Adoniran Lemos Almeida Filho
Encerrou-se um ano de dificuldades, de incertezas, de mudança brusca dos nossos hábitos e das rotinas mais triviais, e, infelizmente, para muitos milhares, também de tristeza pela perda de entes queridos.
Alguns que se foram de forma precoce, outros apenas fora da “curva de normalidade” esperada.
Historicamente, de tempos em tempos, a humanidade passa por momentos de grave e profunda provação existencial e espiritual, normalmente provocados por conflitos bélicos ou por doenças.
Foi assim com as Guerras Mundiais e com outras pandemias avassaladoras, em momentos em que o mundo estava menos preparado para o seu enfrentamento.
E agora a nossa geração está passando pelo seu teste de resiliência.
O mais curioso é que com o amadurecimento coletivo da ideia da diplomacia em contraposição aos conflitos armados como modo de solução dos impasses internacionais; e com o avanço científico da medicina, em tese seria de se esperar que esse tipo de situação não mais ocorresse.
Contudo, a história nos mostra que algumas situações são cíclicas e, por assim dizer, inevitáveis. Elas vão se repetir. E nunca estaremos preparados o suficiente para evitá-las.
Porém, nem tudo são espinhos, afinal os momentos de crise, inevitavelmente, até pela necessidade de se reinventar de várias formas, acabam também oferecendo oportunidades de crescimento, de mudança, do surgimento de novas ideias, de otimização de recursos, enfim, é um momento também de inovação, ainda que forçada.
Então, cabe a cada um de nós fazer a sua parte para enfrentar com a serenidade possível esse momento de absoluta anormalidade cotidiana.
Fingir que o problema não existe, além de ser um péssimo exemplo, não vai tornar a situação mais palatável ou menos grave.
Você acha ruim ficar em isolamento?
Claro que sim.
Eu também.
Mas não é o ‘fim do mundo’ (pensando bem, que péssima escolha de palavras…), afinal como já havia profetizado Zygmunt Bauman, “estamos todos numa solidão e numa multidão ao mesmo tempo”.
Então, um Feliz 2021 para você e não ‘afrouxemo o pé do estribo’…
Boa semana e até a próxima!