PERFIL

Médica do COE de Candiota fala sobre a profissão e experiências com o coronavírus

Lidiane Klauck atua como médica do COE de Candiota Foto: Divulgação TP

Além dos enfermeiros, técnicos de enfermagem e os responsáveis pela higienização que atuam na li­nha de frente desde o início da pandemia ocasionada pelo novo coronavírus, médicos e médicas precisaram se reinventar, tratar o inimigo invisível e desconhe­cido, se tornando verdadeiros heróis.

Candiota, apesar de ser um município considerado pe­queno, é de muita sorte e além do experiente médico Antônio Lafayette que teve sua história contada nas páginas do Tribu­na do Pampa pela experiência na área e por ter escolhido o município de atuação para mo­rar, atualmente também conta com outro colega de profissão residindo na cidade e desem­penhando um papel de extrema importância.

Lidiane Magali Klauck, de 41 anos e natural de São Car­los, estado de Santa Catarina, atua há vários meses em Can­diota como médica do Comi­tê de Operações Emergenciais (COE) durante a pandemia de Covid-19. Formada inicialmente em enfermagem pela Universi­dade de Chapecó (Unochapecó), atuou no vizinho estado catari­nense até cursar medicina.

Em entrevista ao TP ela contou que na época estava feliz com a profissão, porém almeja­va algo mais para sua vida. “Um dia li uma reportagem sobre medicina na Argentina, tomei coragem e fui, sem conhecer a cidade nem o idioma. Cursei os dois primeiros anos por lá, depois por motivos familiares solicitei transferência para Ciu­dad del Este, no Paraguai, que é mais próximo da minha cidade, onde concluí a formação na Uni­versidad Politécnica y Artística (UPAP)”, contou.

A médica que na medi­cina gosta da atenção primária, da prevenção e da forma como elas abordam a pessoa, chegou em Candiota através do Pro­grama Mais Médicos (PMM) e escolheu o local para morar para assim, evitar perder tempo com deslocamento. “Sou do Sul e queria permanecer aqui. Pode parecer engraçado, mas durante um mês fizemos simulados na­cionais utilizando os critérios de seleção do PMM. Os motivos pra escolher Candiota foram a proximidade com o Uruguai e ao fato de ser um local que eu não conhecia, seria mais um de­safio”, afirmou Lidiane.

Solicitada a falar sobre a experiência vivida na profissão durante a pandemia ocasionada pelo coronavírus e o que fica re­gistrado desse período em sua vida, a médica Lidiane inicia utilizando a expressão “desafia­dor”. “A experiência com o co­ronavírus desde o início é algo desafiador, ainda não sabemos muitas coisas sobre esse vírus, não conseguimos explicar por­que uma pessoa se contrae e outra não, mesmo pessoas que convivem, que são da mesma fa­mília. Foram muitos momentos que vão ficar marcados. A preo­cupação e incertezas do primei­ro caso confirmado, a primeira coleta em um bebê de três me­ses, a alegria de ver nossos pa­cientes internados voltando pra casa e a dor e frustração com os óbitos. O que fica desse período é nossa capacidade de adapta­ção, que quando queremos con­seguimos improvisar e seguir em frente”, destacou.

Por fim, Lidiane deixa uma mensagem aos candioten­ses. “A população de Candiota foi extremamente acolhedora, minha mensagem é que conti­nuem assim, simpáticos e aco­lhedores com quem passa por aqui. Como eu gostaria de ser lembrada, difícil heim. Se fala­rem que sou uma boa pessoa já está ótimo”, concluiu.

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