Feliz 2021

Adoniran Lemos Almeida Filho

Encerrou-se um ano de dificuldades, de incertezas, de mudança brusca dos nossos há­bitos e das rotinas mais triviais, e, infelizmente, para muitos milhares, também de tristeza pela perda de entes queridos.

Alguns que se foram de for­ma precoce, outros apenas fora da “curva de normalidade” esperada.

Historicamente, de tempos em tempos, a humanidade passa por momentos de grave e profunda provação existencial e espiritual, normalmente provocados por con­flitos bélicos ou por doenças.

Foi assim com as Guerras Mundiais e com outras pandemias avassaladoras, em momentos em que o mundo estava menos prepara­do para o seu enfrentamento.

E agora a nossa geração está passando pelo seu teste de resiliência.

O mais curioso é que com o amadurecimento coletivo da ideia da diplomacia em contraposição aos conflitos armados como modo de solução dos impasses internacionais; e com o avanço científico da medicina, em tese seria de se esperar que esse tipo de situação não mais ocorresse.

Contudo, a história nos mostra que algumas situações são cíclicas e, por assim dizer, inevitáveis. Elas vão se repetir. E nunca estaremos preparados o suficiente para evitá-las.

Porém, nem tudo são espinhos, afinal os momentos de crise, inevitavelmente, até pela necessidade de se reinventar de várias for­mas, acabam também oferecendo oportunidades de crescimento, de mudança, do surgimento de novas ideias, de otimização de recursos, enfim, é um momento também de inovação, ainda que forçada.

Então, cabe a cada um de nós fazer a sua parte para enfrentar com a serenidade possível esse momento de absoluta anormalidade cotidiana.

Fingir que o problema não existe, além de ser um péssimo exemplo, não vai tornar a situação mais palatável ou menos grave.

Você acha ruim ficar em isolamento?

Claro que sim.

Eu também.

Mas não é o ‘fim do mundo’ (pensando bem, que péssima esco­lha de palavras…), afinal como já havia profetizado Zygmunt Bauman, “estamos todos numa solidão e numa multidão ao mesmo tempo”.

Então, um Feliz 2021 para você e não ‘afrouxemo o pé do estribo’…

Boa semana e até a próxima!

Comentários do Facebook