PRESIDENTE DA CÂMARA 2024

Gildo Feijó avalia 2023 e projeta como deve ser o cenário político para 2024 em Candiota

Além da presidência do Legislativo, Gildo falou sobre o seu não indiciamento numa investigação policial na CRM, atritos políticos e conjuntura local

Presidente eleito para 2024, Gildo Feijó, visitou a redação do jornal nesta semana Foto: Sabrina Monteiro TP

Nesta semana, o vereador e futuro presidente do Legislativo candiotense, que deve assumir a cadeira com a nova mesa diretora no próximo dia 28, Gildo Feijó (MDB), esteve no Tribuna do Pampa e fez avaliações sobre diversos assuntos que aconteceram neste ano de 2023, entre eles a investigação da Operação Off Road na CRM, a presidência da Câmara, a política municipal e seus atritos.

CRM
No início do bate-papo, Gildo começou falando sobre a investigação que aconteceu em agosto deste ano em relação a um suposto direcionamento licitatório e possível associação criminosa na Companhia Riograndense de Mineração (CRM), envolvendo a compra de três caminhões do tipo fora de estrada. A Operação Off Road, que foi realizada pela Polícia Civil, por meio da 1a Delegacia de Combate à Corrupção (1ª DECOR), da Divisão Estadual de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro (DCCOR), cumpriu nove mandatos de busca e apreensão em Candiota e Santa Cruz do Sul.

Sobre o assunto, Gildo que é superintendente da CRM/Mina de Candiota, juntamente com Murilo da Luz, ambos investigados na
operação, mencionou que até o momento não havia se manifestado publicamente sobre o assunto. Destacou que não havia dúvidas de
que ele e Murilo não tinham envolvimento com a situação, pois Candiota, como ele mencionou, não faz licitação. “Eu e o Murilo aqui como superintendentes, nem que quiséssemos não tinha como e a lei não nos permitiria. Foi uma tremenda de uma injustiça”, ressaltou, dizendo que alguns tentaram tirar proveito político, mas que a comunidade conhece a reputação dele e do colega.

Ele também lamentou a forma como tudo aconteceu, principalmente por ver a casa da família sendo vistoriada pela Polícia Civil, que chegou com quatro carros oficiais e muitos policiais. “Quando tu menos espera desce aquele monte de gente em direção a tua casa. Eu agradeço muito a Deus pelos meus netos não estarem comigo naquele momento, porque eles não iam entender isso nunca na cabecinha deles”, falou, in- formando que todos os seus pertences já foram devolvi- dos e que no dia chegou a dizer aos policiais que eles estavam na casa errada. Além disso, Gildo também disse que ficou bastante abalado com tudo, mas ao mesmo tempo fortalecido
em ver que a comunidade não acreditou. “Agora está provado que nem indiciado fomos”, assinalou, mostrando o documento assinado pelo delegado responsável.

ELEIÇÃO DA CÂMARA

Sobre a eleição da Câmara que aconteceu no último dia 11, Gildo, que foi eleito por unanimidade, disse que se tivesse algo que arranhasse a sua imagem, os colegas não teriam votado nele, lembrando que em 2021, quando também presidiu a Câmara, não foi
eleito de forma unânime. “Então o ano que começou tumultuado pra mim, termina tranquilo, alegre e eu continuo sempre nesse ritmo”, pontuou.

A disputa interna com o colega de partido, o vereador licenciado e secretário de Saúde, Fabrício Moraes, foi comentada por Gildo. Fabrício chegou a anunciar que deixaria a Secretaria para disputar a presidência da Câmara e logo em seguida desistiu. Conforme Gildo, ele ficou sabendo por boatos que a ideia de concorrer já estava na cabeça de Fabrício desde o dia em que assumiu a Secretaria. “Ele nunca construiu isso com a gente, quer queira ou quer não queira, eu ainda sou o vereador mais votado de Candiota nos três pleitos que disputei”. Ainda, Gildo disse que tem a convicção de que na próxima eleição que acontece em 2024, Fabrício vai ser o candidato mais votado do município, até mesmo pelo poder político que a Secretaria de Saúde proporciona. “Só que como eu ainda me considero uma liderança do partido, acho que eu deveria ter sido o primeiro a ser procurado e isso nunca chegou até mim. Só escutava conversas nos bastidores falando sobre articulações muito antes do período para a eleição”, lembrando que pelo acordo interno no Legislativo, o vereador Guilherme Barão (PDT) seria o presidente no último ano, mas que em função das últimas posições dele, essa possibilidade ficou difícil, dizendo que o próprio Guilherme lhe procurou desistindo e lhe dando apoio.

O vereador também falou que quando a eleição começou chegar à reta final, Fabrício – reforçando que ele tinha todo o direito de concorrer -, o procurou para saber se havia possibilidade de um acordo e que ele respondeu que sim, mas quando as exigências começaram a serem apresentadas, o colega não aceitou. “Ele já vinha há muito tempo conversando com os outros vereadores, depois falou no jornal que eu não costurei dentro do partido, mas ele também não. Ele construiu totalmente fora, e se eu falhei, ele também falhou”, disse Gildo.

SAÍDA DO ODILO

Outro tópico que Gildo foi questionado pelo jornal, foi em relação à saída de Odilo Dal Molin do MDB, pois todos sabem que os dois sempre tiveram proximidade dentro e fora da política. Sobre isso, ele mencionou que mesmo se vivesse por 200 anos, não conseguiria pagar toda a gratidão que tem por Odilo. “É um carinho de filho para pai. Eu considero ele o meu segundo pai e tudo o que eu aprendi foi com ele. Lamento muito que ele tenha saído do nosso partido, porque ele sempre foi e é a minha referência”, pontuou, dizendo que ficou muito triste com a decisão de Odilo e que espera que ele reconsidere e retorne ao MDB, pois ali é a sua casa.

Ainda, Gildo disse não saber se o primeiro prefeito de Candiota se magoou com a disputa dele com Fabrício pela presidência, pois sabe que os dois são como filhos para Odilo e que de repente se viu dividido entre os dois. “Mas eu acredito que ele é grande demais e com capacidade imensa de superação, e mesmo não o visitando com a mesma frequência, continuo com o mesmo amor por ele”, reforçou, dizendo que herdou a humildade e a simplicidade do veterano.

Em relação às críticas ao atual governo feitas por Odilo em uma entrevista exclusiva que concedeu ao TP, o futuro presidente da
Câmara disse que ele tem todo o direito de se expressar e que em algumas coisas tem razão, falando que não se pode tapar o sol com a peneira em relação a administração do atual prefeito do município, Luiz Carlos Folador (MDB). “Muitas coisas nós não conseguimos
corrigir e cada um tem o seu jeito de administrar, o seu Odilo tinha um e o Folador tem outro estilo, e às vezes termina errando por trabalhar demais”, mencionou, sugerindo que talvez Folador tenha que descentralizar  um pouco e dar mais autonomia para a equipe. “Hoje ele é um amigo particular meu, depois de disputarmos muito e inclusive em uma eleição. Trabalhador igual a ele eu nunca mais vou ver”, elogiou.

GILDO PRESIDENTE

Ao ser perguntado o que a comunidade pode esperar do Gildo presidente em 2024, ele respondeu que é a serenidade e que vai ser um ano tumultuado por conta do período eleitoral. “Espero que Deus me dê sabedoria e capacidade para conduzir da melhor forma possível e com serenidade, nós devemos isso à nossa comunidade”, ressaltou, dizendo que deseja manter um ambiente trânquilo assim como o colega Marcelo está fazendo, e que pretende contar com o apoio dos demais colegas para isso.

ELEIÇÕES 2024

Sobre as eleições de 2024, Gildo disse acreditar na reeleição de Folador e que trabalha para que isso aconteça. Já em relação ao futuro, ele disse que o MDB precisa ver outros nomes, principalmente dos candidatos jovens, pois é preciso abrir espaço para eles. “Tem
o Fabrício que é trabalhador e tem outros nomes fortes vindo por aí”.

Gildo disse acreditar que a disputa que teve com Fabrício não será um empecilho para que os dois caminhem ao lado de Fola-
dor, afirmando que não tem mais interesse em concorrer para prefeito de Candiota. “Eu já tive as minhas oportunidades, perdi as duas e não quero mais. Não sou mais páreo e nem adversário de ninguém para prefeito, vou concorrer novamente à reeleição para vereador”, concluiu.

ORIGINALMENTE ESTE CONTEÚDO FOI PUBLICADO NO JORNAL IMPRESSO*

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