Esta é mais uma matéria especial alusiva ao dia dos avós, data comemorada no último dia 26 de julho. Desta vez, a história a ser contata é da avó que reside no interior do município de Candiota, Margarete Fátima da Silva, que assumiu o papel de mãe dos netos Marlon e Mariele, após a nora, Elizandra Pereira, não resistir no nascimento da filha e falecer aos 21 anos de idade.
De acordo com Margarete, o triste ocorrido aconteceu em 2020, quando a nora saiu de casa bem e nunca mais voltou. “Ela chegou no hospital em Bagé por volta das 15h, o médico examinou e disse que ela precisaria fazer uma cesariana, pois não conseguiria ter parto normal. E ela não voltou mais pra casa”, relembrou ela, dizendo que precisou assumir o filho e os dois netos.
Atualmente, Mariele é a única que continua morando com a avó, pois o irmão e o pai voltaram para a casa que já moravam antes. Ao ser perguntada sobre o amor que sente pela neta, ela disse que não consegue descrever. “Ela está comigo desde a hora em que ela nasceu, nunca saiu do meu lado. Nós três estamos sempre juntos, o Marlon agora mora com o pai, mas está sempre aqui. E no que eles precisam eu estou sempre aqui, não tenho palavras para descrever o amor que eu sinto por eles”, reforçou ela.
DIFERENÇA DE AVÓS
Segundo Margarete, há uma grande diferença em ser uma avó que apenas visita o neto, mas que não convive diariamente e a todo o momento, com ser avó em tempo integral. “No meu caso é diferente, eu perdi a minha nora e não tive opção de nada. Eu vi aquele pedacinho de gente ali, e como é que tu vai deixar para alguém cuidar”, questionou ela, dizendo que se derreteu pela neta quando a viu pela primeira vez. “Eu dediquei a minha vida a ela durante esse quatro anos, larguei tudo, deixei meu marido de lado e fiquei mais pra ela do que pra ele”, comentou, dizendo que o esposo sempre foi muito compreensível e que ajudou muito neste processo que foi muito doloroso e difícil.
Durante a conversa, ela reforçou o quanto ainda é delicado pensar no que aconteceu com a mãe dos netos, pois, segundo ela, uma negligência médica acabou com uma vida. “O útero dela não contraiu, o médico fechou e ela acabou tendo uma hemorragia interna”, contou, falando que estão brigando judicialmente pelo ocorrido, mas principalmente para que nenhuma mãe volte para casa sem o filho, ou para que o filho não retorne sem a mãe. “A gente sabe que nada do que fizer vai trazer ela de volta, mas isso é para que não aconteça com mais ninguém. Só quem passa por isso sabe o quanto dói, vamos tentando nos acostumar com a ausência, mas é muito difícil”.
Ao finalizar, ela descreveu que ser avó é ser mãe e amar em dobro. “Não sei como descrever o tamanho do meu amor por eles, pois não tem dimensão. Não há nada que eu não faça por eles, eu sou capaz de qualquer coisa. Eu vivo por eles”, concluiu.
Além de Marlon e Mariele, ela também é avó de Davi, Samira, Maeli, Tiago, Moisés, Maria e Iasmim.
ORIGINALMENTE ESTE CONTEÚDO FOI PUBLICADO NO JORNAL IMPRESSO*