
Fabiano Oswald (PT), visitou a redação do TP para falar sobre o período em que estará à frente da Casa do Povo Foto: Silvana Antunes TP
“É uma satisfação muito grande estar à frente da presidência da Casa Legislativa. É mais um desafio em minha vida”. Desta forma o vereador Fabiano Oswald (PT), que assumiu a presidência da Câmara de Vereadores de Candiota após a licença de Danilo Gonçalves para assumir a Secretaria de Planejamento do município, iniciou a falar ao Tribuna do Pampa sobre o período em que estará presidindo a Casa do Povo.
O terceiro vereador mais votado em Candiota em sua primeira legislatura, que já atuou na Secretaria de Agropecuária durante sete anos no governo anterior e na Secretaria de Planejamento no governo atual, contou a reportagem que já havia essa possibilidade durante este ano (2019), mas devido a um rearranjo político o cargo ficou com o vereador Danilo.
Oswald atribui a chegada à presidência devido ao bom relacionamento com os colegas de base a sua forma de condução dos trabalhos. “Sempre falo que a política é dinâmica e não pode ser feita com ódio, e sim de forma construtiva, na base do diálogo, sendo enérgico e duro nos momentos que tem que ser para que as coisas andem. Essa tem sido um pouco minha tônica junto com o governo, base e meus colegas vereadores. Um pouco em função disso que meu nome foi cogitado em 2018 para assumir em 2019 como presidente. Agora, novamente fui solicitado por meus colegas para assumir a presidência até o final do ano. É uma satisfação pra mim ser lembrado sempre e poder estar à frente do Legislativo”, explica.
Ainda com relação ao contentamento de assumir o cargo, o vereador diz acreditar que não haverá grandes dificuldades para enfrentar no período. “Acredito que conseguirei deixar a marca de fazer as coisas andarem. Temos pessoas que nos auxiliam bastante, o próprio vereador Guilherme Barão (PDT) e os nossos vereadores da base nos apoiam bastante na condução da Casa. Agradeço a confiança depositada em mim pelo Partido dos Trabalhadores, sendo lembrado em vários momentos, de forma que pudesse agregar muito para minha trajetória. Agradeço ao governo sempre aberto ao diálogo, as oportunidades e implantação do Programa de Gestão Participativa (PGP), que faz com que as pessoas se apropriem mais acerca das necessidades e diferentes realidades do município”, ressaltou Fabiano.
PROJETOS – Fabiano Oswald confirmou ao TP a tentativa de conclusão de tramitação de alguns projetos de lei. Isso porque, segundo ele, é o papel de quem está à frente da Câmara de Vereadores, fazer os projetos andarem. “Durante todo o período tenho questionado o porquê de muitos projetos ficarem muito tempo no Legislativo. Claro que tem alguns que o Executivo quer que seja aprovado com urgência, mas que precisa de mais tempo para analisar. Entendemos esse processo, mas o que ocorre muitas vezes, é que alguns vereadores seguram tempo demais essas pautas. Vejo que alguns projetos em que a oposição não é favorável, o regimento interno é utilizado para exageros, sendo que alguns poderiam ser aprovados de forma mais rápida”, cobra.
Ele contou que em reuniões das comissões há a solicitação de mais prazos para análise dos projetos e que já ocorreu de projetos de lei permanecerem paralisados por cerca de oito meses e não foi dado nenhum parecer. “Então não foi falta de tempo. O vereador foi eleito para dar resposta, se concorda ou não com o projeto se discute em plenário, mas se a matéria é constitucional, se está legal quanto a questão orçamentária, não tem porque o vereador ficar segurando esse projeto. Se tiver algum pedido de audiência pública, justificativa, é possível fazer dentro do prazo”, afirma Oswald, acrescentando que “minha ideia não é tirar o direito do vereador legislar, fazer a verificação e análise do projeto, mas acho que de 15 a 20 dias é um bom prazo para o vereador estudar a matéria, fazer audiência pública em caso de necessidade e dar seu parecer. Não pode o vereador ficar travando o município por muito tempo”, critica.
O parlamentar citou como exemplos o caso do projeto de comercialização de terrenos e o projeto habitacional. “O governo tem interesse em fazer um programa de habitação e se sabe que é demorado, áreas demarcadas, projetos técnicos bem elaborados. Entrou já faz algumas semanas, mas ainda não tramitou por essa prerrogativa de atrasar, pedindo alterações a cada reunião. Penso que na primeira reunião podem ser feitas todas as solicitações. Mas os projetos podem sim tramitar de forma mais rápida e atenderem os anseios da população”, expõe.
ARTICULAÇÃO – Questionado de que forma pretende atuar para o andamento dos projetos, ele citou o diálogo, seja com vereadores da base, seja com os de oposição. “Precisamos construir as questões. Um exemplo: se tivéssemos todos os projetos aprovados até esta sexta-feira (20), teríamos recesso de fim de ano, não haveria necessidade de prender os vereadores e funcionários na Casa, mas como não foram aprovados ainda, não colocamos ponto facultativo e, portanto, vamos manter a reunião ordinária da próxima segunda-feira (23), com extraordinárias, e se necessário for, também vamos convocar extras para o dia 30 para tentar limpar a pauta dos projetos. Se não for aprovado, cabe ao próximo presidente reanalisar e colocar em votação. Mas meu interesse é em fazer com que a Câmara possa analisar em plenário todos os projetos até o dia 30 deste ano, principalmente projetos importantes para a comunidade, tais como o habitacional, de venda de terrenos, aberturas de créditos e centro comercial. Vamos fazer esforço necessário para isso”, explica.
MESA DIRETORA – Após assumir a presidência até o dia 31 de dezembro houve algumas renúncias por parte de membros da mesa diretora – até como forma de protesto da oposição com a saída de Danilo da presidência. Com isso, houve a necessidade de eleição de uma nova composição dos cargos em vacância. Assim, assumiu até o fim do ano também o novo vice-presidente, vereador Darlan Oliveira (PSB), 1º secretário João Roberto da Silva Costa (PT) e 2º secretário Guilherme Barão (PDT).
Fabiano Oswald porém, frisou acreditar que na política as coisas devem ser feitas sem ódio e com bastante respeito. “Somos adversários na ideologia política, mas não sou inimigo de ninguém. Nunca vou agir com revanchismo e ódio. Em nenhum momento vou agir com perseguição, não demiti nenhum cargo de confiança (CC) ou estagiário indicado por membros da mesa anterior. Vou manter a equipe até o dia 31 de dezembro. Em 2020 a presidência não é minha, existirá uma outra composição”, destaca.