ESCLARECIMENTO

Ex-secretário Geral de Governo presta contas no Legislativo sobre rodeio realizado em Candiota

Dinossane Pech esteve presente na sessão da última segunda-feira (22)

Dinossane falou sobre os gastos que teve com o evento Foto: Divulgação TP

Na sessão ordinária realizada no último dia 22, a Câmara de Vereadores e Vereadoras de Candiota abriu espaço para que o ex-secretário Geral de Governo e ex-vereador, Dinossane Pech, pudesse prestar contas sobre o rodeio realizado nos dias 15, 16 e 17 de março, na Vila Operária, denominado como Rodeio Municipal. O esclarecimento havia sido solicitado em sessões anteriores, principalmente pelo vereador Guilherme Barão (PDT), e pela vereadora Luana Vais (PT).

 

PRESTAÇÃO DE CONTAS

 

No início de sua fala, Dino começou dizendo que, por mais que o evento tenha sido denominado como algo municipal, o Poder Público não teve envolvimento algum em relação a dinheiro, e que o nome se deu por uma equipe que cedeu o nome para o rodeio. “Assim como vai ter outro rodeio agora em setembro, e colocamos o nome de Rodeio Farroupilha”.

Dando continuidade, ele partiu para a questão financeira, dizendo que esta foi a parte mais questionada, já que foi cobrado a entrada e a inscrição nos dias de evento. “Gastamos no rodeio o total de R$ 79, 8 mil. Arrecadamos R$ 71, 8 mil, então ficamos abaixo com pouco mais de R$ 8 mil que não entrou para se cobrir os gastos do rodeio. Também quero dizer que, quando dizem que se houve dinheiro público, não, não se houve dinheiro público. A Prefeitura de Candiota não colaborou com nenhum real para que o rodeio fosse feito, a única colaboração que a Prefeitura teve foi com o som e dois banheiros químicos, assim como ajuda em outros os eventos”, mencionou ele, destacando que a arrecadação do rodeio foi para pagar os custos do mesmo. Além disso, ele citou que atualmente apenas três tipos de pessoas realizam um evento como este, “sendo rico, louco ou com muita coragem”, afirmou ele, dizendo que é um gasto exorbitante e que faltou apenas R$ 150 para completar R$ 80 mil de gastos.

Além disso, o ex-vereador mencionou todas as despesas com o aluguel do gado, transporte, gerador, técnica de enfermagem, limpeza de banheiros e narradores que trabalharam, ressaltando mais uma vez que foi algo particular realizado por uma equipe composta por 10 homens, e que o mesmo grupo está organizando a criação de uma associação para cuidar do local onde o mesmo foi realizado. Ele também mencionou que faltou pouco mais de R$ 8 mil para conseguir pagar os gastos, mas que todos receberam o seu dinheiro. “Não tínhamos a obrigação legal de vir prestar esclarecimentos, porque foi uma festa particular e não um evento do município. Para ser um rodeio do município, a cidade precisa bancar o evento e não é essa a verdade. Não conseguimos com o dinheiro arrecadado pagar todo o mundo, mas todos que saíram dali receberam”, garantiu.

 

DEBATE

 

Após a explicação, o vereador Guilherme Barão pediu o uso da palavra e agradeceu Dino pela presença na Câmara, dizendo que uma de suas dúvidas já havia sido esclarecida, a respeito do rodeio não ser municipal. Mas partindo para os questionamentos, Guilherme afirmou que a Prefeitura investiu mais de R$ 50 mil no rodeio, entre tramas, arames e outras coisas. “Isso é dinheiro público e precisa ser prestado conta, os empenhos estão aqui, o portal de transparência não mente. Tá aqui, é público. Por isso que esta Casa precisa fazer o seu papel, é o nosso papel fiscalizar e o senhor sabe, pois já foi vereador. Se o município investiu mais de R$ 50 mil, tem que ser prestado conta. Eu vou questionar o governo, por que investiu todo esse dinheiro do povo, o povo autorizou isso”, perguntou ele.

Em resposta, Dino disse que eles estavam falando sobre dois assuntos diferentes, e que ele havia sido questionado sobre o rodeio e não sobre a pista. “Eu fui questionado sobre o evento, e eu estou prestando conta sobre isso. Agora, se existe dinheiro público na construção da pista de rodeio municipal e que a pista ficará lá para o povo usufruir, não é o Dino que tem que fazer prestação de contas e sim o Executivo”, rebateu.

Pedindo o uso da palavra, a vereadora Luana disse que também havia levantado a pauta na tribuna, fazendo questionamentos sobre o motivo do rodeio ter sido divulgado como municipal. “Entendo a importância e parabenizo vocês se estão montando uma associação, porque é legitimo. O município tem aportado todos os eventos e inclusive eu citei aqui sobre o apoio significativo para o Broche de Ouro, e também para a Credenciadora ali do Betiollo, onde foi aportado um valor bem significativo pelo município. Então não seria justo se não aportasse para o rodeio”, falou Luana, mencionando também que, como foi divulgado como algo municipal, deu para entender que a entrada deveria ter sido gratuita e que foi exatamente isso que levantou em sua fala. “Embora que a divulgação do rodeio também foi feita pela mídia da Prefeitura. Deu entendimento dúbio”, encerrou.

Sobre isso, Dino ressaltou mais uma vez que foi indagado sobre o evento, e que uma prestação foi feita de forma muito clara sobre isso. Já em relação a divulgação nas redes sociais da Prefeitura, ele disse acreditar que todos os eventos devem ser anunciados desta maneira. Ainda, ele afirmou que a pista poderá ser utilizada pela população, e que os tradicionalistas não tinham um espaço neste sentido.

Já o vereador Danilo Gonçalves (PT), parabenizou Dino pela iniciativa e pelo trabalho realizado, dizendo que já foi colocado dinheiro em tantas outras coisas que talvez o povo não pudesse usufruir, mas que dessa vez foi algo para todos. “Inclusive, estivemos reunidos e criamos mais uma comissão para construir a cancha de carreira, e como ali a área por enquanto não é municipal, nós também precisamos de ajuda. O Dino largou as coisas dele e ficou quase 60 dias trabalhando ali, e isso ficou bonito para o município. Assim como nós vamos deixar muitas coisas para construir a cancha de carreira, e o município fica histórico e eu sempre defenderei o tradicionalismo e se for pra gastar nisso eu defendo”, frisou.

Ao finalizar os esclarecimentos, Guilherme pontuou que ninguém é contra o rodeio, mas que não teve autorização legislativa e que é preciso passar pela Câmara para gastar o dinheiro do povo, o que, segundo ele, não aconteceu.

ORIGINALMENTE ESTE CONTEÚDO FOI PUBLICADO NO JORNAL IMPRESSO*

Comentários do Facebook