HULHA NEGRA

Mobilização reivindica estradas e medidas de combate à estiagem

Uma reunião fez alguns encaminhamentos sobre o assunto

Mobilização foi nesta segunda-feira (20) Foto: Divulgação TP

Um grupo de agricultores liderados pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), realizou na manhã desta segunda-feira (20), uma mobilização na Prefeitura de Hulha Negra. Devido ao protesto, não houve expediente, apenas o prefeito Renato Machado, o vice Igor Canto e assessores ficaram para dialogar com as lideranças.

Segundo o líder e morador do assentamento Santa Elmira, Luiz Volmir Nunes Serpa, a mobilização tem por objetivo chamar a atenção das autoridades do município, especialmente em relação às estradas do interior, que segundo eles, fazem seis anos que não recebem uma atenção devida. “Não há mais condições de transitar”, assinala.

Também a mobilização pediu a agilização na contratação de caminhões-pipas, com os recursos destinados pelo governo federal, além de servir também para pedir, conforme Luiz Volmir, que o município ajude a pressionar o governo do Estado na liberação de recursos para o combate à seca. O líder lembrou que o governo federal já fez um aceno quando esteve m Hulha Negra com três ministros e anunciou a liberação de R$ 430 milhões.

Além disso, o movimento pede agilidade nas políticas publicas de combate à estiagem. “Estamos vivendo ano após ano secas na nossa região e a Prefeitura não tem nos ajudado e nem sequer buscado recursos para ajudar na limpeza dos açudes. Nosso povo vem sofrendo e muitos já perderam muitas cabeças de gado”, destaca Luiz Volmir.

Uma reunião entre o prefeito e uma comitiva foi realizada no fim da manhã, quando um acordo foi firmado entre as partes.

Nesta terça-feira (21), a Prefeitura volta a sua nornalidade no funcionamento.

PREFEITURA – O prefeito Renato Machado, em conversa com o TP, disse que achava justa e necessária a mobilização, para que os governos estadual e federal ouçam Hulha Negra. Renato disse que o município não recebe recursos federais para estradas há seis anos, sendo que Hulha Negra é o menor orçamento da região. “Quando houve a emancipação de Bagé, eram apenas 300km de estradas e hoje são mais de 1,4 mil km e a grande maioria são nos assentamentos, que precisaram ser abertas ao longo desses 31 anos. Para se ter uma ideia, Bagé possui 2 mil km de estradas rurais, porém tem 13 motoniveladores e nós apenas duas”, se queixou o prefeito, afirmando que a Prefeitura tem concentrado esforços no assentamentos, porém são insuficientes.

O prefeito disse que algumas reivindicações o município pode atender de imediato, como uma operação tapa-buracos e fazer o conserto de um corredor. Contudo, no mais, ele acordou com o movimento que é preciso união para conseguir nas outras esferas. “Fizemos um acordo fechado, numa conversa bem franca e clara, e eu vou cumprir a minha parte. Dinheiro eu não tenho, mas o caminho onde achar o recurso, em parceria com o MST, eu tenho”, afirmou.

Renato estará em Porto Alegre já nesta terça e na quarta (22) haverá uma audiência no governo do Estado se pedir uma prancha para o transporte de uma máquina dentro dos assentamentos. No dia 28 próximo, segundo Renato, uma comitiva do MST e da Prefeitura, incluindo ele, estará indo a Brasília.

MST – Avaliando o encontro, a liderança do MST analisou que praticamente se saiu da reunião da mesma forma que se entrou, sem nada de muito concreto. Luiz Volmir confirmou a disposição do prefeito em fazer o que pode nas estradas e em colocar mais um caminhão-pipa para a água, contudo se tem a limitação da produção dos poços artesianos. “De certeza foram poucas coisas que tivemos para enfrentar a situação difícil que estamos vivendo”, apontou.

CÂMARA – O presidente da Câmara, Luiz Gustavo Dias, o Baixinho, disse ao jornal, que o Legislativo também acompanhou o manifesto e que está à disposição para ajudar.

ORIGINALMENTE ESTE CONTEÚDO FOI PUBLICADO NO JORNAL IMPRESSO*

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