Peter Lu fez a apresentação da tecnologia na Expodireto Cotrijal Foto: Reprodução TP
Na próxima segunda e terça-feira, dias 11 e 12 de março, representantes da empresa chinesa JET JNG US estarão em Candiota, realizando visitas técnicas. A empresa desenvolve uma tecnologia inovadora, a transformação dos gases provenientes da queima do carvão mineral em fertilizante. A visita ao município é importante para o período onde se busca a transição energética justa.
A agenda prevê, na tarde de segunda-feira (11), uma visita à Usina Termelétrica Pampa Sul e à Seival Sul Mineração (SSM), seguida de um encontro institucional na Prefeitura de Candiota, com o prefeito Luiz Carlos Folador. Já para a manhã do dia 12, está prevista uma reunião com a Âmbar Energia, proprietária da Usina de Candiota, e, na parte da tarde, visita ao Laboratório de Energia e Carboquimica (LEC), da Universidade Federal do Pampa (Unipampa).
Ao TP, um dos líderes do grupo que defende o uso sustentável do carvão mineral e criado com o apoio da Câmara de Vereadores e Vereadoras de Candiota, Anselmo Malaguez, falou sobre a visita da empresa JET JNG US. “Eu acho estratégico e importantíssimo, levando em conta que a queima de carvão mineral está sendo questionada a nível mundial em razão das mudanças climáticas e considerando também o cenário em que o Brasil importa em torno de 80 % dos fertilizantes utilizados na produção de alimentos. Seria um ganho de ponto de vista social, econômico e ambiental e traria uma visão mais positiva para esse mineral que alavanca o desenvolvimento de Candiota e parte da empobrecida Metade Sul do RS. Também é importante citar a possibilidade da reativação de centrais termoelétricas desativadas, como as existentes em Candiota e São Jerônimo, junto com novos projetos de Pequenas Centrais Termoelétricas – PCT, visando a produção de fertilizantes”, afirmou Anselmo, destacando ser importante lembrar que o RS possui uma Lei Estadual, a 15047, de 2017, que cria o Polo Carboquimico da Campanha e do Baixo Jacui, prevendo e incentivando futuras empresas que queiram investir no Estado.
EXPODIRETO
A empresa chinesa JET JNG US, esteve na 24ª Expodireto Cotrijal, em Não-Me-Toque para apresentar a tecnologia inovadora que usa aplicação de amônia na limpeza de metais pesados e gases emitidos pelas termelétricas.
Segundo explanado, o processo ocorre em duas etapas da produção, o que resulta dois tipos de fertilizantes. A primeira fase gera sulfato de amônia, já utilizado como fertilizante. A segunda acontece com a reutilização da amônia que captura o CO2 (CCFU) transformando-o em bicabornato de amônia, produto já testado na China, Espanha e Portugal, e que está em fase de construção para testes no Estado. O uso da amônia irá diminuir a emissão de gás carbônico (CO2) liberado pela termelétrica.
O diretor executivo da empresa no Brasil, Giuliano Capelleti de Oliveira, explica que a parceria com os chineses começou em 2020 e que representa a empresa no Brasil. Além disso, Oliveira explica como o uso da amônia atua, neutralizando o potencial poluente dentro das termelétricas. “A amônia captura o enxofre liberado na combustão do carvão mineral e transforma esse elemento químico em sulfato de amônia”, detalha. Depois, a amônia é reutilizada para neutralizar o CO2 emitido, gerando bicabornato de amônia. “O processo consegue reduzir em 80% a emissão de CO2”, reitera.
O executivo salienta que vai começar a fase de testes com a Emater e a Embrapa para mensurar a eficácia do produto. “O sulfato de amônia tem 21% de nitrogênio e o bicabornato de amônia tem 17% de aproveitamento no solo, conforme diagnóstico dos testes nos três países”, enfatizou.
O vice-presidente, Peter Lu, enfatizou que é importante trazer esta tecnologia para o Rio Grande do Sul, já que o Estado possui as maiores reservas de carvão do país e tem um potencial muito grande para uso de fertilizantes nitrogenados em suas lavouras.
O titular da Sedec, Ernani Polo, explica que o grupo chinês já participou de duas reuniões na Secretaria, quando ambas as partes manifestaram interesse em estreitar relações e consolidar negócios estão no RS para divulgar a tecnologia, comercializar e encontrar possíveis parceiros, uma vez que está programada a visitação da empresa a Candiota. “A Usina Termelétrica Pampa Sul, Usina Termelétrica Candiota, o prefeito e a Unipampa, que já tem estudos encaminhados sobre o tema. A visitação tem a finalidade de mostrar a tecnologia que vai diminuir a emissão de gases poluentes, tornando a fabricação mais sustentável para o meio ambiente”, disse.
ORIGINALMENTE ESTE CONTEÚDO FOI PUBLICADO NO JORNAL IMPRESSO*
