CANDIOTENSE

Fato incomum: bebê nasce no Pronto Atendimento de Candiota

Helena Machado Moura junto ao médico Roque Prestes, que fez o parto. A bebê já foi registrada como candiotense Foto: Divulgação TP

Atualmente o Pronto Atendimento (PA) 24h de Candiota, que é chamado de Hospital pela população, não realiza mais partos devido às rigorosas exigências para este tipo de procedimento. Assim, Bagé atualmente é a referência regional em obstetrícia.

Tendo essa condição, são raros os candiotenses natos, no entanto, a equipe teve uma grata surpresa na última sexta-feira (25), quando Janaína Machado, que já estava com 40 semanas de gestação, chegou por volta das 15h no PA, sentindo as contrações de forma muito intensa. “Ela já chegou em trabalho de parto e como o médico plantonista, Roque Prestes, que tem experiência em obstetrícia, resolveu fazer o parto ali para não ter o risco de ocorrer na ambulância”, relatou a enfermeira responsável técnica pelo PA, Maiara Braga.

Janaína relata que perto das 11h da manhã começou ter as primeiras contrações, mas bem espaçadas e como no nascimento do seu primeiro filho, ela passou por 12 horas de trabalho de parto, não imaginou que dessa vez seria mais rápido. “Não sabemos o horário exato do nascimento porque na correria ninguém viu, mas calculamos que tenha nascido pelas 15h30”, contou.

A parturiente, que estava acompanhada do marido, Mozar Moura, conta que a participação da equipe do hospital foi muito importante. “Não tinha ocitocina pra ajudar amenizar as dores das contrações, mas sem as gurias me incentivando eu não teria conseguido ganhar ela, foi bem difícil a expulsão, então foi só no incentivo delas e do doutor que consegui ter força para ganhar minha filhota”, relatou, em tom de comemoração.

Helena Machado Moura, que já foi registrada como candiotense, veio ao mundo com 3,015 kg e 50cm. “A gente planeja muita coisa, mas no fim mesmo quem sabe o melhor para nós é Deus”, comentou a mãe do bebê.

Logo após o nascimento, a técnica em enfermagem, Amanda Rangel e o médico, acompanharam mãe e bebê até a Santa Casa em Bagé para as devidas avaliações pediátricas e demais exames que devem ser realizados após o nascimento.

A equipe que atuou no parto foi composta por Maiara Braga e Fernanda Azevedo (enfermeiras), Serrana Netto e Amanda Rangel (técnicas em enfermagem), além do médico Roque Prestes e o condutor Júlio César Pacheco

MEDICAMENTO – O gerente do Pronto Atendimento, Deivid Blank, parabenizou toda a equipe envolvida no parto. Ressaltou também a importância do pré-natal, possibilitando a equipe em ter mais conhecimento sobre o bebê. “Sobre a ocitocina salientamos que tentamos em diversas distribuidoras, porém sem sucesso a compra por estar em falta. Já nesta semana estamos buscando alternativas para termos o medicamento na instituição”, informou.

CANDIOTENSES – Por muito tempo, não se tinha bebês registrados como candiotenses, já que como citado acima, não se faz mais parto em Candiota, apenas em casos como o relatado. No entanto, desde 2017 foi alterada a Lei de Registros Públicos, possibilitando aos pais escolher a naturalidade do filho: podendo ser o local de nascimento ou o local de residência dos pais, desde que localizado em território nacional. A opção passou a ser feita pelos pais no ato do registro.

Segundo a registradora substituta do Serviço Notarial e Registral de Candiota, Renata Feijó, eles fazem o registro baseado na Declaração de Nascido Vivo (DNV), que é preenchida no hospital quando o bebê nasce. “Na DNV consta o endereço da mãe, por ali que tiramos a base para fazer o registro. No caso dos moradores daqui, geralmente os bebês nascem em Bagé, então na hora de registrar perguntamos e as escolhas são bem divididas”, explicou.

De 2017 até agora, o cartório local já realizou um total de 435 registros de nascimentos, no entanto, o sistema não mostra quantos foram registrados como candiotenses.

* Originalmente este conteúdo foi publicado no jornal impresso

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