100 DIAS DE GOVERNO

“Estamos trabalhando para o município poder sair da UTI”, diz prefeito em exercício, Ronaldo Madruga

Ronaldo Madruga foi empossado presidente da Câmara e logo após assumiu o Executivo em razão do município não ter prefeito eleito Foto: Letiére Navarrina/Especial TP

O prefeito em exercício de Pinheiro Machado, Ronaldo Madruga (Progressistas), que permanecerá a frente do Executivo até ser realizada uma nova eleição na cidade, avaliou os 100 primeiros dias de governo de forma positiva. Segundo o gestor, há um trabalho intenso na organização administrativa. “O município se encontra numa situação financeira bem difícil já algum tempo. Por isso estamos fazendo uma reestruturação administrativa para pagar o que o município realmente tem que pagar e ajustando a questão financeira para que possamos pagar em dia os credores e os funcionários, para que o município volte a ter credibilidade, para que ele possa sair da UTI”, afirmou Ronaldo, salientando que em cada setor da prefeitura está sendo observado o que é importante para a sobrevivência do mesmo e o que não é necessário está sendo readequado.
Quanto ao que foi possível ser feito durante o período, o prefeito em exercício frisou o equilíbrio financeiro. “Conseguimos manter nesses três primeiros meses o equilíbrio financeiro, acompanhando sempre a receita e a despesa, não há uma mágica a não ser acompanhar o que podemos gastar mensalmente e dentro dessa perspectiva fazer as ações”.
Ele também explicou a situação do município em termos financeiros. “Estamos buscando o recálculo de todos os precatórios do município, apurando o valor devido de todos os processos através de perito contratado, porque hoje o grande vilão do município são os precatórios. Não quer dizer que não vamos pagar, mas vamos pagar o que é devido. Como exemplo, se fez cálculo de dois precatórios, onde em um deles, a pessoa que demandou judicialmente apresentou cálculo de R$ 350 mil e o verdadeiro valor devido era de R$ 240 mil, então é uma diferença de mais de R$ 100 mil. Ninguém gosta de pagar uma conta que não é correta. A mesma coisa o município, nós estamos buscando dar de César o que é de César, o que não é nós vamos usar medidas legais e cabíveis para o município mostrar pra Justiça o que está certo e o que está errado”, expôs Madruga, ressaltando que as medidas tomadas pelo Executivo estão permitindo colocar o salário em dia e o objetivo é voltar a pagar o vale- alimentação. “Os funcionários estão sem receber há 5 anos o vale. Assim que a câmara aprovar o projeto, voltaremos a pagar. Será uma importante parceria com o Legislativo, onde a Câmara vai antecipar o duodécimo, pagando 50% do valor do vale, que gira em torno de R$ 60 mil, entrando R$ 30 mil e o município com mais R$ 30 mil. O vale será pago por dia trabalhado”, destacou.
Com relação ao trabalho, o gestor também cita a manutenção dos maquinários e das estradas conforme o fluxo de possibilidade de caixa financeiro, a construção de uma cobertura para a quadra poliesportiva da Vila Umbus com recurso proveniente de emenda parlamentar, conquista de recurso de R$ 100 mil junto à Secretaria da Obras do Estado para a recuperação de 15km de estrada da localidade São João Batista e retirada do município do Cadin depois de 10 anos.
Madruga disse que apesar de não ter intenção de concorrer a prefeito, a preocupação é deixar o município para o próximo gestor com uma situação amenizada. “Precisamos que haja uma consciência de que existe uma mudança de fazer gestão, uma mudança de responsabilidade com os recursos públicos, nós também estamos tentando organizar a cidade para a cidade ficar mais simpática, com ar de limpeza e de cidade organizada, mas tudo isso leva tempo, não se consegue fazer isso da noite para o dia. Hoje, fazendo uma comparação, digo que o município não está mais ligado nos aparelhos, mas segue estabilizado na UTI, mas se houver algum desvio na curva, ele volta a ser ligado nos aparelhos novamente e daí vai haver atrasos de pagamentos. Além das despesas atuais, ainda estamos pagando restos a pagar de 2020, então fizemos um decreto de prioridade de pagamentos, de forma que não comprometa o primordial que é o salário dos funcionários. Mas a minha preocupação, que eu tenho me dedicado e que as pessoas têm cobrado um resultado mais efetivo são os precatórios, ainda tenho mais 15 dias de trabalho com a equipe em cima dos precatórios para regularizar ainda neste ano e as coisas andarem no seu fluxo normal”, ressaltou.

DIFICULDADES – O prefeito em exercício disse que uma das principais dificuldades encontradas ao assumir o Executivo foi a defasagem de funcionários em cargos vitais. “Estamos com problemas de nomeações porque a lei 173 nos proíbe de fazer nomeações de cargos que não foram ocupados em 2020, então a gente tem bastante dificuldade de recursos humanos. Também, não fui possibilitado à transição, assumi sem transição e muitas coisas eu não tinha conhecimento de como estavam sendo feitas, eu tive que ver tudo ‘novo’, sem a possibilidade de dar o meu toque, sem saber como conduzir. Então eu senti bastante falta de não ter tido legitimidade pra fazer a transição, já que eu só recebi a legitimidade no dia 1º de janeiro quando fui empossado como presidente da Câmara e o prefeito anterior já não estava mais”, lembrou.
Ronaldo Madruga também falou de outro grave problema, o fundo de aposentadoria e pensões. “Hoje o município não consegue acessar determinados recursos porque não tem a regularização das certidões, estamos buscando essa regularização para ficarmos aptos e termos capacidade de empréstimos, financiamentos para habitação”, explicou.

FUTURO – Ao ser solicitado a dizer o que pode ser esperado pela administração a curto prazo em razão de se vivenciar um momento tão difícil de pandemia, o gestor fala em dificuldades e prioridades. “Vivemos um momento atípico de muitas dificuldades, de todos os esforços voltados ao combate do Covid-19, então pedimos às pessoas que entendam as nossas necessidades e prioridades nesse momento, pois eu tenho que ter o foco voltado ao Covid, pois esse é um momento de muita austeridade nos gastos públicos porque se você atender todas as demandas ao tempo e à hora que desejam, o município estará novamente fardado à ruína. Por isso fazemos um filtro, de quais são as prioridades daquele momento para atender principalmente as áreas prioritárias. O município está operando conforme a sua capacidade financeira e de orçamento, eu não vou ceder à pressão, enquanto eu estiver aqui vou dar prioridade para o que é prioridade. A Prefeitura, em analogia, é como uma criança, às vezes a criança quer tudo e tu não pode dar tudo para uma criança, temos que saber qual a real necessidade pro seu crescimento e desenvolvimento e é isso que estamos ponderando e pautando aqui”, enfatizou.

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