Estrelas que voam

As estrelas iluminam a vida das pessoas, nunca se sabe por quanto tempo, afinal esse tempo pertence a Deus que sabe de tudo o tempo todo e sempre. Mas enquanto recebemos essas luzes, somos de fato, imensamente felizes, e bafejados pela felicidade nos tornamos aprendizes da vida, curiosamente, ensinados pelas pequenas estrelas que iluminam o caminho diário, em cujo caminho impera a alegria, o sorriso, a vontade da conquista.
Mas eis que chega o momento em que a larva sai do casulo, a borboleta então cria asas e ensaia seus primeiros voos. Aos poucos vão experimentando outros caminhos, estradas às vezes tortuosas, justamente as que fornecem os melhores ensinamentos, por vezes voltando ao casulo para conforto, acolhimento e bons conselhos. Os primeiros erros, as vitórias, os acertos, as virtudes, as falhas, aquilo que faz parte do cotidiano de todo o ser humano.
E eu que nunca falei disso antes, percebi que fechei meus olhos por um instante, e ao abri-los vi que as estrelas tinham ido embora. Fazendo o seu mundo, buscando seus ideais, como nós também, um dia fizemos. Percebi que o tempo não passa, mas nós é que passamos. E o tempo, já dizia o poeta, não volta. O que volta é a vontade de voltar no tempo. Esse cenário real provoca lágrimas nos meus olhos, ao mesmo tempo em que faz meu coração cético arder de esperanças boas e felizes.
Refleti então, que essas estrelas não são nossas. Deus nos empresta elas por algum tempo, depois elas seguem sua vida independente, viçosas, iluminadas, graciosas, parecendo sempre que são pequeninas. Mas agora já são estrelas ardentes, brilhantes, nos ensinando que o mundo pertence a elas, já formam e constituem uma nova geração.
Agora são uma constelação!
A casa que fora durante muitos anos iluminada pela graça daquelas estrelas, agora sente falta de tanto calor, tanta vida, alegria, imaginação, porque ali restam apenas e tão somente lembranças. Lembranças boas, lindas, tamanha a felicidade produzida naquele tempo tão belo e passageiro. Os anos correram apressadamente, o mundo mudou, a vida cobrou atitudes e escolha de caminhos, os mesmos caminhos e trajetos que levaram as estrelas a mudar de rota e direção.
Agora vem a saudade, o tempo começa a sumir, contam-se os dias, as horas, os minutos para o reencontro onde o abraço e o beijo carinhosos vão nos proporcionar um pouco de felicidade, uma oportunidade de recordar ou reviver o quanto foi bom aquele tempo.
“Os filhos são como as águias, ensinarás a voar, mas não voarão o teu voo. Ensinarás a sonhar, mas não sonharão os teus sonhos. Ensinarás a viver, mas não viverão a tua vida. Mas, em cada voo, em cada sonho e em cada vida permanecerá para sempre a marca dos ensinamentos recebidos.” (MADRE TERESA DE CALCUTÁ)

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