TRANSIÇÃO ENERGÉTICA

Empresa chinesa apresenta tecnologia de captura de CO2 do carvão mineral

90% do carvão brasileiro está concentrado no RS

Reunião contou com secretários do Estado e representantes da JNG Foto: Divulgação TP

No último dia 24, a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico (Sedec), recebeu em sua sede uma importante reunião para tratar sobre a transição enérgica do carvão, pauta esta que atinge o Rio Grande do Sul (RS) que vem sofrendo as pressões ambientais para a desativação das usinas de energia elétrica. A conversa foi conduzida juntamente com representantes da empresa chinesa JNG, que teve sua atenção atraída pelo potencial energético que o RS possui, sendo 90% do carvão brasileiro concentrado em solo gaúcho e destes, 40% localizado em Candiota.

A conversa contou com a presença do secretário da Sedec, Ernani Polo, o secretário adjunto da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), Márcio Madalena, e o secretário adjunto do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema), Marcelo Camardelli. Durante o encontro, a empresa chinesa, que há mais de 20 anos tem atuação consolidada com energia limpa, ou seja, uma energia que não lança poluentes na atmosfera e que contribui para a diminuição nas mudanças climáticas, teve o trabalho apresentado pelos empresários que também explicaram o processo de dessulfuração, que remove o dióxido de enxofre – um poluente das emissões de gases de combustão.

Pesquisas estão sendo realizadas na área de descarbonização, e de acordo com o material divulgado no site do governo do Estado, antigos e novos métodos estão sendo combinados para a captura de gás carbônico (CO2) da atmosfera, assunto que também foi abordado. A intenção do grupo chinês, já que o Estado é um grande produtor de energia, é de aplicar essas tecnologias em plantas industriais do RS. “Nós temos que olhar as mudanças climáticas e buscar meios de transformar a indústria. Sendo assim, vamos dar continuidade nessas conversas”, citou o secretário Ernani, ao final da reunião.

Atualmente, as únicas duas termelétricas alimentadas com o mineral no Estado estão em Candiota, a UTE Pampa Sul e a Usina de Candiota (Fase C).

 

FERTILIZANTES

 

Segundo matéria publicada no Jornal do Comércio, a CEO da JNG, Jing Luo, disse que a comitiva estrangeira foi bem recebida e o foco das conversas foi a tecnologia de captura de CO2 e como esse procedimento pode gerar subprodutos, como fertilizantes. A executiva também ressaltou que, a matriz elétrica brasileira possui enorme participação de fontes renováveis, como a hidroeletricidade e a eólica, no entanto o carvão permite que a energia seja “armazenada”, ou seja, se trata de uma geração firme, que não oscila se faltar chuva ou vento.

 

A possibilidade de produzir fertilizantes no RS, também chamou a atenção do Estado, que segundo o secretário adjunto da Seapi, Márcio Madalena, é muito interessante e também é um dos benefícios gerados pelo uso dessa tecnologia. “Produzir a partir de algo que é um passivo ambiental, torna a tecnologia apresentada pelo grupo chinês uma alternativa extremamente interessante”, destacou Márcio.

 

ORIGINALMENTE ESTE CONTEÚDO FOI PUBLICADO NO JORNAL IMPRESSO*

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