POLÊMICA SINDICAL

Diretoria afasta presidente do Simpim, que promete voltar em breve ao cargo

O motivo do afastamento está ligado a questões financeiras. Márcio Duarte Garcia afirma que não fez nada de errado e que a decisão foi arbitrária

Sindicato representa o funcionalismo municipal de Pinheiro Machado Foto: Arquivo TP

A comunidade pinheirense foi surpreendida na última semana, com uma nota publicada nas redes sociais do atuante Sindicato dos Municípários de Pinheiro Machado (Simpim), dando conta que o presidente da entidade, Márcio Duarte Garcia, não estava mais no comando e que quem assumiria seria o vice-presidente, Veimar Rodrigues (Pedrinho).

Logo em seguida, viralizou no WhatsApp, a cópia da ata da reunião que decidiu pelo afastamento do presidente e também um ofício encaminhado ao Ministério Público pinheirense.

SIMPIM

O jornal chegou a contatar Veimar, que estava em viagem e ele pediu então para que a tesoureira do Simpim, Luciane Barão Rodrigues Peixoto, falasse com a reportagem. Ela confirmou a situação do afastamento, que em princípio foi dado como destituição. “A diretoria apenas afastou o presidente do Simpim. Ele não foi destituído, houve um equívoco. Enquanto os fatos ocorridos não forem explicados pelo mesmo, e a Assembleia Geral não acontecer, achamos, por bem, afastá-lo. Inclusive a diretoria contava com a presença do Márcio na reunião, quando o mesmo teria oportunidade de esclarecer os fatos ocorridos”, disse Luciane.

Ela ainda destacou que a decisão de fazer a denúncia ao MP foi unânime, frisando que não era possível aguardar até que fosse realizada uma assembleia, porque esta exige prazo. “Estamos fazendo a juntada de documentos para o MP a fim de que, o mesmo, analise e tome as providências necessárias e cabíveis”, disse.

Ao ser questionada sobre as motivações, Luciane confirmou que foi algo ligado as finanças da entidade. “Sim, sou tesoureira e precisava da comprovação de alguns gastos que não foram realizados em benefício da entidade”, afirmou.

VAZAMENTO

Sobre o vazamento da ata da reunião e do ofício enviado ao MP, Luciane lamentou o fato. “Sabemos que a ata da nossa reunião vazou. Não era essa a nossa intenção. Pensamos em dar um prazo para que o Márcio nos desse algum esclarecimento, porém ele não entrou em contato com nenhum de nós e, tão pouco, atendeu algum chamado. Não sabemos como ela vazou e nem quem fez isso. Sem sabermos, fica difícil tomarmos alguma atitude. Nunca foi essa a nossa intenção, até porque queríamos evitar que o fato tomasse tamanha proporção. Nem imaginávamos que chegaria a esse ponto. Nós não compactuamos com esse tipo de atitude, não nos aproveitamos de redes sociais para julgar ou criticar ninguém. E também não temos o menor interesse em estar na mídia”, ponderou.

ASSEMBLEIA

Sobre a convocação de uma assembleia para tratar o assunto, Luciane disse que ainda não se tem data, horário e local, apenas a disposição de fazer. “Estamos aguardando uma data para realizarmos a Assembleia Geral. Os sócios precisam ser esclarecidos sobre os fatos que nos fizeram tomar tal atitude. Assim que conseguirmos o local, divulgaremos a data”, explicou a tesoureira.

MÁRCIO

O jornal também contatou com o presidente afastado, Márcio Duarte Garcia, que foi reeleito  em 2023 para um novo mandato até 2026. A chapa única obteve quase a unanimidade, com 98% dos votos, sendo apenas dois contra.

O motorista concursado da Prefeitura de Pinheiro Machado disse que já está tomando as medidas cabíveis. “Foi uma decisão totalmente arbitrária e ilegal, contrariando a Constituição, pois não existe tribunal de exceção no Brasil, mas principalmente uma decisão que desrespeitou o estatuto da entidade. Tudo vai ser esclarecido ao seu tempo, não vou me manifestar ainda para preservar o devido processo legal e a responsabilização dos envolvidos”, afirmou.

Ele ainda destacou que, como cidadão, não perdeu nada. “Mas a classe foi ferida brutalmente, sempre estive preparado para os ataques externos, mas confesso que não estava preparado para os ataques internos. Foi duro o golpe, porém já travei muitas batalhas na minha vida e essa não foi a primeira e não será a última. Posso garantir que não fiz nada errado e que vou voltar à presidência. Na verdade só deixei correr para vislumbrar quem se mantinha nas sombras. Serão duramente responsabilizados e convocarei uma assembleia assim que possível. Todas as decisões tomadas nesse período são nulas e serão revogadas. Ninguém mais do que eu lamenta tudo isso, mas essas coisas fazem parte da vida de todos”, declarou.

Sobre uma motivação política, praticamente descartou. “Não posso afirmar, as vezes a coisa é mais simples. É só ódio e despeito, mas é uma opção, diferente deles, vou lhes dar o benefício da dúvida”, concluiu.

MINISTÉRIO PÚBLICO

O TP conversou com o promotor Adoniran Lemos Almeida Filho, que gentilmente atendeu, mesmo estando em férias. Ele disse que assim que voltar para as suas atividades, agora no início de fevereiro, vai analisar e dar um retorno ao jornal sobre a situação.

 

ORIGINALMENTE ESTE CONTEÚDO FOI PUBLICADO NO JORNAL IMPRESSO*

Comentários do Facebook