Hulha Negra

De vez em quando, mas não raramente, a coluna Papo de Redação neste jornal, aborda a questão da sucessão do prefeito no município de Hulha Negra. Eu que olho um pouco mais de longe e em alguns momentos um pouco mais de perto, não sei exatamente o que vai dar no próximo ano. Me chama a atenção que há uns quantos que acham que ganham.

Em Hulha Negra a obra de pavimentação das ruas é, e ninguém há de questionar, uma obra importante e todo mundo nota. Não há como não ver. Seria mais relevante se houvesse o cuidado de não deixar as casas abaixo do nível da rua, coisa que os engenheiros não se preocupam e o Executivo também não. Dá o que falar. Não precisava. Era só realizar como manda o figurino. Porém, é um projeto considerável que muda o perfil da sede do município. Fosse eu o prefeito com uma obra desta dimensão empurraria um poste e ganharia a eleição? Talvez. Parece que não será bem assim.

Em 2008, encerrando um mandato de muitas obras conseguimos empurrar a chapa Renato/Titi, uma chapa inganhável, que ganhou por 79 votos porque a oposição se dividiu. O que apenas significa que obras podem não eleger sucessor, mas pode acontecer se a oposição se dividir. Renato foca na pavimentação e em parte está certo, governo que não tem foco não faz coisa alguma. Porém, o governo é um conjunto de coisas que devem andar harmonicamente e em alguns pontos importantes está faltando. Não é por acaso que secretários de Educação, Saúde, Obras e Agropecuária não são destaques nos Melhores do Ano deste jornal. Chama a atenção que o secretário de Obras não é destaque. Não era de se esperar que os outros citados anteriormente fossem.

No PT há quem acredita que ganha concorrendo com candidato a prefeito e se alguém quiser que venha de vice. Há quem prefira uma vitória provável como vice a uma derrota, mais uma, com a falta de humildade que já levou o PT a algumas derrotas em Hulha Negra. Para prefeito Campani disputaria, os outros participariam. Campani pode ser vice, não descarta esta possibilidade. Volnei Manfron e Marino De Bortoli podem aparecer na chapa de prefeito/vice.

O PP não tem candidato a prefeito, já houve momento em que o PP quase não teve candidatos a vereador, em 2004 (foram seis), elegeu um e o líder do partido já era o prefeito atual.

No PDT, se for Getúlio Porto, vai querer manter a parceria com o PP? Irá o Hector Ramos? Pode ser.  Hector é um liberal bolsonarista que está num partido socialista, comunista como os bolsonaristas falam. No diretório do PDT de Hulha Negra, dos 20, quatro não eram bolsonaristas. E nem ficam com vergonha. Se alguém tem que ir para o sacrifício que vá um cristão novo, que no linguajar popular é quem entrou há pouco no partido e nem tem noção do que o partido representa.

Igor Canto concorrerá pelo PSB, a princípio esta candidatura é a mais consolidada. Tanira Ramos, PTB (pode ser PL), pode aparecer como alternativa, bem como Ester Köester, que já foi eleita uma vez vice com Erone Londero prefeito.

O ano está terminando, ano que vem é ano eleitoral. Se a oposição quer ganhar é melhor que tenha um candidato apenas. Os partidos que estão no governo, divididos, perdem. Porém, não me parece certo que PDT e PP venham juntos. Reunir os descontentes será a difícil arte de quem vencerá, se conseguir, e o governo vai torcer para que se dividam, se é que o prefeito estará empenhado em ajudar a eleger o sucessor.

Quando muitos acham que ganham, alguma coisa muito errada deve haver no governo.

ORIGINALMENTE ESTE CONTEÚDO FOI PUBLICADO NO JORNAL IMPRESSO*

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