EDUCAÇÃO

Em questionário aplicado por vereadora bageense, professores e funcionários rejeitam aulas presenciais

Mais de 90% votam pela continuidade do ensino remoto Foto: Divulgação TP

Desde a última quinta-feira (4), que a vereadora Cáren Castencio (PT) aplicando um questionário online dirigido a professores e funcionários de escolas da rede municipal de ensino. A iniciativa é uma das ações da parlamentar para verificar a realidade da rede de ensino após o anúncio de retorno às aulas, marcado para o próximo dia 18, no formato híbrido (uma parte presencial e outra parte remota, online).

O questionário contou com a participação de 408 servidores nos cinco dias em que esteve no ar. Desses participantes, cerca de 81% são professores e os demais, funcionários de escola. 40,7% são professores com duas matrículas da rede municipal, 26,6% são professores com apenas uma matrícula, 13,5% são professores com uma matrícula na rede municipal e outra na rede estadual, 13,2% são professores com uma matrícula na rede municipal e 20h de regime suplementar (vantagem que dobra a carga horária de professores, para atendimento de turmas quando há falta de professor) e 6% são professores municipais que também trabalham em escolas privadas.

Das 408 respostas, o questionário revela que 45,6% desses profissionais pertencem ao grupo de risco ampliado: são gestantes, pessoas que têm mais de 60 anos ou que apresentam comorbidades. Do total de participantes, 6,9% respondeu que já testou positivo para COVID-19 e 29,7% já viveu a perda de algum familiar ou pessoa próxima devido ao coronavírus.

No questionário, Cáren também levantou informações sobre a forma de deslocamento dos servidores até a escola: 53,4% responderam que utilizam veículo próprio e 33,8% utilizam transporte público. Outros 9,3% responderam que vão caminhando até a escola e 3,5% que utilizam carona.

A questão que atingiu maior percentual na resposta foi a que perguntava como deveria de dar o retorno às aulas neste momento em que os profissionais ainda não foram vacinados: 90,9% das respostas dizem que o ensino deveria ser remoto (online) e 7,8% respondem que deve ser híbrido, enquanto 1,3% responderam que as aulas deveriam ser presenciais.
Na questão que abordava as condições da escola, 70,2% dos profissionais dizem que sua escola não está em condições de manter o distanciamento nem a higienização dos espaços e 24,3% indicam que a escola consegue fazer isso apenas de forma parcial. Somente 2,9% acreditam que sua escola tem condições de manter o distanciamento entre as pessoas e a higienização de salas, corredores, refeitório e banheiros. As principais preocupações apontadas pelos servidores no questionário dizem respeito a salas pequenas ou mal arejadas, falta de equipamentos d de proteção para estudantes e profissionais, falta de profissionais para limpeza constante da escola, a dificuldade em controlar o distanciamento entre os estudantes e ainda as condutas de risco fora da escola: aglomerações, não uso da máscara ou falta dos demais cuidados contra a COVID-19.

A vereadora agora enviará as respostas à Promotoria de Justiça, ao Sindicato dos Professores e Funcionários dos Estabelecimentos de Educação Municipal (Sinprofem) e à própria secretária de Educação, para quem ela solicitará providências com relação aos problemas apontados. No dia 29 de janeiro, Cáren já tinha solicitado uma série de informações à SMED para verificar se houve a tomada de providências para a segurança sanitária das escolas. Os requerimentos ainda aguardam resposta do governo.

Perfil dos 408 entrevistados Foto: Divulgação TP

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