Esforços conjugados entre comunidade escolar e empresas
viabilizaram a instalação do projeto Foto: J. André TP
Os episódios de violência contra escolas, ocorridos com mais frequência em abril deste ano – em especial o ataque a uma creche de Blumenau (SC) -, acendeu um sinal de alerta e um sentimento de medo em todo o Brasil.
Neste contexto, a Escola Estadual de Ensino Médio (EEEM) Jerônimo Mércio da Silveira, localizada na Vila Residencial, em Candiota, na época, por meio do Círculo de Pais e Mestres (CPM) e direção, debateu formas de como melhorar a segurança interna e externa do educandário.
Na ocasião, em reunião com pais, mães e responsáveis, se projetou o cercamento eletrônico, com instalação de câmeras de videomonitoramento. A saída para arrecadar os recursos foi um Pix Solidário, que ao fim se frustrou em termos de arrecadação.
Sem perder a perspectiva da importância do projeto, CPM e direção buscaram alternativas, sendo que a iniciativa foi inscrita e contemplada no Fundo Social da Sicredi Liberdade 2023. “Juntamos os recursos do Pix Solidário, da Sicredi e uma verba federal que veio para escola para viabilizar o videomoniramento”, lembrou a presidente do CPM, Rafaela Parodes, durante o ato de inauguração ocorrido na noite da última sexta-feira (25) – ela que é filha de uma ex-aluna, estudou na escola e atualmente é mãe de um aluno. “Espero que vocês se sintam seguros. Este sistema não é para fiscalizar os alunos e sim para proteger”, arrematou ela diante de uma plateia formada basicamente por estudantes.
Em tom de muito agradecimento, o diretor Hermes Borba Delgado, também lembrou que as empresas candiotenses MAP Construções, de propriedade do membro do CPM, Moisés Almeida Pedro, e a Elétron Informática, de propriedade de Ibageú Dias, foram fundamentais para a viabilidade do processo. A MAP fez, sem custo, a instalação dos postes e puxou os cabos, e a Elétron foi a fornecedora dos equipamentos, porém todo o serviço de instalação do sistema realizou de forma gratuita. “Nos sentimos felizes e honrados nesta noite em poder entregar esta ferramenta de segurança”, assinalou ele.
A gerente da agência local da Sicredi, Flávia Barreto, presente na inauguração, destacou que era uma grande alegria voltar na escola que estudou. “Satisfação em poder ajudar para que o projeto saísse do papel. O Fundo Social é para retornar os recursos para a comunidade”, apontou.
SISTEMA
Conforme explicou Ibageú, da Elétron Informática – responsável pela instalação, o sistema é formado por 18 câmeras de videomonitoramento, sendo que comporta 20. As imagens têm qualidade de altíssima definição (full HD), podendo ser acessadas pela direção da escola de qualquer lugar, de forma remota, através de internet.
As câmeras fazem a cobertura externa e interna do educandário, nas áreas consideradas de uso comum, com exceção do interior das salas de aula. A central está posicionada na sala da direção, com acesso restrito.
Além disso, o sistema possui uma autonomia de gravação de 36h em caso de falta de energia, sendo que as câmeras são equipadas com infravermelho para filmagens com alcance de até 20m, sem qualquer iluminação.
SEGURANÇA
Para a aluna do 3º ano do ensino médio, Yasmin Buck, de 17 anos, a instalação do sistema representa segurança para todos. Ela lembra que sua família viveu um drama pessoal quando foram assaltados recentemente e após a colocação de câmeras em sua casa, ela disse se sentir mais segura.
“Os pais podem se tranquilizar”, analisa, assinalando que não vê como uma invasão de privacidade, pois, segundo ela, se está numa escola, que é pública e, portanto, num local de estudo e não de fazer coisas erradas e que as câmeras não possam captar.
TÉCNICO
O técnico em Informática e funcionário da empresa que instalou o sistema, Ângelo de Lima, estava orgulhoso do trabalho voluntário que fez. “Meu sentimento é de gratidão, tanto como profissional, como aluno que fui desta escola”, disse.
