
Grupo se reúne nas casas das participantes Foto: Fotos: Divulgação
Um grupo de cerca de 25 mulheres têm feito a diferença, principalmente no interior de Candiota. Composto também por jovens meninas que residem na área rural do município, as mulheres têm buscado a aquisição de conhecimento, momentos de entretenimento e empoderamento feminino através do grupo Café e Prosa.
Coordenado pela Cooperativa de Produção Agropecuária do Pampa Gaúcho (Coopampa), o Café e Prosa surgiu a partir da iniciativa de um pequeno grupo que participou de um evento em Arroio do Sal da União Nacional das Cooperativas de Agricultura Familiar e Economia Solidária (Unicafes) e que tinha vontade de dar continuidade a encontros em que as mulheres pudessem se reunir e ter um momento somente delas, longe do trabalho e da casa.
O GRUPO
Em entrevista ao Tribuna do Pampa, Solange de Abreu, que reside no assentamento Pátria Livre e integra a direção da Coopampa, conversou com o jornal em nome do grupo. Ela contou que o Café e Prosa surgiu após uma viagem a Arroio do Sal, para jovens de Candiota participarem de um encontro. “Lá surgiu a dúvida de como desenvolver trabalhos em cooperativas. Vi que aqui temos participação, pois aqui sempre primamos por ter mulheres desenvolvendo atividades. No retorno, montamos um grupo de WhatsApp e resolvemos fazer encontros para conversar e surgiu o Café e prosa”.

Ideia do grupo surgiu em uma viagem
O grupo se reúne, em média, a cada 30 dias, em um local escolhido que possa, geralmente, ofertar algum tipo de conhecimento ou experiência. No primeiro encontro, a proprietária da agroindústria San Antonio, Nilce Haas Hindermann, contou sua história ao grupo. “Os eventos são em formato de rodízios nas casas de mulheres da comunidade, em agroindústrias, propriedades. Nosso objetivo é de que a atividade seja divertida e não cansativa. É chegar e debater algum tema. Levamos pratos e integramos, confraternizamos, onde todas as mulheres da comunidade são convidadas, não é voltado somente as integrantes da cooperativa, mas a todas que quiserem participar”, destacou Solange.
Entre as atividades realizadas, ela destaca, além de rodas de conversa, danças, dinâmicas, tudo com a finalidade do aprendizado. “Teve um encontro, o último de maio, onde o tema foi ‘O que é ser mãe, ser filha, qual meu papel?’. Foi uma reflexão muito boa”, expôs Solange, que ainda complementa acerca do direcionamento exclusivo feminino do grupo. “O Café e Prosa é um momento daquela mulher. A gente não vai visitar a casa uma da outra, mas nos sentimos tranquilas para colocar alguma situação até pessoal naquele espaço. É um grupo aconchegante, não é obrigação, é algo natural de encontro. Geralmente as mulheres ficam em função da casa e filhos, não saem para o social. Elas que estão dia a dia na propriedade, trabalhando com tambo, fazendo almoço, lavando roupa, se preocupando com a escola”, relatou. O próximo Café e Prosa está previamente marcado para o dia 13 de junho.

Encontro busca sempre o aprendizado de alguma técnica ou tema
Complementando o que o projeto representa pra ela, Solange contou que desde muito nova costumava participar de grupos de mulheres e jovens ao lado da mãe. “Nunca fui uma pessoa que me conformei em não participar de atividades ou eventos por ser mulher. Nunca fui de estar em casa, sempre me envolvi com alguma atividade externa. Costumo dizer que se não me escutam falando baixo, eu grito. Por isso que quando surgiu a Coopampa, e mesmo que muitos não quisessem que eu estivesse na direção, principalmente alguns homens, eu decidi encarar e permanecer”.
JÁ FOI NOTÍCIA NO IMPRESSO