
Batalha prevê investimentos na ordem de R$ 1 bilhão Foto: J. André TP
A licença ambiental de instalação (LI) para a maior fábrica de pellets do mundo (900 mil toneladas do produto por ano) ainda não foi emitida porque aguarda estudos complementares de solo na área de 137 hectares onde a indústria será construída – em Pinheiro Machado, na divisa com Candiota, a cerca de dois quilômetros da fábrica de cimentos da Votorantim. Com esta licença em mãos é possível de fato iniciar a obra. A licença prévia (LP) junto a Fundação Estadual de Proteção ao Meio Ambiente (Fepam) foi obtida este ano.
Os pellets são pequenos palitos obtidos a partir do processamento de madeira de florestamento e deverá ser exportado para países europeus, Japão e Estados Unidos, para serem queimados em caldeiras de usinas termelétricas e também para aquecimento residencial. O projeto está orçado em R$ 1 bilhão e este recurso já está garantido.O projeto representa um grande alento para a Terra da Ovelha, que enfrenta a maior crise de sua história de 240 anos.
Com exclusividade, o proprietário da empresa Pellco Pinheiro Machado, o empresário paulista e pinheirense Luiz Eduardo Batalha, detalhou no final da tarde da última sexta-feira (7) como estão as tratativas para a implantação da indústria. Ele estava em São Paulo e por telefone salientou que fixou como prazo o mês de maio de 2019 para lançar a pedra fundamental do empreendimento. “Neste momento não há nenhuma dificuldade em relação ao projeto. Tudo está andando perfeitamente. Nos próximos dias colocaremos uma placa no local com a inscrição de futuras instalações”, adianta Batalha.

Área da Pellco de 137 hectares, que fica próxima a Vila Umbus, passou por sondagem de solo e estes estudos irão integrar o pedido da licença ambiental de instalação (LI) Foto: Arquivo TP
Há poucos dias, com a presença de Batalha, um grupo de pessoas de diferentes empresas de equipamentos do mundo, principalmente de nacionalidade alemã, estiveram realizando a sondagem do terreno. “Dois professores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) atestaram que o terreno é firme e suporta as operações pesadas que serão realizadas no local. Quando adquiri a área eu imaginava que ela seria adequada, pois a poucos metros dali está instalada há anos uma fábrica de cimentos”, destaca.
Batalha explica que este estudo é fundamental para a obtenção da licença de instalação (LI). Ele acredita que dentro de 90 dias isso estará pronto.
ANIMAÇÃO – O empresário está muito animado com tudo que está acontecendo. Segundo ele, já há garantidos 34 mil hectares de florestas para a produção. Também, de acordo com Batalha, surpreende que eles tenham recebido propostas de compra do produto. “Esta semana recebemos um pedido para entregarmos 500 mil toneladas por ano num contrato de 20 anos. Isso demonstra o potencial do negócio”, projeta.
Cumprindo outra etapa, o empresário disse que esta semana ele deverá definir qual será o banco que realizará todas as operações financeiras do projeto, o chamado banco advisor (na tradução livre do inglês, significa orientador). “Estamos fazendo uma espécie de concorrência para esta escolha do banco”, disse.
Entre os dias 14 e 18 de janeiro, Batalha e o filho Guilherme estarão na Alemanha para a formação de um consórcio de empresas fornecedoras do projeto, que serão lideradas pela gigante Thyssenkrupp, tendo ainda participação da Siemens, Diefdenbacker (maquinário) e a Karl (prensas), entre outras.
QUEM ACREDITA – Batalha disse que acredita muito no projeto porque ele vai ao encontro do que o mundo está pedindo atualmente, ou seja, uma indústria de baixo carbono e de energia renovável. O empresário enfatizou que pretende valorizar, inclusive na fase de implantação, todos aqueles que acreditaram no projeto desde o início.
EMPREGOS – A indústria, quando pronta, na primeira fase pretende gerar 150 empregos na planta industrial (110 na produção de pellets e 40 na termelétrica), bem como, cerca de 650 na colheita da madeira, que será toda mecanizada, perfazendo 800 empregos diretos. Ainda está prevista uma usina termelétrica de 50MW (podendo chegar a 200 MW).
Na construção, que deve durar dois anos, a previsão é de 2 mil empregos gerados.