HOMENAGEM

Em vida, médico pinheirense ganha busto em praça pública

Autoridades, familiares, amigos, pacientes e admiradores participaram do ato na praça que já leva o nome do seu pai

Na foto, Ruy Celso e Laura Ratto com o idealizador da homenagem, Marco Aurélio Balinhas Foto: Gezer Tavares/Especial TP

O domingo (30) de sol e calor, além de marcar o final de semana com vasta programação em comemoração aos 145 anos de emancipação política de Pinheiro Machado, contou com um evento muito especial. Daqueles momentos que raramente acontecem e que, provavelmente, passarão a ocorrer mais seguido – desde que o homenageado esteja realmente a altura para tal. Naquela tarde, o médico Ruy Celso Pereira Ratto participou da inauguração do seu próprio busto na praça que leva o nome de seu pai – Ruy da Cunha Ratto.

Além da apresentação da Fanfarra da Escola Manoel Lucas Prisco, o ato contou com a presença de autoridades como o prefeito Ronado Madruga, do vice-prefeito Rogério Moura, do promotor de Justiça Adoniran Almeida Filho e de dezenas de pessoas da comunidade – das mais diversas cores, religiões, orientações sexuais e classes sociais. Ali, naquele momento, a presença de cada um e a união de todos tinha um significado muito mais importante que qualquer diferença entre eles: reverenciar os feitos de Ruy Celso ou do “médico dos pobres” como gosta de ser chamado. Entre lágrimas, sorrisos e muitos aplausos, todos pareciam querer dizer que Ruy Celso era o que o Internacional (seu time do coração) significa para ele: uma paixão arrebatadora.

O busto foi inaugurado no domingo (30), na presença de muitos amigos Foto: Gezer Tavares/Especial TP

FAMÍLIA – Entre alguns dos discursos, a sobrinha de Meco e vereadora Laura Ratto (MDB) foi a primeira a se manifestar. Bastante emocionada, disse que nada mais justo que o tio receber tamanha homenagem em vida. “Se pra vocês ele é tudo, imaginem pra mim? Foi o pai da minha mãe, meu pai e agora é o avô da minha filha. São três gerações de zelo, amor e cuidado.

Foi com ele que aprendi sobre solidariedade e amor ao próximo e com ele me tornei uma pessoa de bem, com princípios morais e éticos. Partilho o mesmo sentimento de vocês: nele temos um porto seguro e um amigo. Sempre pronto pra atender qualquer pessoa, em qualquer horário, sem distinções, sem nunca ter cobrado um único real nesses 45 anos de dedicação e disponibilidade – a verdadeira medicina por amor”, disse.

MAÇONARIA – Representando a Loja Maçônica Luz & Ordem II nº 16, Roberto Dutra também falou sobre o médico e sua trajetória por lá. “A maçonaria é uma instituição que tem por objetivo tornar feliz a humanidade; o irmão Ruy Celso, quando foi iniciado em nossa instituição, já tinha tornado a humanidade melhor milhares de vezes com sua benevolência, seu desprendimento e seu carinho para com as pessoas. Na maçonaria nós buscamos a luz do conhecimento através de nossos estudos e simbologia; o irmão Ruy Celso, quando lá chegou, já era um holofote de sabedoria. Na maçonaria buscamos aperfeiçoar o nosso ser interior e fazemos isso simbolicamente polindo a pedra bruta que existe dentro de cada um de nós; o irmão Ruy Celso, quando lá chegou, já era um diamante polido, muito próximo da perfeição”.

PACIENTE – Seguido do relato do promotor Adoniran Lemos Filho, que disse ser testemunha do quanto a comunidade o reverencia e é grata, a pinheirense Leraci Silveira também discursou a respeito do homenageado daquela tarde. Ela acompanhou a cerimônia da primeira fila e vibrava a todo o momento como se estivesse assistindo a um jogo de final de Copa do Mundo. O seu time? Um único jogador. Para ela e para muitos que ali estavam, o melhor de todos eles, Ruy Celso Pereira Ratto. “Por tudo o que esse homem tem feito por Pinheiro Machado, por nós e pelas minhas filhas eu só posso dizer gratidão. Não têm palavras pra descrever o amor que eu sinto por esse homem, é de todo o meu coração. Ele é meu pai e pai de todos nós. Diziam que o Bolsonaro era o mito, mas o mito é o Ruy Celso. Ele não pergunta se ninguém tem dinheiro, ele já foi na minha casa até de lanterna e a pé atender a minha filha. Isso é mito. Ele nunca me cobrou nada. Isso é amor. Aqui sim tem um médico por amor e com amor”, enfatizou.

O HOMENAGEADO – Durante seu discurso, Meco fez questão de dizer que sua vida é sustentada por quatro pilares: a família, o Internacional, a medicina e a maçonaria. Também contou que há quase 50 anos esteve naquela mesma praça que leva o nome do seu pai – segundo ele, um médico completo, como os clínicos gerais do passado. Fez questão de dizer que a ideia daquele busto surgiu em um dos jantares com os amigos Marco Aurélio, Mário Ricardo e Mauro Balinhas, Serafim Farias, Adoniran Almeida Filho, Álvaro Porto e Carlos Olívio Vergara. “Isso aqui é um acontecimento surreal. Fruto de uma mente visionária e articulada chamada Marco Aurélio Balinhas (Quinho). Conseguiu um escultor, mandou as fotos, participou de todos os detalhes, conseguiu a pedra, ajudou a abrir o buraco, fez todos os preparativos. Então esse evento tem nome e sobrenome. Ele sabe da minha amizade e do quanto sou grato”, disse. Admirador de frases feitas, encerrou seu discurso emocionado e cheio de gratidão, citando as clássicas de Voltaire e Fernando Pessoa: “todo homem é culpado pelo bem que não fez” e “tudo vale a pena quando a alma não é pequena”.

Evento teve o prestígio de toda a comunidade local Foto: Gezer Tavares/Especial TP

SAIBA MAIS – Formado em Medicina pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel) no ano de 1978, desde então atua em prol da comunidade pinheirense e já passou pelo hospital, Pronto Socorro, Postos de Saúde da zona urbana e da rural, como o do São João Batista, Passo do Machado, Torrinhas e Vila Umbu. Foi eleito vereador em Pinheiro Machado por três mandatos consecutivos (1988 a 2000). Em 2018, tomou posse como Venerável Mestre da Loja Maçônica Luz & Ordem II nº 16. Até os dias de hoje continua atuando como médico – no Posto de Saúde, na rua, em casa, no supermercado, onde mais a comunidade precisar dele e sem cobrar nada por isso – sendo esse o seu maior diferencial.

ORIGINALMENTE ESTE CONTEÚDO FOI PUBLICADO NO JORNAL IMPRESSO*

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