A possibilidade que os leilões de energia elétrica passem a ser regionalizados e temáticos anima a direção da Ouro Negro Energia S/A (ONE S/A). A empresa projeta construir uma termelétrica a carvão mineral em Pedras Altas – UTE Ouro Negro – que contará com dois geradores de 300 megawatts cada. Presidente da ONE S/A, Silvio Marques Dias Neto diz que será muito melhor se os certames forem por estados e fontes energéticas, porque, segundo ele, os projetos a carvão não disputarão com os empreendimentos hídricos, eólicos e solares. “A Ouro Negro disputará com outras geradoras a carvão no Estado. Diminui a concorrência e viabiliza o empreendimento”, avalia o executivo.
Na terça-feira, 5, Silvio apresentou o projeto da UTE Ouro Negro ao Comitê de Infraestrutura e Energia da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs). De acordo com ele, os membros do Comitê consideraram a nova usina prevista para a região um ótimo empreendimento, pois adota tecnologia apropriada, vai gerar desenvolvimento econômico e diminuir a dependência de geração de energia do Rio Grande do Sul.
Sobre o andamento do projeto da UTE Ouro Negro, Silvio informa que a ONE S/A está aguardando a outorga dos recursos hídricos por parte da Agência Nacional de Águas (ANA) e, na sequência, a emissão da licença prévia pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). “Na ANA, o processo está em fase final de análise e no Ibama com parecer favorável”, diz.
O executivo acredita que o governo federal deverá realizar um leilão de energia A-5 no primeiro trimestre de 2017. “O que é necessário agora é a retomada da atividade econômica. Esse é o principal ponto”, assinala Silvio.
A UTE Ouro Negro está avaliada em mais de R$ 4 bilhões. A previsão é que sejam criados cerca de quatro mil empregos diretos durante a construção do empreendimento. Na fase de operação, a expectativa é que sejam gerados 500 postos de trabalho diretos.