Quem disse que as jovens do campo só trabalham? Em Hulha Negra, assim como em todo país, elas também estão preocupadas em representar a vida do colono e com a aparência.
Uma prova disso é o lançamento do 1°Concurso de Beleza do Agro-Miss Colona do Brasil, onde mulheres de todo país são convidadas a participar do concurso organizado pela Agro Mulher Brasil Since 2019.
Em Hulha Negra, três jovens disputam o título de Miss Colona do Brasil, sendo as jovens Tauana Hahn, Andriessa Girotto e Géssica Camargo. Elas integraram o grupo de candidatas após seguir o procedimento de inscrição, enviando para a equipe organizadora, uma fotografia trabalhando em qualquer setor do agronegócio. Será escolhida a candidata que tiver a fotografia com maior envolvimento, seja através de curtidas, comentários ou compartilhamentos. A fotografia pode ser acessada na página do Agro Mulher Brasil, no Facebook. Além do título, a candidata ganha a faixa e um kit de produtos Agro Mulher Brasil.
A reportagem do TP contatou com as três jovens de Hulha Negra e traz um pouco sobre cada candidata.
Andriessa Girotto

Andriessa Girotto reside
no Boa Amizade Foto: Divulgação TP
Filha de pequenos agricultores assentados – Celso e Rosane Girotto -, em Hulha Negra na localidade da Boa Amizade, Andriessa tem 24 anos, é solteira e atualmente divide o campo com os estudos. Visando auxiliar e seguir a vida do campo, a jovem em parte do tempo reside em Bagé, onde cursa o 2º semestre do curso superior de Agronomia, na Faculde Ideau.
Andriessa conta porém, que na folga dos estudos, principalmente aos finais de semana, ajuda os pais na propriedade com o plantio de soja. “Sempre que posso estou no campo. Desde cedo ajudo meus pais na lavoura”, conta a jovem.
Solicitada a falar sobre o que a motivou a participar do concurso, Andriessa disse por “acreditar ser uma colona e ter muito orgulho, além de querer representar o município em um interessante concurso”.
Géssica Camargo

Géssica Camargo é do Nova União Foto: Divulgação TP
A candidata tem 28 anos, é casada com Odair Antônio Trentin e tem uma menina. Filha de colonos, Antônio Camargo e Geci Camargo, foi criada no campo e trabalha até hoje com o agronegócio no assentamento Nova União.
Ao TP, Géssica conta que o trabalho é em família. “Somos produtores de soja, cevada, milho, feijão e ainda trabalhamos com o tambo de leite”, conta a jovem que levanta às 6h30 para a lida no tambo e divide as atividades com os afazeres domésticos.
Questionada sobre sua participação no concurso, ela destacou duas características: beleza e valorização. “Resolvi participar do concurso para mostrar para o povo brasileiro que mulher também trabalha, seja no campo ou na cidade, e que as colonas também tem sua beleza, independente do seu trabalho, seja no tambo, no trator ou em qualquer outro serviço. O colono leva o alimento para o prato de todos os brasileiros e ainda sim é pouco valorizado”, afirma.
Tauana Hahn
Residente no assentamento Sepé Tiaraju, a jovem de 21 anos é casada com José Nedir Outeiro. Tauana conta dividir-se entre o trabalho na cidade e lida do campo através da criação de gado, galinhas, porcos e cavalos.
Além da vida no campo, Tauana trabalha três vezes por semana em um restaurante da sede de Hulha Negra. À reportagem, ela contou que sua rotina começa logo pela manhã. “Antes de ir trabalhar eu trato meus animais. Aí a tarde, chego do serviço e vou verificar como os animais estão quanto a água e alimento. Essa função de cuidar dos bichos é minha, pois meu marido sai para trabalhar e tenho mais tempo para as lidas do campo”, relata a jovem que gosta de rodeio, laçar e estar na natureza.
Proveniente de pais agricultores, Bruno Hahn e Nair Teresinha Hahn, Tauana conta que a família também produz alimentos para o consumo próprio e dos animais, tais como feijão, batata doce, mandioca e abóboras.
Ela, que gosta de estar na simplicidade do campo – que lhe traz a paz, disse que a inscrição no concurso aconteceu após o incentivo da prima e madrinha Barbara Huning. “Sempre compartilho foto no status do WhatsApp quando estou na lida, minha madrinha viu e logo me falou do concurso. Acredito que o concurso é uma forma de incentivo, não só para mim, mas para todas nós mulheres que vivemos diariamente essa vida e que nos orgulhamos do que fazemos”, afirma.