MEIO AMBIENTE

Inquérito investiga poluição ambiental e prejuízos a produtores de Candiota e Hulha Negra

Aplicação do agrotóxico 2.4-D deve ser delimitado pela Fepam no Estado

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Reunião sobre o tema aconteceu em agosto deste ano Foto: Divulgação TP

O Ministério Público do Rio Grande do Sul expediu, no dia 11 de setembro, recomendação à Fundação Estadual de Pro­teção Ambiental (Fepam), por intermédio da diretora­-presidente da Fundação, Ana Pellini, para que deli­mite, com urgência, a zona de exclusão de aplicação do agrotóxico 2.4-D em distân­cias que garantam a proteção de atividades agropastoris, atualmente prejudicadas pela deriva de vapor aerotranspor­tada do produto.

A iniciativa, for­mulada pela coordenadora do Núcleo de Resolução de Conflitos Ambientais (Nu­cam), Anelise Grehs, e pelo promotor natural da investi­gação, Everton Luis Resmini Meneses, é resultado de inquérito civil que investiga a possível poluição ambien­tal e prejuízos a produtores rurais de Hulha Negra e Can­diota, em virtude do plantio de soja transgênica.

A recomendação explica que há fortes evi­dências de que o princípio ativo 2.4-D (ácido dicloro­fenoxiacético) possui ca­racterísticas que causam danos ambientais e à saúde pública, conforme atestado no relatório elaborado pela Secretaria Estadual de Agri­cultura, Pecuária e Irrigação em março de 2018, o que deveria acarretar a proibição dos agrotóxicos.

A investigação teve origem em procedimento ins­taurado na Comarca de Bagé, a partir de um atendimento a moradores dos municípios de Hulha Negra e Candiota, que denunciaram os danos causados pelo uso do agro­tóxico 2.4-D, em especial em lavouras de soja e viticultura na região.

A questão vem sen­do tema de reuniões no MP envolvendo diversos órgãos, como MPF, Fepam e associa­ções de produtores locais.

A Fepam tem 30 dias para acatar a recomen­dação ou apresentar jus­tificativas fundamentadas para o seu não atendimento. “Caso não haja esta resposta, o Ministério Público poderá adotar medidas legais de ordem civil, criminal e admi­nistrativa”, explica Anelise Grehs.

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