Um evento marcado para acontecer nesta quarta-feira (12), em São Paulo, pode definir o futuro da Usina de Candiota (Fase C). O encontro, denominado de Investor Day Eletrobras, será monitorado pelo mercado financeiro. Através dele, o primeiro do gênero pós-privatização e que tratará da estratégia da companhia de energia, a expectativa é de que muitas dúvidas do mercado sobre a empresa (após diversos ruídos na primeira metade do ano) sejam dirimidas.
Em entrevista dada há cerca de um mês, o CEO da empresa, Wilson Pinto Ferreira Júnior, anunciou que neste dia 12 será lançado um plano de descabornização ou carbono zero, quando usinas térmicas serão fechadas ou vendidas. Vale lembrar, que a Usina de Candiota pertence a CGT Eletrosul, que é subsidiária da Eletrobras e possui contratos de venda de energia somente até dezembro 2024. Em outra ocasião, o manda-chuva da Eletrobras já havia se referido especificamente a unidade candiotense, afirmando que a empresa não tinha mais interesse neste ativo que opera com carvão mineral. Já foi anunciado recentemente a preparação da venda de sete usinas a gás que pertencem à ex-estatal.
Em audiência na semana passada no Ministério de Minas e Energia, segundo repassou a assessoria do deputado Alexandre Lindenmeyer (PT-RS), a pasta se comprometeu em tratar o assunto da Usina de Candiota junto a Eletrobras antes do evento desta quarta. O TP não teve acesso se de fato isso aconteceu.
Paralelo a isso, já se trabalha junto ao Senado e com a aceno positivo do governo federal, a apresentação no mês de agosto, com autoria do senador Paulo Paim (PT-RS), de uma legislação semelhante a aprovada para Santa Catarina no final de 2021, que prevê uma transição energética também no Rio Grande do Sul e especialmente para Candiota, garantindo até 2040 a continuidade das atividades da Usina como reserva emergencial de energia e também substituindo aos poucos a queima pela gaseificação do carvão, além da criação de um polo carboquímico.
