MEIO AMBIENTE

Fumaça proveniente de incêndios da Argentina já pode estar atingindo a região

Nordeste da Argentina vive situação dramática de incêndios que atingem recordes históricos e já queimaram 800 mil hectares

Moradores já relatam mudança na paisagem Foto: Lidiane Gregório/Especial TP

A fumaça das queimadas e incêndios no Nordeste da Argentina já se espalha pelo Sul do Brasil. Um conteúdo publicado pela MetSul Meterorologia neste domingo (20), informava que imagens de satélite mostravam grande presença de fumaça sobre a metade Norte do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, transportada por correntes de vento a partir do oeste. Até aquele momento o Sul do estado escapava da fumaça, porém na manhã desta segunda-feira (21), uma mudança na paisagem está sendo percebida na região.

Em contato com o TP, uma moradora do interior de Candiota, Lidiane Gregório, disse ter se impressionado com o cenário encontrado. “A paisagem está diferente, está tudo cinza”, relatou.

Na sede do município também já há relatos de uma espécie de nuvem de fumaça no céu, mas ainda não é possível afirmar que seja proveniente das queimadas. Os moradores relatam que a olho nu o cenário é mais perceptível do que em fotografias.

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, publicou em suas redes sociais nesta manhã que “equipes do Corpo de Bombeiros do RS atuam para combater incêndios florestais na província de Corrientes, na Argentina. O foco dos trabalhos é em Santo Tomé, na divisa com o município de São Borja. Estamos com 16 bombeiros, três caminhões auto bomba tanque e cinco caminhonetes na região”.

Bombeiros do RS estão auxiliando no combate ao incêndio Foto: Divulgação TP

SOBRE O INCÊNDIO – Segundo a MetSul a origem da fumaça e da fuligem está no outro lado do Rio Uruguai, no município de Santo Tomé, província argentina de Corrientes. A cidade argentina que faz fronteira com São Borja, vive uma emergência de fogo pela seca severa e o verão muito quente com calor extremo em vários dias. O fogo atinge o local há mais de mês, mas se intensificou nos últimos três dias na região e chega a queimar 20 mil hectares por dia.

A estimativa da MetSul é que mais de 800 mil hectares tenham sido afetados nos mais de 50 dias de incêndios na província de Corrientes, onde mais de 9% do território provincial já ardeu. Em Santo Tomé, um foco com “redemoinhos de fogo” surpreendeu vários campos produtivos na quarta-feira, afetando pastagens e florestas.

De acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, a Argentina em janeiro teve 7.199 focos de calor, muitíssimo acima da média histórica mensal de 1.648, valor que superou por ampla margem o recorde mensal anterior de 4.624 de 2002. Neste mês de fevereiro, até o dia 19, os satélites do Inpe registraram 3.625 focos de calor na Argentina, muito acima da média histórica de fevereiro de 1.193 e o maior número no mês de toda a série histórica, batendo o recorde mensal de 2.585 de 2003 mesmo a dez dias do mês terminar.

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