Escola Seival

Fechar uma escola é sempre uma medida muito impopular e que gera desgaste político. No caso da histórica Escola Estadual de Ensino Fundamental (EEEF) Seival, a possibilidade de um fechamento gerou uma mobilização legítima e natural da comunidade. Causando até comoção.

Puxada pela Associação de Moradores local (Amors), alunos, ex-alunos, pais, líderes comunitários, professores e ex-professores, além de políticos, se manifestaram ao longo de uma semana, bem como, fizeram uma mobilização chamando a atenção até regional e pedindo o não fechamento do educandário.

O fato, como toda movimentação popular, gera desconforto político. Na última segunda-feira (7), durante uma reunião de mais de duas horas, a 13ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE) garantiu a reabertura da escola, que teve suas atividades interrompidas há mais de 60 dias por conta de um incidente, ainda em investigação, sobre a merenda.

A comunidade, além da reabertura, exige qualidade no ensino, pois há relatos de que a situação pedagógica está comprometida, até porque as turmas são multisseriadas, entre outras situações que influenciam no desempenho satisfatório do educandário.

Como dito, é mais do que justo a reivindicação da comunidade em manter a sua escola aberta, que ao longo de dezenas de anos formou e educou milhares de pessoas. Contudo, vontade popular não basta num caso desses. Estamos falando de crianças, jovens e adolescentes em idade de aprendizado. Estamos falando de educação e de futuro.

A questão é complexa e precisa estar amparada não apenas em sentimentos e vontades. Precisa ter respaldo científico, pedagógico e estrutural. O debate tem que ser franco e aberto entre as autoridades educacionais e políticas com a comunidade.

Se chegar a um acordo social, a um tratado. Se sim, manter a escola em funcionamento é a melhor saída, que ela seja a melhor escola possível e que garanta satisfação para os alunos e profissionais que lá vão seguir estudando e atuando. Mas se houver uma conclusão diversa ao longo do debate, que isso não seja motivo de uma guerra ou troca de acusações mútuas, pois lembramos, o que está em jogo, para muito além de qualquer coisa, é o futuro dos atuais estudantes e também daqueles que virão.

 

ORIGINALMENTE ESTE CONTEÚDO FOI PUBLICADO NO JORNAL IMPRESSO*

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