OPINIÃO DO TP

Editorial – Bombeiros voluntários em Candiota

O Estado de Santa Catarina, em especial, possui uma vasta experiência de organização da sociedade civil para o combate à incêndios, salvamentos e primeiros socorros. São os bombeiros voluntários. Essas organizações, sem fins lucrativos e como o próprio nome recomenda, sem remuneração dos seus integrantes.

Várias cidades catarinenses de todos os portes, possuem essas estruturas, que têm o apoio do poder público e do setor privado, bem como, são parceiras do Corpo de Bombeiros. Elas nasceram, pela pesquisa que o jornal fez, de demandas muito parecidas com as de Candiota, Pinheiro Machado e Hulha Negra, mas fundamentalmente Candiota, que é uma cidade pequena, porém com características específicas de ser industrial e rodeada por florestas.

Os bombeiros voluntários possuem uma organização semelhante ao Corpo de Bombeiros tradicional, formada por pessoas da comunidade, que recebem treinamento permanente, possuem uma coordenação e equipamentos, além de terem que, voluntariamente, exercerem um regime de plantões para o atendimento de ocorrências nos 365 dias do ano.

É comovente enxergar as pessoas, especialmente de empresas particulares,
arriscando muitas vezes suas próprias vidas para o combate às chamas.

Nesta semana na tribuna da Câmara, o vereador e ex-prefeito Marcelo Gregório (PSDB), preocupado com os últimos sinistros ocorridos na cidade, traz novamente ao debate uma proposta sua de implantação de bombeiros civis na cidade. É uma indicação que vem ao encontro da necessidade local, qual seja, ter uma estrutura de bombeiros localmente, sendo que o voluntariado talvez seja a melhor saída, inclusive econômica.

O TP acompanhou as três ocorrências recentes de incêndios no município. Em todas elas, há muito voluntariado, porém falta coordenação, treinamento e especialmente equipamentos. É comovente enxergar as pessoas, especialmente de empresas particulares, arriscando muitas vezes suas próprias vidas para o combate às chamas. No caso da casa incendiada na sede do município, chegou a ter uma espécie de congestionamento de caminhões-pipas – se não nos enganamos eram seis veículos, sendo que ao fim chegou mais o caminhão dos Bombeiros de Bagé.

A proposta é que a Prefeitura faça um chamamento de pessoas que queiram se voluntariar e ajude nesta organização inicial. Há toda uma legislação nacional que regulamenta o serviço, inclusive para evitar relações trabalhistas. Quem sabe uma visita é uma experiência num município de Santa Catarina, para conhecer a ideia? O desafio está lançado.

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