AGRICULTURA

Extensionistas da Emater avaliam safra e falam sobre as culturas de inverno na região

Técnicos falaram sobre a situação dos campos Foto: Divulgação TP

Os Dias do Colono e do Agricultor em 2021, lembrados no final do mês de julho tiveram uma dupla comemoração para os produtores. Isso porque de acordo com os extensionistas rurais dos escritórios da Emater/Ascar da região, as safras 2020/2021 foram avaliadas como excelentes. Também há uma expectativa bastante positiva quanto aos plantios de inverno e a próxima safra. Os bons resultados têm estimulado os produtores na continuidade dos trabalhos.

HULHA NEGRA – O extensionista rural e chefe do escritório da Emater Guilherme Zorzi avaliou a safra das culturas de verão como arroz, sorgo e soja, encerrada em maio, como maravilhosa para os produtores. “Nem em sonho os produtores teriam um cenário bom assim. Estimamos e chegamos a 50 sacos por hectare, o melhor que já tivemos, nunca chegamos nisso. E junto a produtividade temos o preço, que também é difícil e foi recorde, quase o dobro do preço praticamente das últimas safras, fazendo co que os produtores conseguissem colocar muitas contas que estavam em atraso das safras passadas, em dia. Outros estão podendo investir em estrutura, maquinário, galpão e podendo comprar um pouco de insumo antecipadamente, sem precisar usar recurso de financiamento. É uma satisfação acompanhar esse processo, porque estivemos junto com os produtores nesses anos todos mais sofridos”, afirmou.

Quanto ao período atual, Zorzi lembrou que se vive o plantio das culturas de inverno. Ele ressaltou que a boa safra trouxe um ânimo e estimulo para que os produtores também investissem nas culturas de inverno. “As nossas áreas de trigo, cevada, aveia sempre foram pequenas, e hoje temos uma expectativa de 1.600 hectares só de trigo; aveia pelo menos uns 1.000, um número muito maior do que normalmente se planta. No inverno passado foi uma safra muito boa, e neste ano a previsão climática está muito parecida”, destacou.

O extensionista também fez referência a pecuária. “É um momento de bastante animação dos produtores, o gado está valendo como nunca valeu. As pessoas vendem pequenas quantidades de animais e giram grande valor. A reposição dos animais está cara e está dificultando a lotação nos campos. Quem tem animais está tranquilo e em uma boa condição, aguardando a melhoria das pastagens”, finalizou.

PINHEIRO MACHADO – O extensionista rural e agropecuário da Emater Pinheiro Machado Rafael Lopes lembrou ao jornal que a safra de soja já terminou e a do milho está em fase final de colheita. Ele avaliou as safras como excelentes. “Certamente a melhor dos últimos anos, fato que fará aumentar a área plantada no município, especialmente lavouras de soja. Atualmente, temos aproximadamente sete mil hectares de soja e a expectativa é que chegue a oito mil hectares na próxima. O milho deverá se manter em aproximadamente 800 hectares”, afirmou, destacando também o valor comercializado, considerado muito bom e fator de incentivo para o aumento da área cultivada”, relatou.

Lopes, por outro lado, ressaltou o elevado custo de produção. “Os insumos subiram absurdamente, a maioria mais de 100%. Os produtores de soja já estão se preparando, buscando os insumos, porém o valor está inflacionado”, contou.
Quanto ao momento atual do campo, o extensionista lembra que as lavouras estão com pastagens, cobertura de inverno para palhada na safra, aveia e azevém. Lopes tambén disse que a expectativa para a próxima safra é de aumento de área. “Grande parte dos produtores estão investindo em correção de solo, calagem. A expectativa é de aumento de área, safra boa, com chuvas dentro da média, produtores motivados”, afirmou.

CANDIOTA – Na Capital Nacional do Carvão, conforme o extensionista rural da Emater, Mateus Caetano do Amaral, a última safra de verão ocorreu com precipitações melhores distribuídas, chovendo desde o período do plantio, desenvolvimento vegetativo, florescimento até enchimento de grãos, resultando numa produtividade acima dos 3.000 kg por hectare nos 19.000 hectares de soja cultivados no município de Candiota.

Amaral destacou a questão dos preços. “Além da boa safra, os preços da soja também foram acima da média dos últimos anos, contribuindo para manter muitos produtores na atividade. Os preços dos insumos também estão em elevação e aumentarão os custos para a próxima safra. O período de outono foi de clima seco, chovendo abaixo da média histórica nos meses de abril e maio, fator que atrasou crescimento das pastagens cultivadas de inverno principalmente aveia e azevém”, explicou.

Conforme o extensionista, neste início de inverno há uma condição de umidade favorável nos solos para os cultivos, porém os dias nublados atrasam o desenvolvimento das pastagens e demais culturas de inverno como o coentro – que possui área acima de 500 hectares no município -, leva em torno de uma semana para germinar e em dias nublados, chega a levar o dobro do tempo. A semeadura do trigo no município, de acordo com o Zoneamento Agrícola de Risco Climático, o período de plantio vai de 1º de junho a 31 de julho e deve estar em torno dos 75% da área plantada que deverá ter área superior a 1.500 hectares.

Amaral destacou, por fim, a procura pela elaboração de projetos. “Com a virada do novo ano agrícola e divulgação do novo plano safra, já estamos agendando para a elaboração de projetos de custeios e investimentos agrícolas e pecuários. Muitos produtores já estão procurando a Emater para a elaboração dos projetos, buscando antecipar a liberação dos recursos em razão da crescente elevação dos preços dos insumos agrícolas”, finalizou.

PEDRAS ALTAS – Na Cidade do Castelo, segundo o chefe do escritório da Emater e extensionista rural Sergio Madruga Furtado, a safra 2020/2021 foi uma boa safra. “Superou as expectativas de vários anos, pois há bastante tempo não tínhamos médias excelentes, tanto na soja como no milho. A pecuária também tem tido bons resultados, sendo valorizado o preço e estimulado os produtores”, afirmou Furtado, acrescentando que “a estação contou com boas chuvas, volumes bem distribuídos, favorecendo a cultura de grãos e pecuária até o momento”.

Com relação à safra de inverno, o extensionista relata que em Pedras Altas há 1620 hectares de trigo plantado com bom desenvolvimento e áreas destinadas a sementes de hortaliças que até o momento está tendo um bom desenvolvimento. Ele também citou a pecuária, que, segundo ele por ter sido valorizada, há pouca oferta de animais para compra e quando são encontrados, estão com valor superior. “Há uma grande procura por animais nessa entre safra de verão para inverno, quando os animais são colocados para pastorear nas áreas de soja e pastagens feitas para a pecuária”, explica.

Quanto à safra 2021/2022, Furtado diz que será basicamente de soja e milho, com uma estimativa de incremento de área de 3%. “Nesta de 2020 se teve 44.200 hectares e acredita-se que vá aumentar pela valorização do grão e procura que se tem de áreas para arrendamento. Então a tendência é que haja um aumento na área plantada de soja. Já o arroz ainda não se tem esse levantamento que é feito pelo Irga”, finaliza.

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