*Por Marco Antônio Ballejo Canto
Esta semana passei uns dias em Chapecó, Santa Catarina, e como um torcedor que faz tempo que não vai ao estádio, mas ainda gosta das coisas do futebol, fui conhecer o estádio da Chapecoense, a Arena Condá. Um estádio de pequeno porte, padrão do que alguns chamam de estádio raiz, para cerca 20 mil pessoas. Simples, com cadeiras apenas do lado da social, mas simpático, onde se pode assistir o jogo bem perto do campo. O que mais me chamou a atenção foi a proximidade do centro da cidade. O estádio fica a umas cinco quadras ou pouco mais que isso da praça central.
A cidade, que é menor que Pelotas, é aparentemente bem organizada e passa por um evidente processo de crescimento com muitos prédios sendo construídos.
Volto ao estádio situado na região central, porque faz tempo que venho falando da decadência, da importância do esporte no meio da sociedade e no Rio Grande do Sul temos vários exemplos de equipes que não existem mais e de outras das quais ouvimos falar remotamente. Por exemplo, o Esportivo de Bento Gonçalves tinha um estádio próximo ao centro da cidade quando competia entre os melhores do Estado. Após uma boa ideia, resolveram construir um novo estádio, a Montanha dos Vinhedos, bonito, funcional e longe do centro. Lá se foram para longe as tardes de domingo e do velho e competitivo Esportivo pouco se ouve falar.
O esporte precisa ser colocado em evidência e evidência não combina com periferia.
Outro time que fez o mesmo caminho foi o Novo Hamburgo. Este caprichou e trocou o estádio que ficava perto do centro para um bairro quase na divisa com São Leopoldo. Daí achar um jovem que seja torcedor do Novo Hamburgo deve ser raridade na região central da cidade. E lentamente o clube vai saindo de cena.
Outro que fez caminho semelhante a Esportivo e Novo Hamburgo foi o Lajeadense. O resultado foi o mesmo.
No Rio Grande do Sul quem tem um estádio a poucas quadras do centro da cidade é o Juventude, que como a Chapecoense continua com destaque em torneios regionais e nacionais. O Pelotas e o Brasil de Pelotas também possuem estádios próximos ao centro, mas em Pelotas a gestão dos clubes é muito complicada.
Sempre fui contra colocar a Arena do Grêmio no Humaitá. A enchente mostrou que não poderia ter sido colocado em lugar pior. E se ocorrer de novo vai encher de novo. Ao contrário do Beira-Rio que com medidas relativamente simples pode ser colocado a salvo, a Arena do Grêmio vai ficar a mercê da sorte por muito tempo.
Nos municípios pequenos é importante que o esporte seja colocado em destaque e, como em esporte para públicos pequenos não há quem queira investir, é importante que os municípios, por seus executivos municipais passem a organizar eventos locais e regionais.
ORIGINALMENTE ESTE CONTEÚDO FOI PUBLICADO NO JORNAL IMPRESSO*