LITERATURA

Lenda do rio Jaguarão integra livro doado por escritor candiotense para angariar recursos ao Caminho da Luz

Doação de livros para o Caminho da Luz foi a forma que Cássio Lopes encontrou para ajudar a instituição Foto: Divulgação TP

Na última semana, o escritor Cássio Gomes Lopes pro­curou a entidade bageense Caminho da Luz para realizar uma doação especial. Autor de diversos livros cuja narrativa é ligada ao tradicionalismo e à cultura gaúcha, o autor doou 200 exemplares de “Leão Baio do Rio Jaguarão”, vol­tado para o público infanto-juvenil, para que a venda seja totalmente destinada ao trabalho da institui­ção.

Os exemplares custam R$ 20 e podem ser encontrados no se­tor de Administração do Caminho da Luz. A reportagem do Tribuna do Pampa conversou com Cássio Lopes, que inclusive já colaborou por meio de colunas com o jornal. Na oportunidade, ele contou que ao saber das necessidades da entida­de parou para pensar de que forma poderia ajudar. Foi quando surgiu a ideia de doar os livros para que fossem vendidos. “Estou muito feliz de poder contribuir com a entidade. Estamos próximos do Dia das Crianças e convidamos as pes­soas que queiram adquirir um livro para presentear qualquer criança, para aproveitar esse momento que vai ajudar o Caminho da Luz”, ressalta Lopes, acrescentando se sentir muito feliz em poder contri­buir. “O livro foi a realização de um sonho, além de me sentir feliz por estar contribuindo coma sociedade, resgatando essa história antes que ela visse a se perder – pois hoje já não temos entre nós o querido Ma­gaiver -, agora posso ajudar uma entidade que tanto traz benefícios para a região”, expõe.

O presidente do Caminho da Luz, Ruibar Freitas, agradeceu ao escritor pela iniciativa. “Isso nos dá um incentivo muito grande para seguirmos o nosso trabalho, com os serviços prestados às crianças da comunidade regional, totalmente gratuito. Esse tipo de iniciativa faz com que busquemos, ainda mais, o estímulo para continuar com nossa obra”, ressalta Freitas.

A IDEIA DA OBRA Ao TP, Cássio, que hoje reside em Bagé, contou ter sido criado em Candiota, cidade onde iniciou na vida pública como fiscal de Posturas da Prefei­tura, e profissão que o levou até a escrita do livro “Leão Baio do Rio Jaguarão”. “Na época estava ocor­rendo um trabalho para criação de uma área de reserva ambiental em Candiota, próximo aos paredões do rio Jaguarão, que faz fronteira com Hulha Negra, Pedras Altas e Aceguá. Acompanhei os trabalhos e durante uma visita de ecologistas de Pelotas, o candiotense Magaiver – já falecido – falou: ‘Ali era a toca do leão baio’. Isso despertou meu interesse e depois o procurei para saber mais desta história. Mais tarde veio o interesse de escrever o livro voltado ao público infanto­-juvenil”, contou Cássio.

Livro é ilustrado com desenhos feitos pela filha do autor Foto: Divulgação TP

O livro de 28 páginas é composto por textos de Cássio e ilustrações feitas pela filha Guilher­mina, na época com 9 anos. O gosto pelo desenho levou ao convite, por parte do pai, para a filha participar da construção da obra. “De início ela hesitou, mas fiz um concurso e ela aceitou. Fui passando os parágrafos e ela ia desenhando. Na época os desenhos não tinham simetria, mas tinha o toque infantil necessário. Ela fez o traçado e o diagramador do livro deu um toque final, colorindo”, contou o escritor.

O AUTOR Cássio Gomes Lopes – funcionário público, escritor, pesquisador e fotógrafo. Possui artigos e matérias históricas já publicadas (incluindo o TP). Foi um dos fundadores do Núcleo de Pesquisas Históricas de Candiota e mapeou no site panoramio mais de 500 locais de importância histó­rica, ambiental e cultural de alguns municípios da Campanha Gaúcha. Também integrou o Núcleo de Pes­quisas Históricas Tarcísio Taborda. Publicou os seguintes livros: “Cer­ros de Baye – Santa Tecla, origens de Bagé” (2012), co-autoria com Edgard Lopes Lucas; “Mistérios da Noite – causos de assombrações (2014); “A Rainha da Fronteira – fragmentos da história de Bagé” (2015), co-autoria com Edgard Lopes Lucas; “Batendo Tição -causos de gauchadas” (2016). O autor também está em fase final de mais uma obra que será lançada em breve.

Pesquisas e relatos de Cássio Lopes podem ser acompa­nhados através do Blog (cassio­glopes.blogspot.com), canal Cássio Gomes Lopes no YouTube e Facebook (Cássio Lopes – Foto­grafias de Campo e Micro-História Regional).

A ILUSTRADORA Guilhermi­na Chaves Lopes – hoje com 12 anos – ainda era uma criança na época do lançamento do livro em 2017 (9 anos). Era normal como qualquer outra, no entanto, o que a diferenciava era seu gosto pela arte. Através de seus desenhos e pinturas, retratava além do univer­so infantil, o mundo em sua volta, sendo qualquer momento uma ocasião especial para desenhar, independentemente do tipo de papel, tela, caneta, lápis ou pincel. Também não existia local ou em­pecilho, pois construía desenhos na cama, sofá e até em veículos em movimento. Desenhava desde os 3 anos, preenchendo dezenas de cadernos, telas e folhas avulsas. Tímida e com expressões por meio do pai Cássio, Guilhermina quanto do futuro diz querer ser designer, estilista ou cantora.

Guilhermina Lopes sempre gostou de desenhar e participou do livro aos 9 anos de idade Foto: Divulgação TP

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