DIA DAS MÃES

Histórias de amor e luta entre mães e filhos – Pedras Altas

O próximo domingo (14) será marcado por homenagens e demonstrações de afeto. Marcado no calendário como Dia das Mães, na data costumam ser exaltados o amor, carinho e cumplicidade entre filhos e mães. Um abraço aconchegante, um beijo acolhedor, o coração batendo fora do peito. A maternidade transforma a mulher, a deixando capaz de se multiplicar para atender o filho e proteger, seja tendo laços sanguíneos ou proximidade afetiva.
Ainda que a figura materna deva ser venerada diariamente pelo dom da vida e pela capacidade de doação infinita, o segundo domingo de maio também é lembrado pela reportagem do Tribuna do Pampa. Como forma de homenagear todas as mães pelo seu dia, o jornal traz quatro histórias de mães e filhos guerreiros, onde o amor é a definição completa em todas as formas.
O relato de quem superou as complicações do parto e o nascimento prematuro da filha

Jane com o casal de filhos Amanda e José Lorenzo Foto: Arquivo Familiar

A maternidade iniciou de forma bastante difícil para a servidora pública de Pedras Altas, Jane Centena Pereira, 45 anos, mãe de Amanda Pereira Friedrich, 10 anos, e José Lorenzo Pereira Friedrich, 8 anos.
Mãe aos 36 anos, em entrevista ao Tribuna do Pampa, Jane que relatou ter tido uma pré-eclampsia seguida de uma cesariana de emergência, viu a filha Amanda nascer com 32 semanas de gestação e 1,175 quilos. “Foi um susto enorme, ela ficou 53 dias na UTI e eu precisei ficar internada por 17 dias para controlar minha pressão”, lembrou.
Ela relembrou as dificuldades após o nascimento da filha. “Foi muito difícil, foi preciso aprender a viver um dia de cada vez, pois nem sempre as notícias eram boas. A rotina era bem cansativa, um período eram visitas rápidas e era necessário ir no banco de leite todo dia para tirar o leite para ela, pois não tinha como amamentar. Depois de um tempo comecei a fazer mamãe canguru, onde ficava o dia todo com ela no colo, trocava, dava banho, fui aprendendo a lidar com um bebê tão frágil e ao mesmo tempo tão guerreira, mas graças a Deus ela não ficou com sequelas”.
Ainda em meio às dificuldades, para a mãe de um casal de filhos a maternidade é algo inexplicavelmente maravilhoso. “É também muito cansativo, ainda mais quando o bebê precisa de cuidados especiais. Depois da alta dela ficamos muito tempo sem sair de casa, noites e noites dormindo pouco, tinha que amamentar de 3 em 3 horas inclusive a noite, foram cólicas, controle de saturação, foi um período que a rotina era toda voltada para ela”, explanou.
DIABETES – Jane também falou sobre um cuidado diário que necessita ter com a filha desde 2020, ano de descoberta que Amanda era portadora de diabetes tipo 1. “Ela começou a tomar muita água, era fora do normal a quantidade ingerida, ia muitas e muitas vezes ao banheiro em um curto espaço de tempo, emagreceu muito e como estávamos em plena pandemia eu ficava trabalhando em casa e ela passava deitada perto de mim, até que um dia fomos dar uma caminhada e ela cansou muito, isso era em um domingo, daí na segunda resolvemos medir o HGT e estava 560, daí meu marido entrou  em contato com a pediatra dela que é de Bagé, que na hora falou que seria diabetes tipo 1 e que teria que internar. Fomos para Bagé, ficamos 9 dias com ela internada fazendo exames e tentando controlar o açúcar”.
Jane expôs ao TP já ter se questionado sobre possíveis erros. “É muito difícil lidar com qualquer coisa que não temos o controle, a primeira coisa que pensei: onde foi que eu errei?, pois a diabetes tipo 1 vai muito além de eliminar o açúcar, nada pode comer muito, tudo tem que ser controlado. Ela tinha 7 anos quando descobrimos, foi difícil por estar fora do meu alcance reverter, pela insulina várias vezes no dia, pela rotina diferente em datas comemorativas e até na escola.  Em casa eliminamos o que ela não pode comer e começamos a comer só o que ela pode para ficar mais fácil, foi a forma que encontramos para diminuir a dificuldade para ela”, manifestou a mãe.
Ela disse acreditar que nem sempre da conta de tudo em razão dos cuidados necessários diários com a filha e por ter o filho Lorenzo que também necessita de atenção. Porém, ela se referiu aos filhos como sua razão de viver. “São eles que não me deixam desistir em meio as dificuldades. Preciso muito salientar o apoio do meu esposo Alex, pois só consegui enfrentar a prematuridade e o diagnóstico do diabetes tipo 1 da Amanda por que nunca estive sozinha, em  todos os momentos ele sempre esteve me ajudando, pesquisando e dividindo os turnos de noites acordados quando necessário”.
Jane finalizou deixando uma mensagem às mães. “Que nossa história de superação sirva de motivação para todas as mães que estão passando pela mesma situação e dizer que apesar das dificuldades fomos vitoriosos e nossa pequena se encontra saudável – apesar das limitações da diabetes- e feliz. Feliz dia das mães para todas as mamães”.
ORIGINALMENTE ESTE CONTEÚDO FOI PUBLICADO NO JORNAL IMPRESSO*

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