Conduzido pelo jornalista e editor João André Lehr (C), Cristina Gonzales, Lidiane Gregório, Luana Vais e Débora Cappua, junto ao prefeito Folador, falaram sobre a luta vivenciada em Brasília Foto: Maria Leonora Lehr/Especial TP
A semana teve início com a inauguração do programa Conversas TVTP, realizado pela equipe do jornal Tribuna do Pampa. Com estúdio montado no Consórcio Público Intermunicipal de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental dos Municípios da Bacia do Rio Jaguarão (Cideja), o assunto abordado foram as ‘Possibilidades e articulações para continuidade da Usina de Candiota e uma transição energética justa’.
Participou um grupo de mulheres de Candiota que esteve na capital federal, Brasília, tratando do assunto composto pela vereadora do PT de Candiota, Luana Vais; pela servidora municipal e agricultora Lidiane Gregório; pela diretora do Senergisul, Cristina Gonzales e a diretora-executiva do Cideja, Débora Cappua, além do prefeito Luiz Carlos Folador.
AGENDAS
Audiência com a deputada e presidente do PT, Gleisi Hoffmann Foto: Divulgação TP
Segundo o grupo, as agendas começaram no dia 6 de janeiro, quando se trabalhava com a ideia de sanção total pelo presidente Lula do PL 576/2021 – que tratava sobre geração eólica em alto-mar (offshore), mas também em seu artigo 22 trazia a prorrogação dos contratos das usinas a carvão nacional, beneficiando a Usina de Candiota. A partir dali, a imprensa noticiou a possibilidade concreta de veto desta parte do PL e a abordagem do grupo foi alterada.
Agenda no Ministério de Minas e Energia Foto: Divulgação TP
As reuniões aconteceram com o então ministro Paulo Pimenta, que foi acompanhada pelo ex-vereador de Bagé e assessor da Secretaria Especial de Comunicação (Secom), Paulinho Parera; na Secretaria de Relações Institucionais da Casa Civil, agendada e acompanhada pelo deputado Alexandre Lindenmeyer; encontro em frente ao Palácio do Planalto com o vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin; reunião na Secretaria Especial Para Assuntos Jurídicos da Casa Civil; audiência no Ministério de Minas e Energia (MME), de onde deve sair a Medida Provisória; reunião na Secretaria Executiva da Casa Civil; encontro com o secretário de Relações Político-Sociais da Presidência da República, Wagner Caetano e uma audiência com a deputada federal pelo Paraná e presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann.
Está também sendo viabilizada uma agenda com o vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, na cidade de Triunfo, no Rio Grande do Sul.
Deputado Lindemeyer (E) acompanhou agenda na Casa Civil Foto: Divulgação TP
ANÁLISES
Durante o Conversas TVTP, o prefeito Folador falou sobre a situação, bem como de uma audiência com o governador em exercício Gabriel Souza. “Viemos trilhando esse caminho há muito tempo para que a gente possa garantir a segurança na renovação do contrato da Fase C, uma obra conquistada há muitos anos. Tenho certeza esse trabalho feito em Brasília, e agradeço aos deputados e senadores, além do grupo da comissão do carvão, vai ter bons resultados, que junto ao ato em frente a usina, vamos conseguir sensibilizar o governo federal, senadores e deputados. O vice-governador Gabriel Souza também merece nosso agradecimento, pois tem feito esforços para o resultado que todos nós esperamos”.
Na sequência, a vereadora Luana fez uma análise sobre a questão veto presidencial. “Fomos a Brasília com o intuito da sensibilidade de sanção ao PL 576/21, que no artigo 22, das nossas usinas a carvão, também estavam as usinas a gás e o entendimento do governo, segundo o então ministro Paulo Pimenta, é que não iria repassar para a conta dos brasileiros, um subsídio para as gás de R$ 25 bilhões por ano. Entendemos isso, mas vimos que teríamos que ter o plano B e a indicação seria uma Medida Provisória. Vemos que tem tudo para ser resolvido, pois o ministro Pimenta se reuniu com o presidente Lula que acenou para que se busque a alternativa”.
Cristina Gonzales passou sua visão sobre as agendas em Brasília. “As agendas foram muito positivas. Temos que agradecer aos deputados que nos auxiliaram. Caminhamos e aproveitamos todas as portas que se abriram. Com o vice-presidente Geraldo Alckmin consegui entregar uma carta do operador da usina José Giordani com um resumo da importância do carvão para a nossa região devido ao pólo de trabalho e se trabalhar com o tripé da sustentabilidade para o equilíbrio entre o econômico, social e ambiental. O momento é de se mobilizar e evitar que o veto seja derrubado”.
Débora, da mesma forma, falou sobre as impressões acerca das agendas cumpridas na capital federal. “Estivemos em diversos lugares, praticamente cumprimos expediente no Palácio do Planalto de segunda a sexta-feira defendendo Candiota. Até os seguranças já nos conheciam. Depois dessa quebra de protocolo com o vice-presidente, surgiu essa agenda no Rio Grande do Sul com uma comitiva de Candiota. Trabalhamos para que essa Medida Provisória seja editada o mais rápido possível, tenha seus efeitos, a usina seja religada e os funcionários voltem a trabalhar”.
Por fim, Lidiane fez uma análise dos impactos de uma possível paralisação definitiva das atividades da Usina de Candiota tanto pro campo como para cidade. “Em 2019 fiz um trabalho junto ao Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Assuntos Econômicos) e o que chama a atenção é a insegurança da população. Em vários momentos da pesquisa aparece o termo ‘medo’ de ter ou não trabalho, da terra. Tenho três filhas, possibilidades de ir embora, mas queremos ficar aqui, temos amigos. O povo do campo veio pra depois da usina, temos dois públicos distintos que precisam se unir – campo e cidade. O interior precisa entender que é necessário o município desenvolvido. O campo também tem que se preocupar com a usina e o que acontece na cidade. Estivemos no centro do governo conversando com quem decide o processo. O veto faz perder tempo, a MP é mais rápida. Acreditamos que o governo dos trabalhadores não vai deixar os trabalhadores na mão”.
A responsabilidade técnica do Conversas TVTP foi da Veríssimo Produções, de Cláudio Veríssimo; supervisão jornalística de Silvana Antunes e acompanhamento nas redes sociais de Maria Leonora Vivian Lehr. O programa teve o apoio da Bionatur Sementes Agroecológicas e do Sindicato dos Eletricitários do RS (Senergisul).