RURAL

Família Zanovello comemora três anos de produção de vinho colonial em Candiota

Outra especialidade da família, o suco de uva, está no segundo ano de fabricação

Sucos e vinhos Zanovello são produzidos de forma artesanal Foto: Divulgação TP

Entrando para o oitavo ano desde a plantação dos primeiros parreirais o motivo é de comemoração para a Amarildo Zanovello e Leci Pereira, proprietários da Zanovello, localizada há 11km da sede de Candiota, no assentamento Roça Nova. Isso porque atualmente, o casal que investiu na agricultura familiar através da Vinicultura, já comemora a aceitação do vinho e agora também do suco de uva Zanovello produzido pela família artesanalmente.
À reportagem do Tribuna do Pampa, o casal que reside na propriedade desde 2005, contou ter começado a plantação em 2013 com recursos próprios de forma simplificada devido ao alto custo para montar um parreiral. Porém, após a implantação de um projeto de Vinicultura da Secretaria Estadual da Agricultura na época do governador Tarso Genro e do secretário Luiz Fernando Mainardi, o projeto decolou. “Ele foi implantado no assentamento Abrindo Fronteiras, em Hulha Negra, como pólo inicial e, posteriormente em Candiota, sendo distribuído em 30 propriedades rurais. Como já havíamos começado a plantação e tínhamos parreiral em meio hectare, nosso projeto foi complementado e hoje possuímos parreiras em um hectare”, explicou Amarildo Zanovello.
Na propriedade, a plantação atual é de uva bordô para a fabricação do vinho, mas que é também considerada excelência em suco. Conforme Zanovello foram colhidas três toneladas do fruto este ano e a família já projeta a implantação no parreiral de uvas niagaras brancas e rosadas – para consumo in natura, porém muito satisfatória nos vinhos, além de outras variedades adequadas ao local.

Amarildo Zanovello investiu nos parreirais em 2013 Foto: Divulgação TP

O INÍCIO DO VINHO E SUCO – Questionado sobre a produção do vinho e suco colonial, Zanovello conta que logo após a implantação dos parreirais ocorreram reuniões entre os produtores para ver o que iria ser feito com a uva após a primeira produção. Segundo ele, houve muita tensão e incertezas, mas o conhecimento da família originário da agricultura familiar e a produção para consumo os fez optar pela produção de vinho. “Os produtores tinham o pensamento de que era muito complicado fazer o vinho devido a termos vinícolas importantes na região, mas começamos a ir atrás de conhecimento e equipamentos para processar a uva e transformá-la em vinho. Adquirimos máquinas para moer a uva e para fazer o processo de fermentação. Também compramos pipas para armazenagem e suqueiras para o suco. Hoje chegamos a uma produção de mais de 1000 litros de suco e 1000 litros de vinho com uvas produzidas na propriedade”, expôs Amarildo satisfeito.

Suco é engarrafado ainda quente Foto: Divulgação TP

FABRICAÇÃO – Os produtos considerados coloniais passam pelo processo completo na propriedade. Segundo Zanovello são dois processos diferentes para a fabricação do vinho e do suco. “Para o vinho, a uva é colhida, moída e passa por um processo de fermentação de 5 a 7 dias. Depois é envasado em pipas onde termina o processo de fermentação e em torno de 45 dias, por meio de monitoramento constante, chega a etapa onde retiramos o vinho da pipa e o recolocamos para oxigenar e ficar mais 60 dias até ser engarrafado. O processo faz com que o vinho fique mais limpo, sem impurezas decantadas no fundo da pipa e cristais que podem se formar através da uva. Já o suco é feito de forma imediata. A gente colhe a uva, desgrama, passa para a suqueira e o suco extraído através do vapor é engarrafado ainda quente”, explicou Zanovello.

ACEITAÇÃO – O casal Zanovello comemora a aceitação dos produtos. “Temos relatos de pessoas de outras regiões que gostaram muito dos nossos produtos, o que pra nós é muito importante. Apesar de ser um ano de pandemia onde não saímos muito para comercialização, estamos satisfeitos com as vendas, tanto do vinho como do suco. As pessoas adquirem os produtos ao virem nos visitar ou através de entregas na cidade”, disse Amarildo que falou também sobre as perspectivas. “Primeiramente estamos trabalhando para a legalização da agroindústria, mas nossa expectativa é colher 20 toneladas de uvas por hectare após mais parreirais implantados e em plena produção. Trabalhamos no formato de condução latada, também chamado de pérgola, orientado pela Embrapa para uma maior produção por hectare. São atividades que a gente almejava e buscava meios para viabilizar a agricultura familiar. Estamos satisfeitos, estamos com um processo que nos deixa orgulhosos, realizados e pela aceitação do nosso produto vemos que estamos no caminho certo”, conclui.

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