunião com representantes da Cooperativa de Produção Agropecuária do Pampa Gaúcho (Coopampa), onde confirmou um recurso de R$ 100 mil através do deputado federal Henrique Fontana (PT), além de, segundo ele, ter atuado como uma espécie de conselheiro da entidade desde a sua fundação.
Na Capital Nacional do Carvão, juntamente com o ex-vereador e secretário de Agricultura Fabiano Oswaldo, o deputado também visitou o jornal Tribuna do Pampa. Na ocasião, Zé Nunes fez uma avaliação sobre o mandato atual com foco para os debates voltados a economia, o governo Eduardo Leite, a luta do carvão mineral e as eleições de 2022.
Nunes também falou da importância e potencialidades de ações ligadas aos consórcios, fazendo referência a importância do Consórcio Público Intermunicipal de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental dos Municípios da Bacia do Rio Jaguarão (Cideja), ao cooperativismo e à economia solidária – temas que é entusiasta.
CARVÃO MINERAL – O deputado Zé Nunes presidiu uma audiência pública em julho de 2021, que teve por finalidade debater o carvão mineral e o desenvolvimento da metade Sul, requerida pelo Movimento Pró-Carvão. Quanto ao seu posicionamento acerca da pauta, Nunes recordou da audiência e a frente de pressão instalada para que não ocorresse o evento. “Nosso sinal foi dado com a audiência pública. Temos um perfil voltado as energias renováveis e sustentabilidade. Porém, há uma realidade imposta. Hoje temos uma ampla fonte de energia a partir das térmicas e do petróleo, as questões históricas relacionadas a produção a partir do carvão, temos hoje uma tecnologia e uma riqueza em Candiota”.
Zé Nunes disse que o grande problema é não conseguir se colocar em uma condição de poder debater sobre o assunto. “Constantemente sou chamado para debates e penso que ninguém pode tirar de uma região calcada em uma reserva gigantesca o direito de discutir o que pode ser feito. Quem mora na cidade e região não podem ser vistos como destruidores, devem ter o direito de discutir o tema. Não é possível chegar com receitas simplificadas, achar que tem a solução para as pessoas e economia da cidade e criminalizar essa atividade. Se há uma tecnologia sem poluentes a partir do carvão, tenho que abrir esse debate. Precisamos estar atentos e ouvir a todos”.
O MANDATO – O deputado lembrou ser coordenador de 11 Frentes Parlamentares, como da Conclusão da Duplicação da BR-116 e do Banrisul Público.
Na Assembleia Legislativa, o deputado está a frente da Comissão de Economia, Desenvolvimento Sustentável e do Turismo. Ele lembra que a pandemia de Covid-19 impediu algumas ações, porém destacou terem sido realizadas diversas audiências públicas e debates sobre temas fundamentais para o desenvolvimento do Estado. “Tivemos um olhar acerca da economia do Rio Grande do Sul e questionamos o modelo de gestão estadual. O governo trabalha de forma onde tudo se auto-regula pelo mercado e o Estado tem perdido força ao longo dos anos. Não houve um projeto para o RS nos últimos oito anos e claro que não vamos resolver os desafios do Estado, mas temos que ter medidas positivas”, afirmou.
Para Zé Nunes, o Estado perdeu o rumo. “Há um conjunto de medidas relacionadas ao projeto Avançar que não condizem com a realidade, há uma fragilidade quando se pensa em desenvolvimento”, sustentou.
ELEIÇÕES 2022 – O TP questionou o parlamentar quanto a sua análise sobre as eleições 2022, onde serão escolhidos presidente e vice da República, senadores, governadores e deputados estaduais e federais. “O olhar, ouvir, sentimento e interesse da população será diferente das últimas eleições em decorrência da mudança de cenário vivida no país. Temos o empobrecimento da população, diminuição de investimento, limite nas oportunidades de empregos e precarização de políticas públicas. O custo de vida das pessoas para sustentar uma família comparada à renda é desproporcional, principalmente com a chegada da pandemia. Diversos setores estão sofrendo estagnação, vejo cenas no país atualmente que não se via há muito tempo e isso vai impactar nas eleições”.
A pedido do jornal, o deputado falou sobre a majoritária no país. “Temos um simbolismo que é o Lula. Ele é uma síntese de um sentimento a partir de coisas vividas, a figura dele representa muito, as pessoas passaram a ter esperança. O discurso da raiva e ódio não garantirá apoio. As pessoas estão preocupadas com quem vai falar da vida real delas, o que elas sofrem, enfrentam. Isso se traduz para todos os cargos”, se posicionou Zé Nunes.
Por fim, o TP questionou a visão de Zé Nunes quanto a Geraldo Alckmin ser vice de Lula no próximo pleito. “Acho que o Lula está preparando um terreno seguro. A condição dele de idade, uma parcela radicalizada de direita significativa, a realidade do país e a esperança que as pessoas colocam nele, a desmoralização do Brasil por parte de outros países. Os países querem voltar a acreditar o Brasil. Não me sinto em condição de criticar quem já enfrentou tantos desafios e hoje é uma opção concreta para o país”, finalizou.
