Um poema de Florbela Espanca, musicado por Raimundo Fagner, dizia, “Tudo no mundo é frágil, tudo passa/Quando me dizem isso, toda graça/De uma força divina fala em mim/E olhos postos em ti, digo de rastros: podem voar mundo, morrer astros, que tu és como um deus, princípio e fim”.
Esta semana, um pouco antes que era de se esperar, o professor Luis Mário, Secretário Municipal de Educação e Cultura, 1993-1996, 2001-2004, 2005-2008 e 2009-2012, Vereador, 1997-2000, deixou o nosso convívio e passa a ser um personagem para ser lembrado pela história. Alguns lembrarão de alguns defeitos, mas estes já não tem a menor importância.
Em 1993, era o mais velho e experiente dos membros do primeiro escalão da prefeitura de Hulha Negra, tinha apenas quarenta e cinco anos. Hulha Negra, tinha dezesseis escolas municipais. Hoje tem quatro. Toda a nucleação de escolas e todo transporte escolar que beneficia alunos do ensino fundamental, médio e universitário, no município, teve relevante participação do professor Luis Mário. Transporte escolar gratuito para os ensinos fundamental e médio, subsidiado para o ensino superior. Montou a maior rede de transporte escolar, proporcionalmente à população, de todos os municípios da região. Quem montava e articulava o transporte escolar era ele. Foi quem convenceu quase todas as comunidades da necessidade e importância da nucleação de escolas. Nucleação que, no último ano do terceiro mandato que fizemos juntos, 2008, levou Hulha Negra ao melhor desempenho no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) para as séries iniciais e finais do ensino fundamental entre todos os municípios da região.
Com ele de secretário, a Escola Municipal Monteiro Lobato ganhou pré-escola e ensino fundamental completo. Foi absolutamente decisivo para fazer na Escola Municipal Auta Gomes o ensino fundamental completo. Esta escola funcionava nos anos 90 com ensino até a quinta série. Participou, com influência e realizando as ações necessárias, na montagem das Escolas Estaduais de nível médio instaladas no município. Sempre ajudando na montagem da infra-estrutura, Hulha Negra passou a ter um polo da Universidade Aberta do Brasil.
Tudo no mundo é frágil, tudo passa, mas quem viveu em Hulha Negra nas últimas duas décadas, quem pode proporcionar aos seus filhos uma educação que não teve, nem parecida, quando era jovem, talvez não se tenha dado conta da importância deste personagem, em vida. Porém, o município saberá, em algum lugar, colocar seu nome e fazer justa reverência aos feitos dos quais participou.