FUTEBOL

Do campinho ao lado de casa, em Hulha Negra, para os gramados de São Paulo

A trajetória esportiva do jovem Luiz Rogélio Menezes

Luiz Rogélio ao conquistar campeonato pela equipe do Tanabi Foto: Divulgação TP

Luiz Rogélio Martin Menezes, 19 anos. Este é o personagem desta história de determi­nação que iremos contar. Pela internet, se utilizando das facilidades das redes sociais, a reportagem do TP conversou com o jo­vem, que na ocasião, falava diretamente do alojamento onde reside com os demais atletas, em Valparaíso, in­terior de São Paulo.

Natural de Hulha Negra, filho de Luiz Wag­ner Lima Menezes e Clau­dionara Caldeira Martin, e irmão de Cayan e Soleil Menezes, o menino de 6 anos que já gostava de jogar futebol, deu os pri­meiros chutes em um cam­pinho ao lado da casa dos pais, junto com os irmãos e vizinhos, participando logo depois, da escolinha do famoso Sá. Conforme relatou à reportagem, mes­mo ainda bastante jovem, já sabia o que queria para o futuro. “Pra mim não era só uma brincadeira, tanto que aos 10 anos de idade meus pais me colocaram em uma escolinha conveniada do Grêmio, em Bagé”.

Ao falar dos pais, o jovem destaca o apoio constante. “Meus pais sem­pre me deram todo o apoio possível, me levando para treinos e pagando mensali­dades, entre outras coisas, só tenho a agradecer a eles”, ressalta Luiz.

Jovem já mostrava desde pequeno o gosto pelo futebol

Seguindo a conver­sa, o jovem contou que na escolinha do Grêmio ficou por um tempo até entrar, em 2014, no Genoma Colora­do, que tinha uma parceria com o Internacional, em Candiota. Em 2015 passou na peneira do Inter e por avaliação em Porto Alegre, fato que o levou, em 2016, a ir embora de Hulha Negra pela primeira vez. “Fui mo­rar na cidade de Encantado para jogar o Gauchão. Lá morei com meus dindos Márcio e Vanessa, e tive minha primeira experiência de ficar longe de casa, da família e dos amigos. Em 2017 voltei para Hulha Negra e comecei a treinar na ChapeBagé – que tinha uma parceria com a Cha­peconse de Santa Catarina. Em 2018 joguei pelo Gua­rany de Bagé, onde disputei um campeonato, e no fim de 2018 foi onde eu escolhi ir mais pra longe, fui para o interior de São Paulo, ci­dade de Votuporanga onde fiquei até o fim do ano”, contou o jovem.

Já em 2019, Luiz Rogélio foi campeão regio­nal pela equipe do Tanabi Futebol Clube, da cidade de Tanabi, interior de São Paulo e, atualmente, reside no município paulista de Valparaíso, onde se prepara para disputar o Campeo­nato Paulista Sub20 pela equipe do Andradina Es­porte Clube.

DIFICULDADES Luiz Rogélio possui uma rotina intensa de preparação. Segundo ele, são treinos com dois períodos de segunda a sexta-feira e momentos bastante difíceis. “Para estar aqui tem que querer e ser muito forte, só quem vive ou já viveu sabe como é”, conta. Uma dificuldade citada pelo atleta é estar longe de casa, visto somen­te poder visitar a família e amigos a cada seis meses. “Sinto saudades de casa a todo momento, vontade de ficar com minha família, uma data importante que às vezes a gente perde, por isso tem que ser muito forte, tudo isso tem que ser superado diariamente, às vezes dói demais”, conta.

Luiz Rogélio com os pais Claudionara e Luiz Wagner em uma das despedidas na rodoviária de Bagé Foto: Divulgação TP

O jovem atleta diz já ter perdido muitas coisas até chegar onde está hoje, mas tem certeza que tudo valerá a pena. “Eu tenho a sorte de ter pessoas boas ao meu lado, uma família que me apoiou e apoia desde sempre, meus pais e irmãos principalmente, e também um melhor amigo que pos­so chamar de irmão que é o Dionafar, uma pessoa que quero levar pro resto da vida comigo”, relata.

Ele lembrou tam­bém de uma perda que o abalou bastante, a morte do amigo de infância Crysan. “Em 2016 eu passei por um momento difícil, perdi meu melhor amigo, eu morava em Encantado, foi uma barra muito grande e tive que segurar. Mas quero ter conquistas até por ele, está tudo no controle de Deus”, relata.

Irmãos também acompanham carreira do jovem Foto: Divulgação TP

FUTURO Luiz fez ques­tão de falar sobre outros momentos de ajuda e o sonho de ser jogador pro­fissional. “Tenho uma lista de pessoas que eu nunca devo esquecer, de pessoas que estiveram comigo nos momentos mais difíceis e que estão, não preciso citar nomes. Essas pessoas eu carrego comigo, o resto que não me apoiou, que não acreditou e não acredita em mim, simplesmente é resto. Sempre tem alguém que tenta me por pra baixo, pessoas que não torcem por mim, mas eu só carrego co­migo quem está comigo, e é desses que eu vou sempre lembrar”, enfatiza.

Ao falar sobre o fu­turo e carreira, Luiz diz que a expectativa é jogar bem para participar da copa São Paulo que vai acontecer em janeiro de 2020. “Sempre foi meu sonho, nunca tive um plano B. Espero virar profissional, ajudar quem me ajudou, ajudar quem precisa. Esse sonho já não é só meu, é dos meus pais, dos meus irmãos, de algu­mas pessoas da família, de alguns amigos, de pessoas que realmente torcem, e isso é minha motivação di­ária”, conclui o jovem que ao terminar a entrevista já se preparava para o próxi­mo treino.

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