Música para ouvir

Gosto de música de boa qualidade. Quando alguém junta uma bela letra a uma música qualificada, havendo um bom cantor ou cantora para expressar, melhor. Se tudo isto vier acompanhado de um bom cenário, boas imagens, expressões compatíveis, enfim, há muitas coisas que ajudam o que é bom ficar melhor, iluminação, figurino, som, …
Quem assistiu ao documentário “A alma roqueira de Noel”, homenagem aos cem anos de Noel Rosa (1910-1937), liderado por Paulo Miklos, pode notar a importância do figurino para a apresentação de um samba.
Quem lê pode pensar que lá vem o sexagenário falar de coisas velhas. Bem, não dá para inventar o samba em 2021, mas dá para ver e ouvir Moyseis Marques e Maria Menezes cantando Angenor, José e Laurindo de Paulinho Bandolim, Renan Brandão e Guilherme Sá que concorre a samba da Mangueira para o carnaval de 2022, devidamente acompanhados por Paulão 7 cordas e Paulinho no bandolim. Se quiser, pode ouvir o mesmo samba na voz de Joyce Cândido, ela mesma se acompanha ao piano.
Nem tudo está perdido. Há beleza quando olhamos para os antigos e para os jovens. Havia coisas muito ruins entre os antigos como há entre os jovens.
Dia desses estava ouvindo Fagner cantar Serenata em dupla com Nélson Gonçalves (1919-1998), coisas que a tecnologia resolve. Fiquei pensando que sou contemporâneo de Frank Sinatra (1915-1998) e Whitney Houston (1963-2012) e pude acompanhar ambos vivos cantando Myway ou I w illalwaysloveyou. Sinatra dizia que havia feito tudo do seu jeito. Whitney dizia que “se ficasse atrapalharia”, mas “eu sempre vou te amar”.
É bom olhar pra trás. Porém, melhor é ser contemporâneo de João Cavalcanti e ouvir quando canta “Ponto de vista” ou “Terra firme”; de Diogo Nogueira, acompanhado pelo bandolim de Hamílton de Holanda, cantando “Lama nas ruas”; de Mariene de Castro, “Um ser de luz” e outras que fazem lembrar Clara Nunes (1942-1983); de Manu Chao, Me llamancalle, de Soledad Pastorutti, de Katie James.
Alguém vai lembrar que não falei de Paul McCartney, John Lennon, Chico Buarque, Gonzaguinha, Marisa Monte, Ana Carolina.
O objetivo é contrariar os muitos que dizem que só sai coisa ruim. Há muita coisa boa sendo produzida. É só pesquisar que acha. Embora a maioria esmagadora sejam aquelas de sempre onde alguém abandonado chora, lamenta, espera, implora, enfim, nada que mereça ser ouvido.

Comentários do Facebook