SUPLEMENTARES

Em eleição disputada, pinheirenses preferem a manutenção do trabalho de Ronaldo Madruga

Diferença de pouco mais de 4% revelou uma cidade dividida e que ainda está em crise econômica. O prefeito eleito e que já governa a Terra de Ovelha desde janeiro, prega como principal prioridade o equilíbrio financeiro

Rogério e Ronaldo foram os escolhidos pela população em uma eleição disputadíssima Foto: Letiere Navarrina/Especial TP

Quando faltavam apenas 370 votos para serem apurados oficialmente – as urnas mais distantes das localidades de Aberta do Cerro, Chapeado e Restinga demoraram um pouco a chegar no Cartório da 35ª Zona Eleitoral, no centro da cidade, onde acontecia a apuração -, o jovem candidato Ro­naldo Madruga (Progressistas) e seus apoiadores já tomavam as ruas para comemorar a vitória naquele início de noite do domingo, 4 de julho. O destino da cidade pelos próximos três anos e meio estava selado: os eleitores em sua ligeira maioria op­taram pela continuidade do trabalho de Ronaldo à frente da Prefeitura.

PREDESTINADO – Ronaldo foi escolhido pelo Progressistas, PSB e MDB em meados de 2020 para ser candidato a prefeito nas eleições do ano passado. Em circunstâncias até hoje não bem explicadas – na época ele apenas alegou que estava doen­te, Ronaldo desistiu de concorrer. Foi eleito o vereador mais votado da cidade em 15 de novembro, numa eleição na majoritária que o ex-prefeito Carlos Betiollo (PSDB) ganhou, mas não levou, pois incor­reu na Lei da Ficha Limpa e fez a Justiça Eleitoral convocar eleições suplementares.

Parecendo predestinado a governar a Terra do Ovelha, foi eleito presidente da Câmara em 1° de janeiro último e naquele mesmo dia assumiu interinamente a Prefeitura por conta do imbróglio jurídico-eleitoral. Agora em mea­dos de maio, quando anunciada a data das suplementares, Ronaldo parecia que não seria candidato mais uma vez, mas novamente numa reviravolta, teve seu nome apontado para ser o cabeça de chapa, depois de Rogério Moura ter aberto mão em seu favor e aceitando ser o vice.

O bacharel em Direito de 42 anos venceu as eleições deste domingo (4) com 3.464 (52,1%) contra 3.185 votos (47,9%) de seu adversário Danúbio Peres (PDT) – uma diferença de 4,2% (279 votos). Ronaldo foi eleito prefeito após ter se elegido três vezes vereador (2008, 2016 e 2020), além de ter sido vice-prefeito de 2013 a 2016.

Ronaldo venceu com 52,1% dos votos válidos Foto: Silvana Antunes TP

GOVERNO – Já na segunda-feira (5), no dia seguinte ao pleito suple­mentar, Ronaldo, entre entrevistas, alguma comemoração ainda e compromissos oficiais, deu conti­nuidade ao trabalho de governar. O seu governo, agora com ungido pelas urnas, terá maioria absoluta na Câmara, quando tem seis vere­adores na sua base de apoio.

Sob a prioridade do equilíbrio financeiro, Ronaldo em áudio enviado ao jornal após a vitória, agradeceu muito a comunidade pelo voto de confiança. “Eu e o Rogério levamos a nossa proposta séria, real e viável de porta em porta para melhorar as condições de vida de nossa população. Agora é começar a trabalhar para colocar em prática as mudanças que pro­pomos. Agradeço a Deus, à minha família, aos militantes e eleitores”, disse.

ADVERSÁRIO – Numa demons­tração clara de maturidade e res­peito, além de um gesto político de grandeza, o candidato derro­tado nas eleições suplementares de Pinheiro Machado, Danúbio Peres (PDT) postou em suas redes sociais um agradecimento aos seus eleitores e também parabenizando a chapa vencedora. “Que o nosso município, a partir de hoje, se reen­contre com o crescimento e desen­volvimento que tanto a população clama. Durante nossa caminhada conseguimos transparecer puro sentimento e ao mesmo tempo en­tender o tamanho das necessidades do nosso povo. Desejamos sucesso a toda nossa comunidade e aos novos gestares, Ronaldo Madruga e Rogério Gomes de Moura. Se­guimos em frente, sempre torcendo por Pinheiro Machado”, escreveu.

Foto publicada por Danúbio após o resultado, com os quatro candidatos juntos, mostrou o espírito elevado da disputa Foto: Divulgação TP

ALTA ABSTENÇÃO – O não comparecimento de eleitores nas eleições de novembro do ano passado já havia sido alta, com 2.349 (23,17%) faltantes. O recru­descimento da pandemia em 2021 novamente afastou os eleitores ainda mais nestas eleições suple­mentares.

Dos 9.042 eleitores aptos a votar, compareceram no último domingo nas 37 seções eleitorais, 7.089 deles. Quase 3 mil pessoas, 2.953 não se apresentaram. A abs­tenção foi de 29,41%. Ainda, 209 (2,95%) pessoas votaram nulo e 231 (3,26%) votaram em branco.

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